Rui Costa promete aposta em reforços e segura Schmidt: "Nunca farei dele um bode expiatório"
Continuidade de Roger Schmidt: "Acho que estão reunidas as condições para continuar a ser treinador do Benfica, Roger Schmidt vai continuar a ser treinador do Benfica. De resto, nunca houve da nossa parte uma notícia contrária a isso e se não considerasse que ele tivesse todas as condições para continuar a ser treinador evidentemente a minha opção seria até mais fácil, mais populista, mas acredito na estabilidade do projeto, acredito no treinador que já deu mais do que mostras da qualidade dele. O que foi feito na época passada não pode ser obra do acaso. Este ano efetivamente houve coisas que não correram como esperávamos e desejávamos, acabámos a temporada aquém do que eram as expectativas iniciais mas não faço nem nunca farei deste treinador um bode expiatório porque não foi o único responsável. Terá as suas responsabilidades também, como é óbvio e inerente, mas não é o único responsável de todo e o que nos importa agora é criar as condições necessárias e internas para que ele possa fazer o mesmo trabalho que fez há um ano e é com ele que tenho a máxima convicção de que iremos conquistar títulos no próximo ano. E é nesse sentido que já estamos a trabalhar há imenso tempo, para emendar o que não foi bem feito este ano, e para que possamos entrar na próxima época da mesma forma que entrámos há um ano".
O que há a corrigir: "Se considerássemos que a responsabilidade e a época não tão positiva como há um ano tivesse sido meramente, inteiramente da responsabilidade de Roger Schmidt, talvez a situação seria outra, ou se achasse que não tivesse condições para continuar. Este ano, e não vale a pena esconder, não tivemos o mesmo acerto em termos do input que demos à equipa. Este ano não conseguimos ter o mesmo sucesso, sobretudo imediato, face à adaptação de jogadores, menor convencimento de jogadores inicialmente. Há um ano, se bem se recordam, praticamente desde a primeira jornada Roger Schmidt acertou no onze e o onze foi andando durante a época toda. Este ano tivemos vários problemas para resolver desde o início até ao fim da época e é aqui que considero que não seja meramente culpa de Roger Schmidt. O trabalho foi feito em conjunto. Efetivamente há coisas que não correram bem, não acertámos e temos que assumir. Eu em primeira pessoa assumo essa responsabilidade. E daí dizer que nos resta agora criar as mesmas condições que criámos há um ano para desempenhar o trabalho que tivermos para desempenhar. É um treinador que trabalha com o Benfica de corpo e alma, não vale a pena estar aqui a referir. Vocês ao longo deste tempo foram anunciando até alguns clubes que o podiam pretender. É uma pessoa muito honesta e se o próprio não considerasse ter condições para fazer o trabalho que esperamos e que acreditamos que venha a ser feito, acredito que até tivesse sido o próprio a assumir isso. Para quem trabalha com ele diariamente, convive com ele e para quem consegue perceber a paixão e entrega que tem com este clube e trabalhando diretamente com a equipa, e vocês têm esses testemunhos e até testemunhos de quem já saiu, do comportamento que tem para com os jogadores e os jogadores para com ele, nós confiamos plenamente que ele terá todas as condições para fazer um bom trabalho".
O que há a corrigir: "O que aconteceu há um ano, de chegar ao Benfica desconhecendo praticamente todos os jogadores, ter feito o trabalho que desenvolveu não pode ser obra do acaso, não pode ser casualidade. Conhecemos perfeitamente o valor deste treinador e entendemos que para dar uma estabilidade ao clube e à equipa, o Benfica não pode constantemente assim que não ganha o campeonato mudar tudo o que está envolvido, fazer quase um reset de tudo. Não consegue com isso nenhuma estabilidade para atacar títulos como temos de atacar. Têm sido assim os últimos do Benfica, o historial tem mostrado isso, e é nessa parte que confio plenamente que possamos ter sucesso. Não significa que o facto de eu considerar que a estabilidade passa pela manutenção do treinador, seja ad aeternum. Mas neste momento, com tudo o que foi feito nestes dois anos, com uma remodelação quase completa do futebol profissional do Benfica, este ano não correu na perfeição, temos de reconhecer, emendar os erros, proporcionar ao treinador que possa ter em mãos o que não teve este ano e muitas vezes teve de improvisar ainda até prejudicado com isso. Mas até nesse aspeto eu confio plenamente neste treinador. E por que razão? É raro um treinador que está num clube e que prefere mesmo em termos comunicativos ser prejudicado ele, dar a cara ele, do que propriamente atacar o clube por esta ou aquela razão. Ele está completamente inserido no clube, com a máxima vontade de refazer o que não foi feito este ano. Houve muitas lacunas efetivamente. Desde logo em termos de mercado, não conseguimos ter o mesmo impacto que tivemos há um ano. Jogadores que chegaram no ano do título e tiveram um impacto imediato".
