Otávio e a escolha de Vítor Bruno para treinador do FC Porto: "Vou torcer por ele mas surpreendeu-me"
"Surpreendeu-me, porque achei que iam buscar um treinador diferente e não apostar num adjunto que, com todo o respeito, tem muito mérito e não tenho dúvidas que vai fazer um grande trabalho, porque também é uma grande pessoa. Vou torcer por ele, porque também gosto dele, mas surpreendeu-me", afirmou Otávio, em declarações ao Canal 11.
"Acredito que o Vítor Bruno tem muito do que o Sérgio fez, porque se não tivesse, não trabalharia tantos anos com o ele. Mas de certeza que ele deve ter alguma coisa de diferente como treinador, até para conseguir colocar o nome dele no trabalho e fazer uma grande época", acrescentou o médio internacional português de 29 anos, que lembrou a qualidade do futebol praticado pelo FC Porto e 2021/2021.
"Naquela época, jogávamos um futebol mesmo bonito. Com Vitinha, Fábio Vieira, Luis Díaz, eu, Pepê, Evanilson, Taremi. Com quem eu me dava bem mesmo era o Vitinha, porque ele não tinha medo, não se escondia da bola e estava sempre a dar-te apoio, jogava aquele futebol que todos gostam de jogar", lembrou.
Na mesma entrevista, Otávio lembrou a transferência para o Al Nassr, que se consumou no dia em que Sérgio Conceição estava ausente dos trabalhos, devido a uma operação aos joelhos.
"Quando eu vim do Brasil de férias, tinha uma proposta e a minha cláusula estava mais baixa. Conversei com o pessoal para explicar e dizem-me 'não, tu não vais sair'. Ok, está bem, só queria saber, pronto, não vou, não vou. Sabia que o Al Nassr não tinha dinheiro para comprar. E pronto, fiquei lá, a trabalhar", começou por contar Otávio.
"Fiquei lá a semana toda. Depois, o Al Hilal conseguiu contratar o Neymar e, quando eles conseguem mais um dinheiro para um, têm que dar mais para os outros, então o Al Nassr chegou os 60 milhões de euros. Fizeram uma nova proposta, sendo que, por acaso, foi no dia em que o Sérgio Conceição tinha sido operado aos dois joelhos. Perguntaram-me se eu ia treinar e disse que sim, que não estava fechado e se tivesse que jogar, jogava. Veio o presidente e disse que eu não precisava de treinar porque não ia jogar. E eu disse, pronto, se é assim não vou treinar. Ia treinar como titular e depois não ia jogar, de que adiantava?", questionou o médio do Al Nassr.
"O Sérgio Conceição não estava, era o Vitor Bruno que ia dar o treino. Também ele me perguntou se eu ia treinar e eu disse que sim, foi só depois que chegou o presidente e disse que estava fechado e que não ia treinar. Telefonara para o Conceição e ele, em 15-20 minutos apareceu todo f... dos joelhos, com o cateter no braço, uma azia...", lembrou Otávio.
"Quase não me deu um abraço nem nada. Eu disse 'está bem, sei que vais ficar f..., mas é a minha vida, foi bom para toda a gente e desejo-te sorte. Depois falamos melhor'. E tive que ir embora. Eu já o conhecia, sei que ele tem esse feitio. Ele só queria que eu ficasse porque queria o melhor para a equipa. Também entendo o lado dele, mas ele também poderia entender um pouco o meu", acrescentou o médio luso-brasileiro.