Liga: Declarações dos treinadores após o Vitória SC - FC Porto (0-3)
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Rui Borges (treinador do Vitória SC):
"O FC Porto foi bastante intenso na primeira parte. Não tivemos capacidade de ligar o jogo nem de expor o adversário a grandes problemas. Não pegámos na bola como queríamos e gostamos por mérito do adversário, que, num primeiro momento, até me parecia que vinha receoso e num bloco médio, mas foi ganhando confiança e metros com perdas de bola da nossa parte.
Não fomos capazes de ter o controlo do jogo. Sem bola, fomos demasiado permissivos, muito reativos e pouco proativos. A nossa primeira linha esteve muito menos pressionante do que o normal e o FC Porto foi-nos empurrando para trás.
Ao intervalo, mudámos um ou outro comportamento para sermos mais audazes. Até reentrámos bem, mas sofremos golo num ataque à profundidade do FC Porto, que marcou com mérito e também devido a alguns comportamentos menos bons da nossa parte em termos defensivos.
Depois disso, num momento em que estávamos melhor com bola, levámos o 2-0 a partir de um atraso no nosso timing de pressão. Ainda tivemos oportunidades para reduzir, mas o FC Porto baixou inteligentemente um bocadinho mais (o bloco) e ficou à espera do nosso erro para sair em transições com gente fresca e rápida.
Nunca nos escondemos do jogo, mas sofremos o 0-3 com uma perda de bola nossa. Houve mérito do adversário, que teve uma vitória justa, mas isto não belisca em nada aquilo que temos feito. Foi um jogo menos conseguido da nossa parte e estivemos um pouco aquém do que queríamos.
Os golos sofridos não tiveram a ver com falta de concentração. Não critico os meus jogadores, porque eles vão falhar muitas vezes. A diferença é que, do outro lado, está uma grande equipa, que, à mínima falha nossa, é capaz de fazer golo. Foi o que aconteceu nos dois primeiros golos. O 0-3 surge já numa fase em que o FC Porto estava mais inteligente e maduro (na gestão da vantagem). Eles foram melhores, ponto final".
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Vítor Bruno (treinador do FC Porto):
"Foi uma vitória justa e inequívoca. Tivemos uma primeira parte segura, na qual estivemos muito disciplinados com bola, não dando azo àquilo que o adversário gosta de fazer, que é sair em transições. Estivemos sempre muito bem arrumados no campo e a encontrar espaços nas costas da primeira linha de pressão do Vitória SC para, depois, atacarmos.
Os primeiros 60 metros foram bem conseguidos, mas o campo tem 100 e faltavam-nos 40. Ao intervalo, pedimos mais intencionalidade ao nosso jogo e sentimento nas ações. Fizemo-lo bem e estivemos mais acutilantes, ousados e verticais. Os jogadores foram irrepreensíveis na forma como se atiraram ao jogo.
O Samu é realmente grande, mesmo na sua dimensão física. É tão robusto do ponto de vista físico que, na primeira parte, acabou por ser menos protegido do que qualquer outro e todos os contactos eram assinalados (em seu desfavor). Às vezes, esquecemo-nos da dimensão física, que é um fator importante no futebol.
Ele oferece coisas diferentes dos outros avançados, mas já disse que conto com todos. Percebe-se em determinados momentos que ainda não está totalmente identificado com o jogo da equipa. Por vezes, desconecta-se um bocadinho e não entende bem a linguagem corporal dos colegas, mas, aos poucos, vai começar a criar essa ligação com quem o pode alimentar (em zonas de finalização).
(A ausência de Otávio Ataíde da ficha de jogo) Foi uma opção técnica. Sei que vão especular, mas ele conta para mim como contam os outros defesas centrais. Tivemos de tomar decisões e de proteger um jogador que estava a ser praticamente linchado em praça pública. Às vezes, é preciso retirá-los do ónus colocado em cima deles. É importante serená-lo agora, mas voltará a jogar, porque confio muito nele".