Semáforo da Liga: a felicidade de (ter) Rafa, o despertar de Nuno Santos e Chaves perdidas
VERDE: Rafa Silva
Para quem não teve a oportunidade de acompanhar o jogo, o resultado do Benfica na receção ao Rio Ave (4-1) pode indicar uma partida com muitas facilidades para o conjunto de Roger Schmidt, mas isso não corresponde, de todo, à verdade. Os encarnados sentiram muitas dificuldades frente ao emblema de Vila do Conde, tendo disparado para a goleada apenas depois da expulsão de Aderllan Santos.
Se em termos globais a prestação das águias deixou um pouco a desejar, o mesmo não podemos dizer no plano individual se olharmos para o desempenho de Rafa Silva. O velocista até pode estar em final de contrato com as águias, e muito longe de um acordo para a renovação, mas não pode ser acusado de falta de uma coisa muito específica: empenho. Muito pelo contrário.
O camisola 27 continua a divertir-se a partilhar o campo com os seus colegas no Benfica, como até já fez questão de dizer publicamente, e contra o Rio Ave foi sempre o mais inconformado com a superioridade do adversário no jogo, sendo, acima de tudo, ainda decisivo para a reviravolta encarnada, com duas assistências, para o primeiro da autoria de Di María e para o quarto de João Mário.
Numa altura em que está cumprida a primeira volta da Liga, Rafa caminha a passos largos para a melhor temporada a nível de números de águia ao peito - são já 11 golos e 11 assistências em 29 jogos.
AMARELO: Vitória dos Santos
O Vitória SC foi um dos grandes vencedores da 17.ª jornada, a última da primeira volta do campeonato. Depois do empate de contornos épicos na Pedreira, no último suspiro, com um grande golo de João Mendes, os conquistadores desbravaram terreno até aos quartos da Taça de Portugal e na passada segunda-feira deram a volta ao Arouca (2-1).
O casamento entre o clube e o treinador Álvaro Pacheco vive dias felizes e parece cada vez mais destinado ao sucesso. Do triunfo contra os arouquenses, o destaque maior vai para Nuno Santos, autor das duas assistências para os dois golos que resultaram na reviravolta no D. Afonso Henriques, com particular destaque para o fino recorte técnico no lance do segundo golo.
O médio português contratado no último verão teve um início difícil em Guimarães. Entre o banco, a bancada e alguns problemas físicos, Nuno Santos conquistou a primeira titularidade apenas na 16.ª jornada, precisamente diante o SC Braga (1-1), depois de 175 minutos divididos nos primeiros nove jogos na Liga ao serviço dos vitorianos.
Álvaro Pacheco parece ter ficado convencido, uma vez que o médio voltou a ver o seu nome no onze contra o Penafiel e, agora, diante o Arouca, no afamado jogo em que foi o principal protagonista, mostrou que o treinador pode contar com ele.
VERMELHO: Chaves que não abrem fechaduras
A chegada de Moreno Teixeira a Trás-os-Montes para assumir o então último classificado da Liga, com cinco derrotas em cinco jornadas, teve um impacto imediato - duas vitórias e um empate. Os sete pontos aí conquistados foram como um raio de sol para os adeptos flavienses, que não demoraram muito a entrar na realidade e em nova depressão.
Após a eliminação da Taça de Portugal, aos pés do Canelas 2010, os transmontanos entraram numa nova espiral negativa, somando desde essa data sete derrotas, um empate e apenas uma vitória.
A última derrota, na receção ao Sporting (0-3), era expectável, é certo, mas a falta de fio (e qualidade) de jogo tem sido gritante, sendo por esta altura a equipa que menos entusiasma no que toca ao futebol jogado.
Perante este cenário desolador, a direção do Chaves já presenteou Moreno com as contratações de Vasco Fernandes e Raphael Guzzo, mas é preciso muito mais do que reforços. É preciso atitude.
