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O que o DCIAP e a PJ estão a investigar e que envolve o Benfica

Mário Rui Ventura
Rui Costa com Luís Filipe Vieira
Rui Costa com Luís Filipe VieiraSL Benfica
O jornal Observador noticiou esta quinta-feira que o Departamento Central de Investigação e Ação Penal (DCIAP) e a Polícia Judiciária (PJ) acusam Rui Costa, atual presidente do Benfica, Luís Filipe Vieira, antigo presidente, Domingos Soares de Oliveira, durante vários anos o co-CEO da SAD, e Paulo Gonçalves, antigo assessor jurídico do clube, de um alegado plano, desenhado entre 2014 e 2020, que desviou cerca de seis milhões de euros dos cofres do Benfica, através de falsos contratos de intermediação de compra e venda de jogadores.

No âmbito deste processo, recorde-se, Rui Costa foi recentemente ouvido, algo que o Benfica confirmou em comunicado oficial.

Segundo a mesma fonte, o alegado esquema investigado pelo DCIAP e pela PJ era feito através da saída de dinheiro das contas bancárias da Benfica SAD para intermediação de contratação de jogadores que, na prática, nunca existiu. As faturas, falsas, recebidas através dos empresários, por sua vez, dariam origem a uma burla tributária, uma vez que a SAD encarnada apresentava-as como custos, diminuindo a coleta tributada em sede de IRC.

Segundo a notícia, o DCIAP e Polícia Judiciária têm fortes suspeitas de que este plano terá estando em funcionamento durante seis anos, ou seja, desde 2014 a 2020. Na prática, estão em causa as contratações de jogadores, nomeadamente os casos de Daniel dos Anjos, Hermes, Luís Felipe e Cádiz.

O Observador adianta ainda que a conclusão deste inquérito e correspondente acusação de Rui Costa, Vieira, Domingos Soares Oliveira e Paulo Gonçalves deverá acontecer ainda antes das férias judiciais.

No que respeita a Daniel dos Anjos e Hermes, estarão em causa contratos de intermediação fictícios assinados com empresas de Adolfo Oliveira, filho de Francisco Oliveira, um antigo elemento do scouting do Benfica no Brasil.

Já no que refere a Luís Felipe e Cádiz, atual avançado do Famalicão, o DCIAP e a PJ investigam o pagamento de 1,3 milhões de euros ao Vitória FC "através de contratos de compra e venda e de empréstimos de jogadores em que o Benfica chegou a pagar duas vezes pelo mesmo passe de um jogador" ao clube sadino.

Também esta quinta-feira o Jornal de Notícias acrescenta mais alguns casos relacionados com este processo e sublinha que as transferências de Willyan Barbosa, Bruno Varela e João Amaral, sempre entre Benfica e Vitória FC também estão a ser escrutinadas por DCIAP e PJ.

O Observador ressalva ainda que o DCIAP e a PJ querem concluir o inquérito e respetivas acusações a Rui Costa antes das férias judiciais, bem como em relação aos antigos dirigentes do clube sadino. A próxima diligência será com Luís Filipe Vieira e Domingos Soares Oliveira, a 12 de junho.