Litos: "Acredito muito neste Sporting e vejo-o a jogar com muita qualidade"
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“Muitas vezes, a equipa perde pontos quando está em vantagem no marcador por querer declaradamente jogar até à última. Tendo essa identidade, precisa de ser um bocadinho mais malandra, ter jogadores que coloquem gelo no jogo através da posse de bola e não pensar de forma permanente em chegar a mais um golo e dilatar o resultado”, analisou à agência Lusa o ex-médio internacional português, que atuou nos leões de 1984 a 1992.
Sporting e FC Porto, igualados no topo da Liga, com 31 pontos, defrontam-se na segunda-feira, a partir das 20:15, no Estádio José Alvalade, em Lisboa, na cimeira de líderes da 14.ª jornada, sob arbitragem de Nuno Almeida, da associação do Algarve, um dia após o campeão nacional Benfica, terceiro, com 30, visitar o Sporting de Braga, quarto, com 29.
“Nesta fase, esta ronda ainda não tem muito significado (na luta do título). Os resultados recentes deixaram que todos os candidatos se aproximassem. Houve a possibilidade de, por duas vezes, o Sporting se distanciar, principalmente no dérbi na Luz, quando poderia ter deixado Benfica e FC Porto a seis pontos, mas isso não foi conseguido”, enquadrou.
As reviravoltas consentidas nas visitas aos encarnados (2-1), da 11.ª jornada - com dois golos sofridos no período de compensação, após a expulsão de Gonçalo Inácio, aos 50 minutos -, e ao Vitória de Guimarães (3-2), quinto classificado, da 13.ª, retiraram margem à equipa de Rúben Amorim, que até tinha chegado ao dérbi com três pontos de avanço.
“Penso que todos temos a noção de que o Sporting está a jogar bem, apresenta-se mais capaz e tem um plantel reforçado e de maior qualidade. Já o FC Porto exibe, por norma, uma capacidade enorme para discutir os grandes duelos. Continua a ser forte, mas não tanto como na última época, independentemente de não ter sido campeão”, vincou Litos.
Os leões apenas venceram dois dos últimos 22 embates com os dragões em todas as provas e já não ganham clássicos na Liga desde 2016/17, época anterior à chegada ao rival portuense de Sérgio Conceição, invicto nos últimos oito jogos ante Rúben Amorim.
“Dou sempre este exemplo da partida da época passada no Dragão: o treinador não teve problema em meter o Uribe a jogar como central quando não tinha posse de bola e o FC Porto encaixou na forma de jogar e condicionou totalmente a construção do Sporting. O Sérgio Conceição vai-se adaptando às suas necessidades, sempre na convicção de que tem de ganhar. Tenho de o elogiar por isso”, referiu o comentador televisivo, de 56 anos.
Encarando como “perfeitamente normal” as “situações menos conseguidas” pelo guarda-redes espanhol Adán, que sofre golos há seis partidas, Litos exaltou as “contratações de excelência” do médio dinamarquês Hjulmand e do avançado sueco Gyökeres, segundo melhor artilheiro da Liga, com nove tentos, a quatro do congolês Banza, do Sporting de Braga.
“Gyökeres solicita sempre a bola no espaço. Muitas vezes, isso até nem é muito positivo para a equipa, porque ele quer resolver sozinho todas as situações e os colegas não têm capacidade para o acompanhar na velocidade. Agora, esta equipa está nitidamente mais poderosa. Acredito muito neste Sporting e vejo-o a jogar com muita qualidade, entrega e compromisso, mas reconheço que os adversários têm tendência para crescer”, concluiu.