E se Schmidt saísse a custo zero: "Não gostava de falar de situações que não estão colocadas. Não há essa situação e acredito até – e isso é a minha visão da pessoa, porque muito se fala do contrato e de que uma das razões para o Benfica não mudar de treinador tem a ver com o contrato – que não estivesse na cabeça dele cobrar os dois anos de contrato, se quisesse mudar agora de treinador. Mas não é uma situação que se coloque, até porque, como disse, numa conversa franca que tivemos a vontade dele é expressa, de grande dinamismo, para que a próxima época corra melhor. Está de corpo e alma neste clube, rejeitou muitas coisas para poder ficar no clube, não adianta falar de quantas coisas ou de quem rejeitou para continuar, porque acredita planeamento que pode voltar a fazer o que fez há um ano. Nem sequer se falou disso, não se colocou essa questão em cima da mesa".
"Uma das razões de Grimaldo não ser convocado para a seleção era porque estava lá Bernat"
Garantias de Roger Schmidt: "As garantias que ele me dá é através do trabalho dele, que conheço bem e o que ele fez há um ano. Esta equipa não teve o equilíbrio que teve a que venceu o título e uma das diferenças basta olhar para os jogos de preparação até o momento da época ele fez o mesmo número de substituições, o mesmo número de jogadores, criando rotinas e modelo de jogo e foi empolgante em dois terços da época. Mas este ano não foi possível manter a bitola. Em relação aos laterais, nós partimos para a época com dois laterais esquerdos e um lateral direito, não inventámos nada. Nós só tínhamos um lateral-direito, mas um joker que é Aursnes. Tivemos um problema de adaptação de Jurásek, estava a demorar a adaptar-se à responsabilidade de jogar no Benfica e tivemos um jogador credenciado como Bernat. Ele chegou com um problema em fase final de recuperação de uma lesão muscular e depois de ser extremamente avaliado. Mas o facto é que nunca tivemos Bernat. Ele chega ao Benfica com cinco anos de Bayern, do PSG, campeão da Europa… ele chega ao Benfica com mais cartel do que quando Grimaldo saiu do Benfica. Uma das razões de Grimaldo não ser convocado para a seleção espanhola era porque estava lá Bernat! Não estou a dizer que é melhor ou pior, mas não tendo Bernat durante um ano com lesões que foram raras na carreira dele, a certa altura da época e por infelicidade nossa Bah fez meio campeonato, e deu o caso de estarmos durante a época sem laterais de raiz, obrigando Schmidt a improvisar. Isto foi um erro crasso, assumido e que nós teremos de alterar. Todas estas circunstâncias impediram que as rotinas que tivemos no primeiro ano acabassem por ser inseridas este ano. Foi quase mexer na equipa constantemente para dar equilíbrio face às nossas falhas. Se calhar devíamos ter feito mais e não conseguimos, tivemos muitos problemas, obrigámos o nosso treinador a improvisar e ser contestado sem ser responsável por isso. Não posso considerar que Schmidt seja o bode expiatório porque não foi só uma questão técnica".
Exigência dos adeptos: "Acredito que este ano tenha sido um ano de grande frustração pelo facto de as expectativas terem sido bem altas, pelo facto de termos sido campeões nacionais e começado a época com as expectativas lá em cima, começámos a ganhar a Supertaça, tínhamos trazido reforços de peso, o que permitiu pensar que a época fosse mais vitoriosa - e queríamos que fosse mais vitoriosa – que no ano anterior e, portanto, houve efetivamente frustração grande por parte dos nossos adeptos dentro da exigência que é natural no Benfica, conhecendo a casa sei perfeitamente o grau de exigência que existe ao representar este clube. Houve exibições que não agradaram, não satisfizeram e elevaram a crítica, crítica que respeito, como é óbvio, mau era se assim não fosse, mas que no fundo, como disse Roger Schmidt e como eu digo sempre, é evidente que quem está nesta posição, quem está dentro do campo, quem está como treinador e quem está como sócio, o que mais pretende para o clube é que o clube esteja unido. De certa forma, este ano na parte final isso aconteceu, nomeadamente quando o título já era uma miragem, a desilusão de sair dos quartos de final da Liga Europa também aconteceu. Tem de se aceitar que os adeptos tenham contestado e criticado a época, mas o que é certo é que vamos partir para uma época nova e tenho a certeza de que não há nenhum benfiquista que não queira começar bem e começar a lutar pelo título e que haja essa divisão quando a época começar. É a minha convicção e o meu apelo, porque, evidentemente, só todos juntos podemos alcançar alguma coisa e sabemos o quanto valemos todos juntos. Este ano houve episódios que não foram bonitos, é inegável, aceito e respeito, mas acredito que haja um limite para as contestações e que não beneficiam ninguém, principalmente quem está dentro do campo".
