Portimonense ataca Boavista: "Incumprimento salarial coloca em causa integridade da competição"

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Portimonense ataca Boavista: "Incumprimento salarial coloca em causa integridade da competição"

Sérgio Vieira foi apresentado como treinador do Boavista
Sérgio Vieira foi apresentado como treinador do BoavistaPortimonense SAD
Rodiney Sampaio, presidente da SAD do Portimonense, veio a público criticar a situação atual do Boavista e mostrou que a equipa algarvia, que desceu no play-off à Liga 2, está atenta ao clube axadrezado perante um cenário de possível manutenção na secretaria.

Dentro de campo, as coisas não correram bem ao Portimonense. Depois de terminar a Liga Portugal no 16.º lugar, o conjunto algarvio perdeu o play-off com o AVS e desceu à Liga 2, após sete temporadas consecutivas no primeiro escalão.

No entanto, em Portimão ainda há quem acredite na continuidade na Liga Portugal. Nomeadamente o presidente da SAD, Rodiney Sampaio, que enviou um comunicado à imprensa a criticar a situação do Boavista, que terminou logo acima, no 15.º lugar, e solicitou a ação da Liga Portugal.

Depois de lembrar que "o Portimonense e os investidores (acionistas) são rigorosos cumpridores de todas responsabilidades e obrigações", Rodiney Sampaio disparou críticas à equipa do Bessa.

"O caso do Boavista merece a atenção do Portimonense como deverá merecer a atenção de todos os clubes e entidades desportivas nacionais", pode ler-se.

Rodiney Sampaio solicita que não se favoreçam "os infratores" e garante: "Vamos ficar atentos a tudo para o bom do futebol português"

Independentemente da situação, o Portimonense já apresentou um reforço para a próxima época e oficializou ainda a contratação do técnico Sérgio Vieira.

As declarações do presidente da SAD do Portimonense:

O Portimonense e os investidores (acionistas ) são rigorosos cumpridores de todas responsabilidades e obrigações em todos aspetos. Sabemos que o futebol profissional hoje exige o máximo rigor em todas as áreas, nomeadamente, e especialmente financeiro.

Temos infraestruturas e estádio de topo, sem dívidas e com saúde financeira. Cumprimos todos os nossos deveres e obrigações com a  segurança social, Autoridade Tributária, seguros, salários, clubes e fornecedores.

Não fazemos nada mais que a obrigação e dever que deve pautar todos os clubes e sociedades desportivas.

É difícil falar sobre o Boavista. É um clube histórico e já foi campeão nacional, mas a verdade é que o sucesso desportivo de outros anos se confunde com o avolumar de dividas e polémicas.

Incumprimento reiterado no pagamento de salários comprovados que já resultaram em procedimentos disciplinares onde foram condenados por não apresentarem em tempo os comprovativos de pagamento de salários a funcionários. Jogadores que apresentaram rescisão de contrato por salários em atraso. Incumprimentos diversos junto das instâncias internacionais sendo público que se encontram impedidos de inscrever jogadores pela FIFA.

O caso do Boavista merece a atenção da Portimonense como deverá merecer a atenção de todos os clubes e entidades desportivas nacionais. O incumprimento salarial coloca em causa a integridade da competição. Os pressupostos financeiros e a sua verificação antes do inicio da época desportiva procura oferecer um garante que a competição se desenrolará da melhor forma. A Liga não pode correr o risco de ter greves e ou jogadores com salários em atraso na principal competição portuguesa enquanto negoceia o maior contrato de direitos televisivos da história do futebol português.

Compete à a Liga e a Federação avaliar se os clubes que já são reincidentes por anos cumprem os mínimos requisitos para honrar a maior competição nacional.

A Liga tem feito um trabalho extraordinário para o bem do futebol português e pela economia do pais, é de louvar o trabalho que estão a fazer reconhecido mundialmente. Legitimar salários em atraso, impedimentos de inscrição, manobras financeiras é legitimar que todos os outros Clubes e Sociedades Desportivas comecem a fazer das más práticas no futebol uma nova tendência.

Não se pode favorecer os infratores em hipótese alguma e não se pode admitir que anualmente se façam novos acordos com a Segurança Social e Autoridade Tributária. Acordos em cima de acordos que prejudicam o erário público. Acordos que à partida se sabe que não serão cumpridos.

Clubes com salários em atraso meses e meses, acordos ficcionados com a Segurança Social e Autoridade Tributária, dividas a outros clubes ou, e porque também os há, clubes “de casa às costas”, sem instalações de treino ou estádio. Os clubes quando participam nas Ligas Profissionais sabem perfeitamente o que é legal e moral e suas obrigações e deveres. Como podemos atrair adeptos aos estádios se os adeptos nem sabem onde o seu clube vai jogar na época desportiva seguinte?

Como podemos validar Clubes que pedem a clubes estrangeiros para pagar os valores em “contas de terceiros” – como foi o caso de Bozenik para o Sevilha? Como podem as entidades reguladoras desportivas nacionais validar que os salários dos jogadores sejam pagos em numerário e ou através de empresas veículo? Como pode ser aceite que toda a receita de uma sociedade desportiva esteja transferida para empresas veículo e assim lesando credores – entre eles o estado? A Liga exerce funções delegadas da Federação Portuguesa de Futebol. Não pode uma instituição de utilidade pública nacional validar a fuga ao pagamento de impostos através de manobras financeiras e jurídicas.

O Futebol deve privilegiar a informação transparente. A proveniência dos fundos tem que ser clara e não podem os TOC’s das sociedades desportivas assumir que o pagamento feito por terceiros confere um pagamento nos termos dos contratos de trabalho sob pena de eles próprios responderem em tribunal por falsas declarações.

Vamos ficar atentos a tudo para o bom do futebol português. 

O nosso projeto continua e acreditamos que justiça será implacável".