Momento Flash: O azar de uns foi a sorte grande do jovem Tomé
Há quase um ano, Tomé Sousa era notícia por sentar-se no banco de suplentes do Boavista, com apenas 16 anos. A vida de guarda-redes não é fácil, até porque, não raras vezes, tem de esperar por um infortúnio de um colega para ter a sua oportunidade. Mas o "sonho" estava lá.
"Se tudo for na direção certa, o Tomé vai atingir outros voos. Ele é muito grato ao Boavista, sente muito o clube e sonha com a estreia no Bessa", preconizava João Ferreira, head scout da Sferico, em conversa com o Flashscore, em novembro do ano passado.
"O Tomé destaca-se pela tranquilidade que transmite entre os postes e na que passa para os colegas. É um guarda-redes muito seguro dele próprio, com muita confiança e que faz as coisas com muita natualidade", elogiava na altura.
Pois bem, e não é que a sorte grande bateu mesmo à porta do jovem guarda-redes, entretanto com 17 anos feitos!? No meio do azar dos colegas João Gonçalves e Luís Pires, que se lesionaram gravemente no mesmo treino, Tomé viu a porta abrir-se para a baliza do seu Boavista.
Apesar de os axadrezados terem recuperado o brasileiro César, o treinador do Boavista, o italiano Cristiano Bacci, confiou a titularidade ao jovem Tomé, fazendo dele o 4.º guarda-redes mais jovem de sempre a jogar na Liga, depois de Gaspar (Atlético, 1966/67), António Silva (Vitória SC, 1949/50) e Kadú (FC Porto, 2011/12), segundo dados do playmakerstats.
Leia a crónica da partida
"Falei antes do jogo e na antevisão. Não tinha nenhuma dúvida. É um miúdo que merece porque tem uma cabeça de adulto. Não tenho dúvida que ia cumprir. Foi corajoso e estou contente com a exibição dele. Sem dúvida", disse o treinador das panteras no final do empate na visita ao Estrela da Amadora (2-2).
Um momento inesquecível e que abre a porta a uma questão: será que Tomé vai continuar a fazer história de xadrez ao peito? Coragem, pelos vistos, não lhe falta.