Recorde as principais incidências

Acabou a sequência de nove jogos sem vencer do Boavista e chegou ao fim a série de quatro jogos sem perder do Vizela. Pela primeira vez, alguém quebrou a barreira de Rubén, que ainda não tinha perdido desde que chegou a Portugal.

O Boavista viveu um final de ano complicado, com salários em atraso e a saída de Petit a lançarem um início de 2024 de grandes exigências. As notícias de que os axadrezados iam continuar sem conseguir fazer contratações não ajudaram, mas para já há um Boavista renovado sob o comando de Ricardo Paiva.

O Vizela, por outro lado, parecia estar a crescer, mas faltava ainda uma vitória a Rubén de la Barrera, não só para ganhar confiança para a segunda volta, mas também para sair da zona de descida, que funciona sempre como uma barreira psicológica no momento de finalizar uma jogada de golo evidente.

Isso ajudará a explicar as dificuldades que o Vizela sentiu para finalizar as oportunidades concedidas pelo Boavista nos primeiros minutos de jogo. Samuel Essende teve entrada inspirada, menos no ato de finalização. Aos seis minutos, rematou ao poste, com João Gonçalves ainda a fazer um desvio decisivo.

Pantera não treme

Seria natural que o Boavista padecesse da mesma condição, tendo em conta os nove jogos consecutivos sem vitórias, mas a Pantera apresentou-se mesmo inspirada em Vizela.

Abascal, que viria a celebrar os 30 anos de uma forma especial, ameaçou aos 14 minutos, mas foi o colega de posição, Vincent Sasso, a abrir o marcador, ao aproveitar uma falha de Buntic, que teve noite para esquecer.

Pelos pés de Samu, ex-Boavista, o Vizela teve mais uma grande ocasião para fazer o empate. A história do jogo teria sido certamente outra, mas há dias assim.

O mais inspirado dos jogadores vizelenses apanhou a gripe da desinpiração e a Pantera aproveitou para caçar a presa. Em contra-ataque, Tiago Morais fez o 0-2 aos 40 minutos e deixou o Boavista mais tranquilo para o intervalo.

O golo de uma vida para o aniversariante

Quando regressou ao balneário, o Vizela só podia esperar que, além de melhorias futebolísticas, a sorte mudasse para a segunda parte, mas o que aconteceu aos 52 minutos seria suficiente para tomar um banho, arrumar a mala e preparar a semana seguinte.

Atrás do meio-campo, o aniversariante Abascal fez o golo de uma vida, especialmente tendo em conta que é defesa-central. O esquerdino bateu diretamente para o fundo da baliza de Buntic, que foi surpreendido e sofreu um golo a mais de 50 metros de distância. O melhor é mesmo ver o lance. Abascal, muito provavelmente, vai ter este vídeo a passar em loop no smartphone nos próximos dias.

O Vizela criava, criava, mas não conseguia bater João Gonçalves, fundamental para manter a baliza a zeros na primeira parte. No Boavista, deu mesmo para tudo, até para o regresso de Bozenik aos golos, o que não acontecia desde 26 de novembro.

O internacional eslovaco finalizou tranquilamente de cabeça, após cruzamento de Luís Santos, e depois o Boavista acabou por baixar a intensidade e permitir várias ocasiões ao Vizela. Não valeu de muito, mas depois de tanto tentar, Essende acabou mesmo por reduzir o marcador. O famoso golo de honra.

Homem do jogo Flashscore: Rodrigo Abascal (Boavista)