Kokçu: "Se me perguntarem pessoalmente o que considero de Kökçü, digo que gosto ainda mais dele hoje do que o que gostava há um ano quando o vi. É um jogador com características fantásticas, qualidade fantástica e que não conseguiu expressar ao máximo o seu potencial. Mas acho que é inequívoco e que todos consideram que Kökçü é um jogador de nível elevadíssimo. O dinamismo da equipa, a forma de jogar da equipa não beneficiou muitas vezes as suas principais características mas isso também faz parte de todos os jogadores. E não esquecer que há aqui o aparecimento de um miúdo que acabou por se afirmar de uma forma clara, que se chama João Neves, e nós não conseguimos meter 14 jogadores em campo. Isso não invalida que estejamos perante um jogador de enormes qualidades e que tenho a certeza que terá um futuro brilhante porque tem caráter, tem carisma, tem qualidade. É um ativo do Benfica e temos todo o orgulho nisso".
Declarações de Kokçu: "Em relação ao Kökçü, tanto joga a 8 como a 10, são duas posições que conhece na perfeição. E naquele momento, independentemente da entrevista, não era aqui que estavam as lacuna do Benfica. As lacunas do Benfica não se prenderam com aquela posição, onde tivemos variadíssimas opções, boas e válidas. No meio-campo, a determinada altura, Schmidt encaixa Florentino e João Neves e funcionou. Rafa funcionava e era uma questão de estar a jogar quem estava melhor. Essa decisão cabe ao treinador. Di María? Tudo o que é Benfica é empolado. Não digo que seja correto, mas ele não é o primeiro nem será o último jogador que numa substituição sai ofendido. Eu quando jogava também saí ofendido ou chateado, isso não implica que traga consequências futuras. Nenhum treinador fica limitado, porque não o pode tirar porque ele fica chateado. Não é bonito de se ver mas garantidamente não teve consequências futuras e nem foi tema".
"Quantos treinadores estrangeiros não falavam português e foram condenados por isso?"
Rui Costa critica imprensa: "Em relação à Comunicação Social, faço um parêntese. Não estou a dizer que ele esteja errado no que diz, mas se olharmos para o que é a CS posso dar um caso flagrante em relação a Roger Schmidt: quantos treinadores estrangeiros passaram por Portugal que não falavam português e foram condenados por isso? Houve um boicote na conferência de imprensa. Não é bonito também pensar que por ser do Benfica essa exigência tem de ir ao extremo. Se me perguntam se os benfiquistas gostariam de ouvir o treinador falar português, é natural que sim. Falamos de um homem alemão, que não fala português, mas nunca houve uma guerra tremenda porque o treinador não fala a língua do país. Sobre a boa época, tenha a plena consciência, que qualquer época em que o Benfica não seja campeão não é uma boa época. O que ele quis dizer, até pela conversas tidas internamente, provavelmente é o que eu também digo: ganhar uma Supertaça não é uma boa época para o Benfica, mas também não façamos desta época a pior de sempre do Benfica, que é aquilo que parece estar no ar e não é uma realidade. Não quer dizer que eu não assuma e não dê a cara por uma época que não foi de todo positiva, porque o Benfica numa época positiva não se limita a ganhar uma Supertaça, mas não se transforme esta época numa catástrofe do clube porque não é uma realidade. Ele não conhece o finalizar de cada época para saber qual é a reação das pessoas ao longo da história. Vindo de fora, na opinião dele, não está feliz pelo que foi feito mas não se pode transformar na melhor catástrofe".
Saída de Vlachodimos: "A seguir ao jogo com o Boavista. O Vlachodimos, tenho maior respeito por ele. Tenho uma ligação bem forte com ele, trabalhei com ele muitos anos e merece todo o meu respeito. Deu-nos muito e tenho todo o respeito por ele. Vai ao encontro do que disse há pouco da pessoa Roger Schmidt que temos dentro da casa e da forma como ele trabalha, ele sai publicamente prejudicado por algo que não tem responsabilidade. Ainda cheguei a ver em alguns meios que o Vlachodimos percebe que não vai jogar, não lhe agrada e pede para não ir para o banco. Com um mês de mercado, a ideia inicial nem era ele sair. A ideia era ficar com Trubin, com o Samuel e com o Vlachodimos. Mas para acabar com um problema que pudesse ser criado mais para a frente, se chegasse uma proposta, como chegou, que o melhor para ambas as partes, era ele aproveitar essa oportunidade e sair".
Contestação dos adeptos no jogo com o Farense e declarações de Schmidt: "Falámos sempre a cada situação passada. Falámos sempre e analisámos tudo. Custou-me muito, não a contestação, os assobios, mas o dia do jogo com o Farense em casa. Provavelmente, por não estar habituado. Extrapulou-se a contestação. Não vou esconder a irritação com que o treinador estava. Foram ultrapassados limites, custou-lhe aceitar isso. E temos de aceitar que lhe tenha custado. Foi a pessoa que levou com a garrafa e não foi agradável. Temos de aceitar também, que são seres humanos, que pode haver um momento de alteração".
