Semáforo da Liga: O homem da máscara, estreias felizes e uma expulsão para os apanhados
VERDE: A mascarilha
O Sporting acertou em cheio na contratação de Viktor Gyökeres. O internacional sueco não acusou a pressão de ser a contratação mais cara da história dos leões e tem escrito a sua própria história de verde e branco.
São já 15 golos e cinco assistências em 17 jogos realizados ao serviço do emblema de Alvalade, dois deles na reviravolta da turma de Rúben Amorim diante o Gil Vicente (3-1), que permitiu ao Sporting assumir-se como líder isolado da Liga, numa altura em que se caminha a passos largos para o final da primeira volta do campeonato.
Além da evidente preponderância do ponto de vista individual, traduzida pelos números acima apresentados, Gyökeres tem ainda o dom de aumentar a produtividade desportiva de quem o rodeia. É, para já, a grande figura da Liga. Destacadíssimo!
"O apoio dos adeptos é muito bom. Adoro jogar aqui, os adeptos são incríveis. Quero desfrutar. Fico agradecido pelo apoio", disse o sueco no final do encontro.
AMARELO: Novo fôlego
A estreia de Pedro Moreira no comando técnico do Casa Pia ficou marcada pela eliminação na Taça de Portugal, aos pés do Nacional da Madeira, da Liga 2, mas a tempestade deu lugar à bonança com a estreia vitoriosa na Liga.
Sob a nova liderança, os gansos colocaram um ponto final numa série de seis jornadas consecutivas a marcar passo, e que conduziu de forma inevitável (embora surpreendente) à saída de Filipe Martins, ao somarem os três pontos na receção ao Portimonense (1-0).
Quem também parece ter afastado os fantasmas dos maus resultados no campeonato é o Arouca. E de que forma! Após o regresso das competições nacionais no seguimento da última pausa internacional, a equipa tem vivido uma nova fase sob a liderança de Daniel Sousa - eliminação do Boavista na 4.ª eliminatória da Taça de Portugal e fôlego para ir ao Bessa voltar a vencer os axadrezados, desta vez por uma larga vantagem (0-4), na 12.ª jornada da Liga.
Uma série infernal de 10 jornadas sem conhecer o sabor da vitória, que agora chegou ao fim, muito por conta da fúria espanhola de Cristo González e Rafa Mujica, e que deixa os arouquenses com um novo ânimo para encarar a luta pela fuga à zona de despromoção.
VERMELHO: Expulsão de Milovanov
"Com o jogo parado, o ucraniano (Milovanov) foi ao solo, indicando a Tiago Martins que não estava bem e pedindo uma substituição. O árbitro mandou-o levantar-se, apesar de Trezza estar a ser preparado para entrar. O Arouca recuperou a posse de bola e meteu-a fora do campo para permitir a alteração, mas Tiago Martins mandou o jogo seguir. O defesa ainda travou um cruzamento boavisteiro, voltou ao chão a pedir alteração... e levou o segundo cartão amarelo". Foi desta forma que descrevemos a expulsão de Milovanov na crónica do encontro entre Boavista e Arouca (0-4).
48 horas depois do apito final no estádio do Bessa ainda permanece a dúvida sobre o que terá verdadeiramente motivado o árbitro da partida a expulsar um jogador que estava caído no chão à espera de ser assistido e, posteriormente, substituído.
Numa altura em que se tenta vender a ideia de que o futebol português é um produto altamente valorizado e de um potencial gigante para o consumidor, estas histórias de tons rocambolescos em nada abonam a seu favor e só levam, antes sim, à valorização da narrativa do "só mesmo no futebol português".