O adeus de Paulinho: "Não fui o melhor da história do Sporting mas são poucos os que têm um cântico"

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O adeus de Paulinho: "Não fui o melhor da história do Sporting mas são poucos os que têm um cântico"

Paulinho com os troféus conquistados como jogador do Sporting
Paulinho com os troféus conquistados como jogador do SportingSporting CP
Apresentado esta quarta-feira como reforço do Toluca, Paulinho, avançado de 31 anos que, durante três temporadas e meia, representou o Sporting, deu uma entrevista de despedida ao canal do clube, transmitida ao final desta noite.

O cântico: "Não tenho noção e vou continuar sem ter. As pessoas que estão à minha volta - os meus amigos, a minha família - dizem que é uma coisa incrível. Nós, profissionais, tentamos afastarmo-nos um bocadinho, mas é impossível. Eu e os meus colegas cantamos no balneário, no autocarro, em todo o lado... Eu não fui o melhor jogador da história do Sporting - nem vou ser -, mas são poucos os que têm um cântico só seu. Eu até pensava que era para o roupeiro... Lembro-me perfeitamente da primeira vez que o ouvi, foi no golo que marquei ao Ajax... Não foi um bom jogo para nós, mas... Houve uma fase que queriam que marcasse golos só para poderem cantar. Mas hoje já não só são os sportinguistas que cantam, pessoas que não seguem o futebol, também cantam..."

Também canta? "Se eu canto? Muitas vezes. Mesmo quando não quero cantar, basta ouvir uma vez, uma batida... Nas férias, começava a dar a música e vinha logo o cântico à cabeça; os meus colegas mandavam-me vídeos da música, com eles a cantarem."

Cântico no Marquês: "Toda a gente vibrou, mas ninguém sentiu o que eu senti... (lágrimas)"

Dia da apresentação: "Estava muito feliz, mas foram tempos difíceis. Também vinha de uma lesão e o ritmo é muito alto, porque o míster não facilita. Coloquei uma pressão muito grande em mim, não foi fácil, mas depois foi sempre a melhorar. Houve muita ansiedade antes, porque eu queria muito vir. Já tinha existido essa possibilidade, no início da época - foi até ao último dia. Foi uma época muito difícil... É difícil estar super concentrado e motivado, havendo uma possibilidade, que depois deixou de existir. Eu era para ser apresentado antes do Sporting-Benfica, que era o último dia de mercado. Atrasou-se, por alguma documentação... Era para ser antes do jogo, depois a meio, mas lá acabou por ser no final."

Títulos conquistados: "Eu acreditava e vim para sermos campeões, mas não é só o facto de ganharmos, é a forma como ganhámos. Mostra a dimensão do clube neste momento."

Os números de Paulinho
Os números de PaulinhoFlashscore

Adeus ao clube: "Fico muito feliz por mim, porque fui profissional todos os dias. Pelas amizades que criei... É incrível. Apesar de sermos um clube muito grande, temos um ambiente muito familiar, na Academia. Cada vez mais. Ganhar também ajuda, mas quando não ganhávamos, o ambiente foi sempre bom. Podíamos ter tido mais uma taça de campeões, mas espero para o ano vir aqui ao museu e ver outra."

Grande assistência ou grande golo: "Depende do jogo... Um grande golo é um grande golo. Mas se uma assistência for para um golo do campeonato, acredito que o Nuno Santos prefira isso a um golo. Mas acredito que tenha gostado mais do seu golo de letra. O meu golo ideal? De pé esquerdo, claramente. Se for de direito, é Deus que está lá a ajudar-me, claramente."

Festejo com dedo na cabeça: "Surgiu numa fase difícil, no Gil Vicente. Surgiu no sentido de termos de ser fortes psicologicamente. Ficou... Os jogadores da formação podem imitar à vontade. E que possam levar para a vida deles, é sinal que é eterno. É bom ver, é sinal que inspirei alguém."

Melhor golo: "Contra o Besiktas, lá e cá, para a Champions."

Golo frente ao Vizela: "Sentimos o vibrar do estádio. Foi sinal que estávamos todos felizes."

Golo mais importante: "O do título de 2020/21. Foi o mais importante da minha carreira. E foi de pé direito! Foi um virar de página, que espero que continue por muitos anos. O golo? A bola entrou na profundidade e o Nuno cruza muito bem - dos melhores que temos. Pensei: vou deixar-me em fora de jogo, para quando a bola entrar estar à frente dos defesas. Foi uma descarga e uma emoção muito grande. Nesse jogo, um segundo parecia uma hora..."

Época difícil: "Eu cheguei e fiquei num hotel cerca de dois meses, porque ninguém queria mostrar casas por causa da Covid-19. Não consegui trazer a minha família, não podia ir a lado nenhum. Era treino-casa e casa-treino. O facto de termos um bom grupo, ajudou-nos. Foi um bocadinho deprimente jogarmos com os estádios vazios. Mesmo nos jogos fora, era incrível as receções que tínhamos."

Jogo mais marcante do primeiro título: "Em casa do Rio Ave, onde ganhámos 2-0. Sentimos que já estava, que nem que tivéssemos de morrer em campo com o Boavista. Também o 1-0 ao Benfica, com o golo do Matheus, no dia em que cheguei. Também tivemos muitos golos aos 90, como em Barcelos, com dois golos do Seba, o 2-2 à BSAD nos últimos momentos."

Troféus conquistados: "Estou um bocadinho frustrado por não ter aqui uma Taça de Portugal:"

Època 2021/2022: "Acreditava bastante que íamos ser campeões. Posso dizer que quando ganhámos a Allianz Cup nesse ano, fomos todos sair à noite com o fato de treino do Sporting."

De quem vai sentir falta: "Do Paulinho. No primeiro dia, tratou-me por senhor Paulo. Eu já lhe disse que ele é o único Paulinho. O maior Paulinho do Sporting. Vou sentir falta de muita gente, do Esgaio, do Seba, do Nuno, do Pote, do Neto, do Antonio (Adán), malta com quem estou há muito tempo... Do Quaresma... Mas se puderem cortar esta parte. Fica com muito moral... Do Bragança. A nossa amizade cresceu muito nos últimos dois anos. O Morten é muito bem disposto, o Geny é muito engraçado, o Franco, o Trincão... É injusto dizer nomes. Vou sentir saudades de toda a gente. Menos falta? Ninguém. Eu é que os chateio. Vão sentir saudades minhas, mas também aliviados, porque eu também sou chato. Vou dizer o Morten, para ele não ficar com muito moral. Até já marcou à Inglaterra..."