Ambiente entre adeptos e Schmidt: "Vamos recuar no tempo: seria mais populista, fácil e ágil mudar. Mas isso não traz benefícios ao clube começar tudo do zero outra vez, digo isto porque este treinador já mostrou qualidade. Há um ano ano atrás era endeusado por toda a gente, isso é sinal de que fez algo bem e feito e que dá garantias de odre repetir esse feito. Se não começar bem e temo que as coisas possam descambar: não tenho a menor dúvida que se trocar de treinador e as coisas não correrem bem eu seria o primeiro a ser julgado. Esta decisão foi tomada é unicamente o que acho que é o melhor. Acredito que os adeptos vão iniciar a época com a crença e o apoio que precisamos. O Benfica é o melhor clube do mundo quqndo está toda a gente junta. Quando a família está unida é muito mais difícil para o adversário. Esta decisão é em prol disso. Nada garante que um treinador novo me dê outras soluções e acredito que este treinador tem. Temos de preparar época de forma diferente, melhor, dando todas as condições para lutar por títulos".
Ambiente mais difícil se a época não começar bem: "Não digo que tenhamos de mandar as coisas para trás das costas, mas digo que vamos começar do zero a temporada. É necessário que comecemos a temporada num bom espírito com convicção do que podemos fazer este ano, lutar por títulos. Se não acreditasse que Schmidt parte do projeto do Benfica, percebendo o que funciona melhor… nós esquecemos o que foi bem feito e apontamos ao mal feito. Toda esta conjuntura faz-me acreditar que temos a pessoa certa, que não tivemos um ano em conjunto que nos permitisse estar aqui com um sorriso, mas vamos voltar a sorrir com Schmidt".
Elogios a Schmidt: "Muito depressa esquecemos as coisas que são bem feitas e apontamos sempre às coisas mal feitas. Não vou viver a vida toda a pensar no primeiro ano ou nos primeiros oito meses dele, em que foi tudo às mil maravilhas. Mas a forma como ele trabalha dá-me essas garantias de qualidade, de estar envolvido no projeto do clube, caso contrário jogadores como António Silva e João Neves estávamos aqui a vê-los a passar de um treino da equipa B ou dos sub-23. Chegou, percebeu as necessidades do clube, não tem medo de apostar nos nossos jogadores e toda esta conjetura faz-me acreditar plenamente e cegamente que temos a pessoa certa. Não tivemos um ano em conjunto que nos permitisse estar aqui com um sorriso, mas acredito que nos vai voltar a dar esse sorriso".
"O Benfica não vai investir todos os anos 100 milhões de euros"
Mercado de transferências: "O Benfica investiu 100 milhões em ativos, não lançou os atirou à rua. Há esse estigma da quantidade de dinheiro investido. Temos a convicção que a prioridade será sempre desportiva, quando se investe é a pensar em resultados desportivos. O Benfica tem jogadores jovens que serão mais valias desportivas e talvez mais tarde financeiras, mas a prioridade será sempre desportiva. Tentámos contratar jogadores em janeiro que acreditamos serão mais valias no futuro, como Marcos Leonardo que eventualmente se vai impor. Investimos e não ganhámos, não posso fugir a isso, mas não investimos para meses, investimos em ativos para o clube. Benfica não vai investir todos os anos 100 milhões de euros. Fizemos uma redução de ativos nos últimos anos, procurando criar um núcleo de jogadores, protegidos por jogadores mais experientes como Otamendi, Di María, João Mário, Aursnes, criar um núcleo de ativos válidos desportivamente, jovens de grande valor que possam ser uma mais valia para o clube desportiva e só mais tarde financeiramente. Se virem a média de idades do clube, percebem que a renovação teve um sentido. Quando se fala dos 100 milhões, percebo o adepto e o próprio jornalista quando refere que 100 milhões é para ganhar tudo, mas muitos destes investimentos são para o futuro. Tivemos o propósito de antecipar mercado".
