Os cantos do novo líder: Benfica vence Gil Vicente (3-0) e assume 1.º lugar à condição
Reveja aqui as principais incidências
À entrada para o jogo, Roger Schmidt apresentou duas surpresas no onze. Regressado de lesão, Alexander Bah foi lançado novamente no lado direito da defesa do Benfica, com Aursnes a ser puxado para extremo esquerdo e João Mário a ficar no banco. Por ouro lado, Florentino Luís formou dupla no meio-campo com João Neves, remetendo Orkun Kokçu para o banco de suplentes.
No Gil Vicente, Vítor Campelos fez uma alteração forçada em relação à equipa que bateu o Vitória SC. Emprestado pelo Benfica, Martim Neto estava impedido de jogar e foi rendido pelo mais defensivo Mory Gbane.
Os cantos da casa
Frente a um Gil Vicente que apresentava um dos piores registos forasteiros do campeonato (oito derrotas e uma vitória), o Benfica entrou mais dominador, mas voltou a sentir algumas dificuldades para desenvolver o jogo.
Sem Kokçu, Di María assumiu-se como o criativo, com a equipa a procurar em demasia o lado direito para procurar a definição do argentino (que permitiu a Arthur Cabral cabecear ao poste aos 5 minutos). A jogar mais à frente no ataque, Aursnes procurava juntar-se muitas vezes a Cabral e acaba por ser uma águia que só jogava com uma asa.
E pese embora o balanço à direita, o jogo acabou por ser decidido à esquerda, mas com recurso à bola parada. Aos 14 minutos, Di María bateu um canto no lado canhoto, com Arthur Cabral, sozinho no coração da área, a cabecear com mais afinação para o fundo das redes. Pela primeira vez o avançado brasileiro marcou em dois jogos consecutivos de águia ao peito.
Em vantagem, o jogo entrou numa toada morna. O Benfica baixou o ritmo, tornou-se impaciente com bola e foi permitindo ao Gil Vicente ganhar confiança e aproximar-se da baliza de Trubin, privilegiando a construção na esquerda entre os criativos Fujimoto e Maxime Domínguez. Contudo, o guardião ucraniano resolveu as poucas ocasiões.
Emoção só mesmo aos 29 minutos, quando as bancadas da Luz se levantaram em homenagem a Miki Fehér, falecido há 20 anos. Com a família do avançado magiar nas bancadas (onde também estava José Mourinho), os adeptos ergueram-se no aplauso e mostraram uma faixa onde se podia ler “20 anos do teu último sorriso, és um de nós”.
Poucos minutos depois novos aplausos, desta feita para a festa do golo. Aos 34 minutos, Di María arrancou pelo meio e na aproximação à baliza viu o passe para Arthur Cabral intercetado. Chamado a marcar novo canto na esquerda, o argentino encontrou João Neves ao segundo poste, que teve um excelente trabalho antes de rematar para o fundo das redes.
Aprender a usar Arthur Cabral
O segundo tempo confirmou uma tendência da etapa inaugural. Depois de dificuldades de adaptação, muitas críticas e de até parecer um corpo estranho na equipa, Arthur Cabral aparece agora assimilado.
Um homem de área, foi uma constante dor de cabeça para a dupla de centrais dos encarnados e, acima de tudo, mostrou dotes sempre que foi alimentado de cabeça. Quer Di María, quer Aursnes aproveitaram quase sempre para colocar bolas aéreas para o avançado e ele ganhou a grande maioria dos lances no ar.
É, de resto, assim que surge o terceiro golo. Aursnes cruzou e Arthur Cabral obrigou Andrew a defesa segura. Na sequência do canto, o médio norueguês combinou com Rafa Silva e o internacional português rematou de forma espontânea para o fundo das redes, colocando aquele que pareceu ser um ponto final na partida.
Antes de sair por volta dos 70 minutos, Rafa ainda obrigou Andrew a uma defesa atenta. Foi um dos últimos momentos de frisson para os adeptos do Benfica que viram a equipa baixar a intensidade. O Gil Vicente voltou a assumir a posse e procurou sempre a baliza contrária, mas fora os remates de Afonso Moreira (76 minutos) e Castillo (80 minutos) e Touré (86 minutos, uma grande defesa esta), Trubin acabou por ter uma noite descansada.
Com este resultado, o Benfica assumiu o primeiro lugar com 51 pontos, mais dois que o Sporting (um jogo em atraso) e seis que o FC Porto. Já o Gil Vicente está no 10.º lugar, com 22 pontos.
Homem do jogo Flashscore: Ángel Di María (Benfica)