Semáforo da Liga: Leão faminto, espetáculo em Vila do Conde e Schmidt perdido
VERDE: Sporting com arranque histórico
Passo a passo, o leão vai levando a água ao seu moinho e vai marcando posição para recuperar um título que lhe escapa desde 2021, na primeira época completa da era Rúben Amorim em Alvalade. Para já, ao final da 9.ª jornada, o Sporting é líder com 25 pontos, mais três do que os dois principais rivais Benfica e FC Porto, sendo a única equipa sem qualquer derrota no Campeonato (oito vitórias e um empate).
Os números impressionam e os livros de história não mentem: este é o melhor registo pontual do conjunto verde e branco na Liga desde 1994/95. Portanto, 25 pontos à passagem da 9.ª ronda é caso único no reino leonino neste século. Em termos de comparação, o Sporting tinha conquistado 23 pontos à passagem da 9.ª jornada na época do título.
A consolidação do trabalho de Amorim e a chegada de Gyökeres - sobretudo a contratação do internacional sueco - projetaram o Sporting para um patamar competitivo difícil de bater. Nem sempre brilhante, como deixou claro no Bessa, mas muito competente, este leão tem garras para agarrar este primeiro lugar até ao fim. Um renascer da esperança dos sportinguistas.
AMARELO: Emoção em Vila do Conde
O encontro entre Rio Ave e Farense tem lugar reservado nos grandes jogos da temporada 2023/24. Mesmo com o mau tempo que se fez sentir em Vila do Conde, Luís Freire e José Mota encenaram um espetáculo que teve (quase) tudo. Golos de pé esquerdo, pé direito, cabeça, auto-golo, penálti, reviravoltas para os dois lados e... muita emoção!
Os leões de Faro estiveram por duas vezes em desvantagem (2-1 e 3-2), mas os últimos minutos foram de fazer inveja a qualquer película cinematográfica de Alfred Hitchcock, com Cláudio Falcão (89) e Rui Costa (90+3) a consumarem a reviravolta final.
Há lá melhor forma de terminar um jejum de vitórias no campeonato, que durava desde a 5.ª jornada, e ainda de superar uma eliminação surpreendente na Taça de Portugal? Difícil.
VERMELHO: Schmidt perdido nas opções
Depois da brilhante campanha na época de estreia, em que conduziu o Benfica à reconquista do campeonato e ainda aos quartos de final da Liga dos Campeões, Roger Schmidt parece ter perdido a receita para as boas exibições. A última jornada, marcada pela receção ao Casa Pia (1-1), foi apenas mais uma pequena amostra dessa ideia.
Se é verdade que as águias perderam o seu melhor marcador da época passada (Gonçalo Ramos), não é menos verdade que houve um forte investimento para 2023/24, na ordem dos 70 milhões de euros, que deixou os adeptos encarnados com forte expectativa, até para superar a última campanha europeia.
No entanto, as últimas exibições (e resultados) dão conta de um Benfica completamente perdido. Ou melhor, Roger Schmidt parece estar perdido nas suas opções. Se no início da época, o treinador germânico parecia ter encontrado um onze base, agora anda de teste em teste, sem que muitos dos jogadores consigam dar uma resposta ao que é esperado deles. Não está fácil.