Estilo de jogo e jogadores contratados: "Quanto ao mercado, assumo essa responsabilidade, não deixa de ser verdade que não há nenhum jogador que chegue ao Benfica que não passe por todas as áreas e departamentos. Também não é verdade que não tenha sido analisado quer por mim, quer pelo scouting, quer pelo treinador. Não chega nenhum jogador ao Benfica que não tenha essa análise global, completa e só daí advém a contratação. Dito isto, mais do que o perfil do jogador, os treinadores têm as suas ideias, as suas filosofias, perfil de jogo, mas não significa também que não as consigam alterar. Onde o Roger Schmidt mostrou muita qualidade foi no PSV, naquele PSV que acabámos por eliminar, que tinha jogadores com características completamente diferentes daqueles que teve no ano do título do Benfica. No PSV jogava com dois alas abertos, aqui jogou com dois interiores, Os pontas de lança com que trabalhou no PSV e no Leverkusen não tinham as características do Gonçalo Ramos. Tenta-se escolher um perfil de qualidade, mas não significa isso que todas as aquisições tenham de ser um Grimaldo desta altura, com capacidade de drible e tem de vir um exatamente igual. Uma da estratégia de contratar o Jurasék era dar consistência maior às laterais, sendo um jogador mais à imagem de Bah do que propriamente do Grimaldo, para dar mais liberdade ofensiva aos jogadores que tínhamos no plantel. Não significa que o jogador que entra que tenha de ter as mesmas características. Por vezes é difícil de acontecer. Temos de nos moldar".
Continuidade de Di María: "Di María, assinou por um ano - e o que vou dizer, não o vai deixar chateado - , assinou um ano, porque na cabeça dele, queria terminar a carreira na Europa onde começou (no Benfica), e depois terminar na Argentina. Por razões que vocês conhecem, que foram públicas, esta posição da Argentina já nao está tão delineada quanto isso. Para a semana iremos ter uma reunião com o representante do Di María, onde iremos perceber se continua mais um ano ou não. Não consigo dizer hoje se fica ou não fica. Temos essa esperança, mas para o início da próxima semana teremos uma reunião decisiva para decidir isso".
João Neves a dar a cara no final do Clássico no Dragão: "Tenho a maior confiança em quem decide. Vi muita gente preocupada pelo facto de ter sido João Neves a falar nesse jogo. Naturalmente deveria ter sido Otamendi, capitão, mas estava castigado, tinha sido expulso, não o podia fazer. Em relação ao João Neves, deixe-me dizer que vocês não conhecem a personalidade deste rapaz, o perfil no balneário e posso dizer que é marcante, é um líder nato, e tenho a certeza de que a posição do João a falar naquele jogo é também uma mensagem para dentro. Mostra a importância que ele já tem no balneário. Ninguém vai esquecer esse jogo, qualquer um podia ter dado a cara, ter sido o João não o incomodou, antes pelo contrário. Com certeza o João agradece a preocupação, mas o facto de ter ido o João, a mensagem interna para o balneário tem um significado muito grande e sabemos qual: é um jogador com muito peso no balneário. É a imagem do que queremos um jogador no Benfica".
Incursão ao mercado: "Permitam-me que, apesar de estar aqui com total disponibilidade para responder a tudo aquilo que vocês perguntam, haja aqui coisas que ainda não tenham resposta, como é o caso. Nós não mandamos no mercado, temos as nossas ideias para aquilo que vamos atacar no mercado mas não mandamos nele. Portanto, o mercado só agora vai começar a funcionar e só dentro deste rol de movimentações que vai haver no mercado internacional nós conseguimos perceber quem sai ou quem entra. Quem entra a gente já tem alvos, como é óbvio e como devem calcular, acreditamos que possam vir a melhorar bastante a nossa equipa. Agora, quem sai vai depender muito do mercado e daquilo que forem as ofertas do mercado num ano que vai ser até um bocadinho atípico pois é ano de Europeu e há muitos clubes que esperam pelos Europeus para tirarem as suas conclusões. Adianto que não será o nosso caso pois os nossos alvos estão todos mais ou menos identificados e iremos atacar assim que pudermos. Mexidas com certeza que irá haver. Esperemos que não sejam muitas, mas irá haver".
"Não é normal no Benfica o ponta-de-lança não ultrapassar os 10 golos numa época"
Falta de golos dos avançados: "Não é normal numa equipa como o Benfica o ponta-de-lança não ultrapassar os 10 golos numa época. Indiscutivelmente também foi um problema que sentimos na equipa e por isso essas tais rotações de avançados à procura da melhor solução, quer para fazer golos quer para se inserir com o resto da equipa. Não significando isto, e repito e quero deixar bem claro, que seja por ausência clara do jogador mas muitas vezes por adaptações ou o que quer que seja. Recordo que o Darwin quando chegou ao Benfica, o primeiro ano não foi tão produtivo como o segundo. O próprio Gonçalo Ramos quando partiu para a época passada como titular a número 9 havia muita dúvida de muita gente se estava pronto pois na época anterior tinha feito meia dúzia de golos. Portanto é uma exigência muito grande jogar neste clube e há posições muito críticas, esta é uma delas. Inegavelmente foi um dos problemas que tivemos neste ano, os golos da nossa estrutura atacante para não ser de um jogador só pois chegámos a ter quatro, com o Musa. Foi uma lacuna que tivemos e que prejudicou o resultado global dos objetivos que tínhamos para a época. Não estou em condições hoje de vos dizer quem sai ou quem não sai, estou em condições de vos dizer que a equipa será reforçada meticulosamente para ser muito mais forte do que aquilo que foi neste ano".
