Schjelderup e a saída do Benfica: “Preciso mais do que um minuto por jogo”
Atualmente ano serviço dos sub-21 da Noruega, Andrea Schjelderup concedeu a primeira grande entrevista desde a mudança para o Benfica. Em conversa com a TV2, televisão norueguesa, revelou o momento em que decidiu que era altura de deixar a Luz.
“Fui o nono jogador a entrar no duelo com o Feyenoord (faltavam seis minutos para os 90). Foi aí que os pensamentos começaram: vou ter oportunidades esta época ou é melhor procurar outra solução? Depois coube ao meu agente estabelecer diálogo com o Benfica sobre a possibilidade de sair. Algumas vezes as coisas não pareceram muito boas e fiquei frustrado. Tinha feito um plano e não correu como o planeado, tive de me alhear da frustração e focar”, desabafou.
Acabou por sair para o Nordsjaelland, no último dia do mercado de transferências.
“Foi muito estranho, não sabia se ia sair. Foi no último dia que me dissera: ‘ok, podes ir’. Foi muito estranho”, desabafou, justificando o regresso ao antigo clube: “Existiram várias opções, mas esta foi a que me deu mais garantias e sobretudo porque vão disputar futebol europeu”.
“Concorrência inesperada”
Schjelderup abordou também a mudança para o Benfica que resultou num longo processo de negociação entre as águias e o Nordsjaelland.
“Existiu muita frustração algumas vez, parecia tudo perdido. Mas lembro-me que na manhã do Ano Novo acordei e parecia que estava tudo mais próximo de ser resolvido”, disse, lembrando a chegada a Lisboa: “Foi estranho, só passadas algumas semanas é que me apercebi que estava no Benfica, num clube grande dimensão. Estava tanta coisa a acontecer e de repente estava ali”.
Os primeiros tempos foram complicados, uma vez que o campeonato tinha parado para o Mundial-2022 e estava também na pausa de inverno.
“Precisei de um mês para ficar na forma que precisava de competir. Ainda assim, esperava jogar mais. Disseram-me que ia ter alguns minutos, mas não aconteceu. Não sei porquê, não tenho uma resposta. Sinto que estava bem nos treinos e que ia ter oportunidades, mas o Benfica era uma das melhores equipas na Europa, ganhava por 3 e 4-0, jogava na Liga dos Campeões, era complicado entrar”, desabafou.
Depois de apenas dois jogos com a equipa principal, Andreas Schjelderup esperava ter mais tempo de jogo esta época. Mas a chegada de Di María e os planos anunciados para reter Gonçalo Guedes trocaram as voltas.
“Estava muito motivado, sentia-me bem na pré-época, mostrei o que podia fazer, mas de repente chegou mais competição inesperada. Foi duro. Na minha idade preciso mais do que um minuto por jogo. Era importante para mim jogar”, concluiu.