"Um avançado vive de golos". Quantes vezes ouvimos esta frase no mundo do futebol? Arriscamos na resposta: Muitas. Os adeptos esperam muito da sua equipa, mas esperam ainda mais dos seus avançados. Uma semana sem golos e já se questiona o valor de um atacante. Um mês e a pressão é muito grande. Um ano...
Agora imagine um avançado estar 590 dias (!) sem conseguir saborear o sabor adocicado de um golo. Esta era a realidade de Henrique Araújo. "Era", porque essa travessia no deserto chegou ao fim no passado domingo, na receção do Arouca ao Nacional (1-0), em encontro da 3.ª jornada da Liga, naquela que foi a primeira vitória do conjunto liderado pelo uruguaio Gonzalo García no campeonato, após duas derrotas no arranque.
O jovem formado no Benfica, que esteve em branco nas passagens por Watford (oito jogos) e Famalicão (21 jogos), retirou um peso enorme de cima de si e logo com um golo de fino recorte técnico. Henrique Araújo recebeu um passe de calcanhar de Cristo González, deitou, literalmente, o defesa Ulisses Wilson e rematou de trivela para o fundo da baliza dos insulares.
A forma efusiva como festejou diz muito do significado deste golo para o camisola 39. A pressão sobre si próprio e sobre o treinador Gonzalo García diminui um bocadinho e o fardo de substituir Rafa Mújica, avançado que deixou marca em Arouca, também fica um pouco mais leve.
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"O que lhe digo é que tem de estar alegre, colocar energia e disfrutar do futebol. As situações irão chegar, hoje (domingo) na pressão agressiva da equipa conseguiu sair bem e marcar. Uma jogada que veio do trabalho e assim os golos vão chegar. Estou muito contente com ele", elogiou o treinador Gonzalo García após o final do encontro.
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