Continuidade de António Silva e João Neves: "Todos os jogadores do Benfica terão mercado com toda a certeza. Jogar com esta camisola oferece mercado e, por outro lado, temos muitos jogadores de eleição e que naturalmente irão ter mercado. Agora resta saber se é um mercado que nos interessa a nós ou não".
Gyökeres: "Bom, estamos aqui no Benfica Campus e tenho muita coisa para falar sobre o Benfica para estar a falar dos outros clubes. Normamente, pautamo-nos por falar de nós e não dos outros. Queria-me cingir um pouco a isso... estar a falar dos avançados do Sporting para fazer comparação com os avançados do Benfica... Sinalizados pelo scouting do Benfica estão centenas de jogadores. Resta saber se naquele momento precisamos ou não de alguém para aquela posição. Falou-se tanto desse caso, que o tínhamos sinalizado e perdemos. Nós nunca atacámos porque na altura não precisávamos pois tínhamos o Gonçalo Ramos, que sai muito depois de o Sporting o ter contratado. Nem sequer é uma questão. Se calhar se for ali aos armários do scouting tem lá o Messi refenciado há uns anos quando estava na equipa B do Barcelona. Muitas vezes fala-se das coisas como se fosse um erro brutal, nem sequer se colocou isso em questão porque naquela altura não precisávamos de um avançado porque tínhamos o Gonçalo Ramos, ponto final parágrafo. Há muitos jogadores referenciados que não chegam ao Benfica e depois chegam a clubes grandes, como acontece com todos os outros clubes. Isso é algo normal pois não se pode comprar toda a gente".
"Não quero que Roger Schmidt seja o meu Rúben Amorim"
Schmidt como Rúben Amorim: "Eu não quero que Roger Schmidt seja o meu Rúben Amorim, quero que Roger Schmidt seja o treinador do Benfica de sucesso. Não sou o clube, sou o presidente do clube e tenho que tomar as decisões que considere as melhores para o clube. Posso estar errado, como errarei muitas vezes, como é natural, mas não quero que ninguém seja o meu treinador. Sou eu que tenho de tomar essas decisões e assumo-as, como assumo os erros que forem cometidos".
Eleições: "As eleições é tudo o que menos me preocupa... Ponto número um, estamos a falar de eleições que serão em outubro de 2025. Ponto número dois, estarei nesta cadeira até considerar que posso ajudar o clube e não agarrado a uma cadeira à qual nunca me agarrei. Tenho uma paixão, carinho e amor enorme por este clube e serei sempre o primeiro a levantar a mão se considerar que não consigo ajudar este clube. Depois disso a única coisa que quero é que a pessoa que se sentar nesta cadeira seja bem melhor do que eu para levar o Benfica às vitórias que irei festejar no Marquês também como adepto. Esse é o menor dos meus problemas, nunca poderei estar a pensar nas eleições quando tenho tanto a fazer até lá. Só poderei pensar numa situação do género se considerar que não consigo ajudar o Benfica a conquistar aquilo que toda a gente ambiciona para o clube. Os adeptos do Benfica podem estar aliviados porque essa é a minha grande alma, não estar preso a nada a não ser o amor que tenho a este clube".
Saída de Rafa Silva: "Fizemos tudo aquilo que podíamos fazer para manter o Rafa, como tínhamos feito tudo para manter o Grimaldo. Eram dois jogadores de peso no plantel e de rendimento altíssimo, seria descabido se não tivéssemos feito tudo o que estava ao nosso alcance para os tentar manter. Agora respeitamos que esse nosso máximo para os tentar convencer possa não ser o suficiente, pela idade, altura das suas carreiras e disposição mental, para procurarem outros desafios com mais ou menos dinheiro. Cabe a cada jogador decidir. Fizemos tudo o que estava ao nosso alcance, mas se não é suficiente a única coisa que podemos fazer é respeitar e agradecer pelos anos que deram ao clube. No fundo, quando partimos para esta época havia a situação do Rafa se ficava ou não. Foi decisão nossa em conjunto com ele ficar mais um ano e acabámos por não continuar a relação, respeitando plenamente aquilo que Rafa deu ao Benfica. Tem um contrato para fazer fora de Portugal, que neste momento para a carreira e vida dele é mais importante. Desejar-lhe as maiores felicidades".
