Recorde aqui as incidências do encontro
O estado de espírito não era, nem podia ser, o melhor. O Casa Pia vinha de dois meses e meio sem vitórias na Liga Portugal e tinha sido eliminado da Taça de Portugal. O Portimonense, também na mesma eliminatória, teve exatamente o mesmo destino.
Novamente em casa emprestada, Rio Maior continua a ser mais barulhento na transmissão televisiva do que propriamente junto ao relvado, onde os jogadores conseguem, por norma, ouvir-se sem dificuldades.
No primeiro onze de Pedro Moreira num jogo da Liga Portugal, o antigo treinador do Torreense surpreendeu com a escolha de Samuel Justo, mas pode dizer-se que o médio fez por merecer a... justiça da chamada. Mas já lá vamos.
Desperdício em tempo de crise
Paulo Sérgio colocou novamente a equipa a jogar num esquema de três centrais. Num estilo físico e sólido, o Portimonense acabou por até ser a melhor equipa da primeira parte, mesmo que a primeira ocasião do encontro tivesse pertencido a Tiago Dias, após deslize algarvio.
Esse foi, de resto, o único lance do Casa Pia na primeira parte. Ainda em adaptação às ideias do novo treinador, que tem a difícil missão de suceder a Filipe Martins, a equipa de Pedro Moreira mostrou-se mais débil do que habitual na época passada, mas ao estilo da atual temporada.
O Casa Pia já não é aquela equipa que concede poucas oportunidades e por isso o Portimonense podia ter aproveitado para levar uma vantagem importante para o intervalo. É que a luta pela manutenção, este ano, promete!
Ronie Carrillo (11 minutos), Guga (23) e Dener (37) foram os principais responsáveis pelo nulo depois dos primeiros 45 minutos.
A equipa de Paulo Sérgio falhou e o Portimonense desapareceu da partida depois de recolher aos balneários.
Justo!
O que aconteceu na segunda parte foi algo tão típico que no futebol até há uma frase cliché para caracterizar jogos deste género. O típico "jogo com duas partes distintas".
Depois da superioridade algarvia na primeira parte, a segunda trouxe uma autêntica desinspiração à equipa do Portimonense, que deu espaço para o Casa Pia crescer.
Perante essas facilidades, o conjunto de Pedro Moreira não rejeitou as maiores probabilidades, somou Yuki a Samuel e construiu o triunfo justo: assistência do nipónico, que isolou o médio emprestado pelo Sporting, que, perante a saída de Vinícius, marcou pela primeira vez na Liga Portugal.
O golo e a junção de trocadilhos não foram suficientes para fazer acordar a equipa de Portimão, que já estaria a pensar na viagem de regresso ao Algarve. Desaparecido, o Portimonense subtraiu-se da partida, pelo menos durante 30 minutos, e o Casa Pia, a espaços, foi tendo as suas ocasiões para ganhar tranquilidade no marcador.
Essa tranquilidade nunca apareceu e Midana Cassamá, de 21 anos, quase teve uma estreia de sonho, ao atirar a melhor oportunidade do Portimonense em toda a partida às malhas laterais da baliza defendida por Ricardo Batista. Talvez algo irritado por não ter finalizado essa oportunidade, o avançado acabou expulso com vermelho direto depois de agredir o guarda-redes do Casa Pia minutos depois.
Perante tudo isto, é caso para dizer que foi um resultado justo.
Homem do jogo Flashscore: Samuel Justo (Casa Pia)