O onze da temporada da Liga Portugal para o Flashscore

Guarda-redes: De Arruabarrena (Arouca)

Quando este uruguaio de 26 anos chegou do Montevideo Wanderers disse que o objetivo era lutar pelos lugares europeus. Na altura causou estranheza, mas o tempo deu-lhe razão. Um especialista a defender penáltis (segurou cinco em Portugal, de um total de 19 que tem na carreira) é um dos principais motivos pelo qual a equipa de Armando Evangelista conseguiu um brilhante quinto lugar e vai disputar a terceira pré-eliminatória da Liga Conferência.

Lateral-direito: Pepê (FC Porto)

Numa posição em que o FC Porto sentiu dificuldades durante toda a temporada, com os constantes problemas físicos de João Mário, o brasileiro mostrou-se o homem da confiança de Sérgio Conceição. Contratado para jogar mais à frente, mas muitas vezes chamado para lateral-direito, dá outra dinâmica ao flanco, permite e Otávio assumir terrenos mais centrais e não compromete em termos defensivos devido à inteligência tática.

Defesa-Central: João Basso (Arouca)

A voz de comando do Arouca. Chegou em 2019 com a equipa no Campeonato de Portugal e foi parte integrante da ascensão meteórica que, quatro anos depois, vai ter o emblema da Serra da Freita na Liga Conferência. Um defesa central fiável (falhou apenas dois jogos em toda a temporada), é um dos motivos que ajudou o Arouca a ser a quinta melhor defesa do campeonato, apenas atrás dos quatro primeiros classificados.

Defesa-Central: António Silva (Benfica)

Quando foi chamado a substituir Otamendi, na quarta jornada da Liga, era uma autêntica incógnita. Desde então tornou-se uma certeza. Titular do Benfica campeão e internacional português de pleno direito com apenas 19 anos. Com um posicionamento acima da média, beneficiou de ter a experiência de Otamendi a seu lado e foi crescendo na competição, com provas dadas também ao mais alto nível na Europa.

Lateral-esquerdo: Alejandro Grimaldo (Benfica)

Uma despedida em grande da estadia no Benfica que começou em janeiro de 2016. Com nove assistências, só foi superado por Pedro Gonçalves e é o único defesa entre os cinco jogadores mais assistências no campeonato. Homem da confiança de Roger Schmidt (só falhou um jogo em toda a temporada) conseguiu esconder algumas lacunas defensivas que lhe apontavam e foi parte essencial no sucesso nacional e europeu das águias.

Médio: Otávio (FC Porto)

Não há volta a dar. Otávio é o cérebro do FC Porto de Sérgio Conceição, uma das extensões do treinador dentro de campo, capaz de corresponder às estratégias e aos diferentes papéis que foi ocupando ao longo da temporada, sempre com uma regularidade assinalável. Afinal, foram mais 27 jogos no campeonato, em 34 jornadas, com cinco golos marcados e sete assistências. É o jogador que há mais tempo trabalha com o técnico dos dragões, tem já o estatuto consolidado de internacional português e terminou mais um campeonato como uma das figuras, não só da equipa, como da Liga.

Médio: Ugarte (Sporting)

A cumprir a segunda temporada em Alvalade, Manuel Ugarte teve o ano de afirmação plena no Sporting, no campeonato, na seleção uruguaia e... no mercado, que dificilmente o deixará permanecer mais tempo às ordens de Rúben Amorim. Aos 22 anos, e face às saídas de João Palhinha e Matheus Nunes, Ugarte chamou a si a responsabilidade de liderar o meio-campo leonino. E fê-lo com números impressionantes. Só no campeonato, em 34 jornadas, foi opção em 31, tendo-se destacado pela garra que imprime em cada lance. Não espanta, por isso, a liderança isoladíssima no capítulo dos jogadores com mais desarmes do campeonato. Numa época a todos os níveis aquém do Sporting, o internacional uruguaio ganha, com a mesma força que coloca nos duelos, o seu lugar no onze-ideal.

Médio: Aursnes (Benfica)

Chegou praticamente como um desconhecido ao Benfica, contratado ao Feyenoord por um valor que fez levantar a voz aos críticos: 13 milhões de euros. Pedido expresso de Roger Schmidt, não demorou a ganhar o seu lugar no meio-campo encarnado. Um mês depois era titular indiscutível e, conquistadas as rotinas e ideias do treinador, o internacional norueguês, além da regularidade inatacável, apresentou uma adaptação impressionante a qualquer posição do terreno. Porque começou no meio, sim, mas também passou pela direita, enquanto houve necessidade, surgiu como a sombra de Bah e Grimaldo, nas laterais-direita e esquerda, à frente de Gilberto e Ristic, respetivamente. Contas feitas, sagrou-se campeão nacional no ano de estreia, com 28 jogos na Liga, dois golos, três assistências e uma mão cheia de posições ocupadas. Aqueles que questionaram a sua contratação e os valores envolvidos foram os mesmos que, a caminho do Marquês, o nomearam como um dos obreiros do 38. 13 milhões? Barato.

Médio: João Mário (Benfica)

Terminou a última época com o estatuto de suplente, foi apontado à saída da Luz pela porta pequena. Mas, com a chegada de Roger Schmidt, tudo mudou. O alemão encontrou o local perfeito para o médio internacional português de 30 anos explanar todo o seu potencial, potenciar as suas características e demonstrar uma até agora inédita apetência goleadora. É que foram 23 os apontados por João Mário em toda a temporada quando, até aqui, o melhor que tinha conseguido, numa só época, foram sete, em 2014/2015 e 2015/2016, no Sporting. Juntando os 23 golos às 13 assistências, rapidamente percebemos o tremendo impacto que João Mário teve na conquista do título do Benfica.

Avançado: Gonçalo Ramos (Benfica)

Mais um jogador revolucionado por Roger Schmidt. E este da casa, da cantera. Na terceira temporada na equipa principal, Gonçalo Ramos, que tinha feito grande parte da época anterior atuando nas costas de uma referência ofensiva, viu o treinador alemão dar-lhe o papel principal. Agarrou-o com as duas mãos, ou melhor, com os dois pés. E com a cabeça. É que, no final, foram 19 golos no campeonato, segundo melhor marcador da prova, atrás de Taremi, também ele com lugar no onze ideal do Flashscore. Números impressionantes do jovem avançado, que o catapultaram para o patamar de internacional português e para um hat trick em pleno Mundial que lhe escancarou as portas do mercado internacional.

Avançado: Taremi (FC Porto)

O melhor marcador do campeonato. Só este registo diz tudo. Mas Taremi é, sobretudo no FC Porto, bem mais do que apenas um goleador. O avançado internacional iraniano, que também deu nas vistas no Catar, voltou a ser uma das figuras dos dragões e uma das peças indiscutíveis de Sérgio Conceição ao longo de quase toda a temporada. Terminou o campeonato com 22 golos e sete assistências, ao cabo de 33 jogos, num total de 2632 minutos. Decisivo para o segundo lugar, bem como para a campanha europeia dos azuis e brancos, a conquista da Taça da Liga e a presença na final da Taça de Portugal. Um avançado completo, portanto.

Suplentes

Diogo Costa (FC Porto), Bah (Benfica), Pepe (FC Porto), Nuno Santos (Sporting), Al Musrati (SC Braga), Iván Jaime (Famalicão), Ricardo Horta (SC Braga), Fran Navarro (Gil Vicente) e Pedro Gonçalves (Sporting).