Continuidade de João Neves e António Silva: "Temos criado aqui dos maiores talentos que Portugal tem visto nos últimos anos. O António e o João são disso um bom exemplo e tenho a certeza absoluta que atrás deles virão mais. Apelidamos o Benfica Campus de fábrica de talento e assim esperamos continuar. Quanto à retenção do António e do João, tem-se falado muito mas até ao dia de hoje não há nada de concreto que possa divulgar. O mercado ainda não começou a mexer para se poder avaliar o que quer que seja. Agora, não é o Benfica que tem de vender jogadores, é qualquer clube português. Esta é uma velha história que todos os anos tem de ser repetida. A verdade é que não há nenhum clube português que seja capaz de sobreviver sem vendas. O que procurei fazer desde que entrei aqui no Benfica é que essas vendas sejam o mínimo possível. Fazer o máximo de encaixe financeiro possível para sair o menor número de jogadores possível. Tudo faremos sempre para não incumprir com o fairplay financeiro, com os exercicios do clube, nunca irei meter o clube em risco financeiro como já sucedeu há uns anos e não quero repetir. Não sou nenhum louco! Investi os 100 milhões de euros mas com um propósito. Não penso que o próximo que vier que feche a porta. Jamais farei uma coisa dessas ao meu clube. Portanto, como estratégia vender sim porque é necessário, porque todos os clubes têm necessidade de o fazer, mas sempre o mínimo possível. O suficiente para permitir enfrentar a época sem correr riscos de tesouraria nem de incumprir o fair play financeiro".
Saídas no scouting: "É natural que se preocupem, é sinal de que vivem o clube. Mas que não se confunda quando digo que falhámos algumas adaptações de jogadores. Ouviram-se movimentações sobre o scouting do Benfica porque é do Benfica, não se costuma ouvir sobre estes temas noutros clubes. Desejo a maior felicidade ao Pedro, que se foi agora embora, mas é um sinal de que o scouting do Benfica está a fazer alguma coisa boa, caso contrário os clubes não vinham cá contratá-los a peso de ouro".
Álvaro Carreras e Leandro Barreiro confirmados
Álvaro Carreras e Leandro Barreiro: "O Álvaro está confirmado, é mais um daqueles talentos em que temos muita esperança de que tenha uma carreira muito digna. O Leandro (Barreiro) também é jogador do Benfica. É um médio muito rotativo, muito dinâmico e vem completar o meio-campo, um espaço que nos faltava. Mais uma solução no meio-campo. Com uma produtividade muito grande, uma capacidade física elevada, qualidade técnica fiável para jogar no Benfica e temos esperança de que seja um grande elemento na próxima temporada".
Di María: "Sobre o Di María, temos ainda alguma esperança de que possa continuar. É verdade que tem a idade que tem e é verdade até que já não se pode pedir ao Di María que seja um jogador de sprints de trás para a frente mas continua a ter uma qualidade inegável, os números falam por si, continua a ser um jogador titular na seleção campeã do Mundo. Não é preciso dizer muito mais sobre ele. Temos esperança de que possa ficar".
Auditoria e processo aberto no Ministério Público: "A auditoria está finalizada, demorou mais do que esperávamos porque foram realizados 51 contratos que faziam parte do processo cartão vermelho. Está concluída, teve uma série de complementos para poder ser uma auditoria completa. Já foi apresentada à administração do clube e será agora entregue ao Ministério público e apresentada aos sócios do Benfica como prometido. Em relação ao processo atual, referir que tudo o que está neste processo não está na auditoria, mas assim que tomámos conhecimento do processo, pedimos uma auditoria nova sobre todos os contratos que possam estar incluídos neste processo. Não permito que mexam com a minha honra e dignidade, não consigo aceitar, por tudo o que faço e sei que sou, pela minha lealdade ao clube. Posso ter mil defeitos, mas neste aspeto, magoa-me pensar sequer só que possa ter sido desleal com o clube. Não posso falar mais sobre o processo porque não quero interferir. Quero que se desenvolva autonomamente. Tenho a consciência tranquila porque sei a lealdade que tenho para com o clube".
Processos que visam o Benfica e ligação a Paulo Gonçalves: "Todos os negócios do Benfica são públicos, claros e não permitirei nunca, sob a minha gestão, que as pessoas não tenham acesso aos mesmos. Não quero que o Benfica continue a passar por situações que não quer passar no futuro. Paulo Gonçalves foi condenado, mas o que isso representa para mim? Quais são os negócios que estão em cima da mesa que me envolvem?"
José Mourinho: "Quem disser em qualquer clube que não pensa em plano B e C está a mentir. Mesmo que a minha convicção seja que Schmidt seja o melhor treinador para o Benfica neste momento, prepara-se sempre um plano B ou C. Nunca falei com Mourinho, ele próprio admitiu isso. A última vez que estive com José Mourinho até foi numa situação pesada infelizmente, velório de Artur Jorge. Não falamos desse assunto. Acho que Mourinho merece todo o respeito do mundo".
