Paulinho Cascavel vê em Gyökeres avançado raro e elogia épocas de Sporting e Vitória SC
Melhor marcador do principal campeonato português nas épocas 1986/87, com 22 golos ao serviço dos vimaranenses, e 1987/88, com 23 golos pelo conjunto de Alvalade, o antigo ponta de lança realçou que o internacional sueco de 25 anos, autor de 20 golos e nove assistências em 24 jogos oficiais, se distingue pelo quanto “ajuda a equipa”.
“É muito bom ponta de lança. Ajuda muito a equipa. É um jogador muito regular. Não é aquele jogador que marca um golo e desaparece. O Sporting está bem servido de ponta de lança. É aquele avançado que hoje não se vê muito. É um jogador de área, que se esforça muito”, frisou, à margem de uma campanha de solidariedade a que deu rosto, em Guimarães.
Autor de 48 golos em 110 jogos oficiais pelo Sporting, o brasileiro de 64 anos reconheceu ainda que Gyökeres é um avançado com “características diferentes” das que exibiu pelos ‘leões’ entre 1987 e 1990, revelando-se “mais lutador”, num tempo em que o futebol se joga com “mais velocidade e agressividade”, com “muitas marcações e espaços reduzidos”.
Paulinho Cascavel considerou também que a equipa treinada por Rúben Amorim, líder da Liga, com 43 pontos, é a “mais equilibrada e estruturada” até agora, estando pronta para lutar pelo título até ao fim.
“O Sporting é a equipa mais estável, com o futebol mais padronizado. Tem jogado um bom futebol no campeonato todo. Está bem lançado para lutar pelo título, ao contrário das minhas épocas. Às vezes, chegávamos a dezembro e já estávamos afastados do título”, disse, a propósito do clube lisboeta, pelo qual venceu a Supertaça, em 1987.
Radicado no estado de Paraná, no sul do Brasil, o antigo ponta de lança encontra-se em Guimarães há cerca de um mês e assistiu, ao vivo, a três jogos do Vitória, formação que, no seu entender, está a fazer uma “ótima época”, ocupando o quinto lugar da Liga, com os mesmos 33 pontos do quarto classificado, SC Braga.
Paulinho Cascavel considerou ainda que a equipa vimaranense é “bem comandada” pelo treinador Álvaro Pacheco, o quarto numa época que poderia “não correr tão bem”, face à instabilidade técnica, e disse ter sentido “um ambiente muito bom” quando visitou o plantel, em dezembro.
O antigo jogador de Vitória e de Sporting, mas também de FC Porto, com o qual se sagrou campeão nacional com dois jogos em 1984/85, e de Gil Vicente, assumiu o desejo de ver o clube de Guimarães lutar, no mínimo, pela quarta posição na Liga.
“O nosso campeonato é lutar pelo quarto lugar. O SC Braga está bem estruturado e tem uma equipa muito forte, que se pode bater de igual para igual com todos os plantéis ‘no papel’. O quinto lugar tem de ser garantido. Espero que lute pelo quarto ou até pelo terceiro”, disse o autor de 60 golos pela equipa da ‘cidade berço’ entre 1985 e 1987.
O ex-ponta de lança apadrinhou hoje a apresentação de uma tinta batizada de ‘Paulinho Cascavel 9’, uma síntese das cores preta, branca e amarela produzida por uma empresa de Guimarães, com 5% das vendas a reverterem para a Associação de Paralisia Cerebral de Guimarães.