"Tudo o que menos me preocupa neste momento são as eleições"
Schmidt sozinho em Vila do Conde: "Schmidt nunca saiu sozinho do estádio de Vila do Conde. Saiu acompanhado pelo diretor geral do futebol, nunca esteve sozinho neste projeto. Muitos dizem que eu devia ter feito mais. Se perguntarem a Schmidt, de certeza que dirá que nunca deixou de sentir o meu apoio e apoio interno no Benfica. Não podemos enveredar por coisas que não são dinâmicas do futebol. Não saiu sozinho, saiu acompanhado pelo diretor de futebol, eu saí pouco tempo antes dele até para sair sozinho eu, para ser eu a dar a cara se houvesse alguma coisa. Esse conflito interno não existe".
Novamente as eleições do Benfica: "Tudo o que menos me preocupa neste momento são as eleições, falta muito tempo e não estou a pensar nem em mim nem o que acontecerá nessas eleições. O meu objetivo é dar o máximo pelo Benfica até ao meu último dia e é o que farei, e esse último dia será quando os sócios acharem que não sou a pessoa certa ou quando eu considerar que não tenho mais nada para dar ao clube, que não o consigo ajudar. Nesse dia, sou eu que levanto a mão e saio, alguém virá e eu fico a torcer por essa pessoa. Não sou eu que decido quem se candidata, não tenho de responder a uma situação para o futuro, não sei quem serão os candidatos. Acho bem que haja mais candidatos, significa que o Benfica está vivo e isso é importante. Respeitarei as decisões dos sócios do Benfica, serei o primeiro a levantar a mão se não conseguir dar ao clube o que esperam de mim".
Liga dos Campeões: "Em relação à Liga dos Campeões, estamos dependentes de dois fatores. Existem duas vias para lá chegar. Uma delas não depende de nós e que é a primeira. Ontem (quarta-feira) perdemos uma via imediata. Há uma segunda via imediata que é se a Atalanta ficar pelo menos em quarto lugar no campeonato italiano. Depois temos a terceira via que depende só de nós. A nossa convicção é que temos que estar na Liga dos Campeões. Se chegarmos à via que depende só de nós, temos de fazer tudo para lá estarmos. Isso é inequívoco. Nos últimos três anos, chegámos por três vezes aos quartos de final das competições europeias. Temos que recuar até 2015 para vermos presenças nos quartos de final da Liga dos Campeões. Portanto, este ano não fizemos uma boa Champions, caímos para a Liga Europa... o nosso objetivo é estarmos sempre na Champions. A nossa ambição é essa. Estou mais do que certo que este ano também estaremos na Liga dos Campeões. Em relação às críticas, tenho que aceitar e respeitar. Espero que seja um ano mais estável. Claro que não é agradável, mas tenho que aceitar e respeitar. Não tendo sido uma época positiva, não se pode considerar uma época positiva, também não podemos transformar esta época num caos total. Precisamos de estabilidade e maturidade. É esse apelo que faço. Temos muito trabalho pela frente em vários capítulos. É nisso que me quero focar, respeitando os nossos adeptos, que são os donos do clube. Respeito-os muito. Aceito as críticas e tenho que respeitar porque estou nesta posição... e fazer melhor para o ano para não ter estas críticas".
Estatutos e auditoria: "Quer a auditoria quer os estatutos são dois temas muito em voga no mundo benfiquista e com toda a razão. Ainda assim, em relação aos estatutos, estão prontos para ser apresentados, foram aprovados pela direção e vão entrar em vigor nas próximas eleições. Muito se tem falado de não estarem cá fora, faz-me confusão. Estando a um ano e meio das eleições, não quisemos atrasar rigorosamente nada. Quisemos fazer estatutos dignos do Benfica, passou por uma série de fases, desde a primeira comissão, à qual agradeço, passou depois para a direção, teve, pela primeira vez na história, à disposição para o contributo de todos os sócios do Benfica. Quando se fala em pouca democracia parece-me que está errado, nunca houve um estatuto tão democrático como estes, tão perto dos sócios do Benfica, está pronta para ser apresentada e há outro fator para os estatutos e auditoria, as pessoas não têm de duvidar não há nada para esconder por trás. Posso dizer que penso no que é o melhor para o clube. Poderia ter feito tudo mais depressa e apresentava os estatutos o ano passado, tínhamos sido campeões, estava tudo melhor. Se quisesse esconder alguma coisa tinha-os metido à pressa, não os expunha este ano em que as coisas estão menos bem. Não há nada que leve os nossos sócios a duvidar do que quer que seja. Com certeza iremos para as próximas eleições com os novos estatutos aprovados se os sócios entenderem que assim seja. Não há nada debaixo do tapete. Há outro fator que me parece importante e peço que percebam, tanto no processo de estatutos como na auditoria, todas estas coisas, nunca são dossiês oportunos para serem apresentados a meio das épocas. Escolhemos um período em que se possa discutir isto sem criar conflitos".