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Sérgio Conceição: “Não basta ter contrato, é preciso sentir e jogar à FC Porto”

Sérgio Conceição abordou o duelo com o Casa Pia
Sérgio Conceição abordou o duelo com o Casa PiaFC Porto
O treinador do FC Porto fez, esta sexta-feira, a antevisão ao jogo com o Casa Pia, a contar para a 13.ª jornada da Liga. Elogiou o conjunto de Pedro Moreira e voltou às questões que se seguiram após a eliminação da Taça da Liga diante do Estoril.

Já fora da Taça da Liga, o FC Porto volta a focar-se no campeonato. Os dragões recebem o Casa Pia na 13.ª jornada da Liga e Sérgio Conceição espera dificuldades.

“Esperamos um Casa Pia dentro do que tem sido esta época. Poucos golos sofridos, que no processo defensivos sabe o que faz, monta uma linha de cinco, sector intermédio composto por quatro, com os alas a baixarem e um duplo pivô. É verdade que o Pedro Moreira no Torreense privilegiava o 4x2x3x1, agora deu continuidade. É incisiva no ataque à profundidade. Um jogo difícil de campeonato e cabe a nós encontrar a estrada para ganhar”, atirou.

O debacle diante do Estoril, que significou a eliminação da Taça da Liga, foi seguido de um treino bidiário. Confrontado com a hipótese de um castigo aos jogadores, o técnico foi frontal.

Aquilo que é feito dentro desses microciclos tem a ver com os jogos. Jogámos na quarta-feira, chegámos quinta-feira ao Dragão, hoje é sexta amanhã (sábado) jogamos. Pouco tempo de trabalho, pouco tempo para dissecar. Todos os minutos, todas as horas são importantes. Se eu faço sessão bidiária ou tridiára é uma questão do que eu acho que é melhor. Essa coisa do castigo é muito básico. Amanhã é o meu jogo 500 na Liga, estou saturado. Não se fala de futebol. Estou um bocadinho farto. Teve a ver com pouco tempo de preparação. É só isto”, asseverou.

E ainda confrontado com os dois desaires sofridos diante do Estoril, Sérgio Conceição foi questionado sobre um eventual relaxamento, já que surgiram após as vitórias domésticas mais folgadas da equipa

“São jogos diferentes. Temos de juntar o que de bom fizemos no primeiro jogo, aqui em casa, no processo ofensivo em que criámos situações para ficar com o jogo resolvido. Depois de dissecar este jogo, que não era preciso perder para perceber o que não fizemos e devemos fazer para ganhar de uma forma tranquila ao Estoril, porque se fizermos aquilo que planeámos, temos tudo para ganhar o jogo. Temos um plantel de nível superior. Daqui a umas semanas vamos ao Estoril na Taça e aí vão ver a resposta. A minha preocupação é o Casa Pia. Tenho de perceber o que a equipa está a fazer e não está a fazer e depois perceber o estado de espírito e competitividade. Ter contrato com o FC Porto não basta, é preciso sentir o clube, é preciso jogar à Porto. É essa mentalidade, uma ambição muito grande, determinação grande, super focado nas tarefas individuais para o nível coletivo. É preciso sentir o clube. Eles têm noção do clube que representam. Neste último dia não se pode fazer outra coisa. Tivemos jogos, grande parte do dia foi a analisar essa postura, porque depois olhamos para o jogo e vamos ver a equipa que correu mais e os jogadores estão todos acima da equipa adversária. Não é por aí, há outras situações que temos de melhorar. Não falo da raça, porque eles querem. Agora têm de perceber que dar tudo não chega e ir ao limite é o mínimo”, frisou.

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O duelo com o Casa Pia marca um regresso ao Dragão, onde o FC Porto tem sentido dificuldades.

“Se olharmos um bocadinho para a equipa e vendo um Marcano de fora, muitas vezes o Pepe com problemas físicos, o Wendell também. Jogadores experientes. Nós temos uma equipa jovem, que vieram de clubes que não têm o peso e dimensão do FC Porto e jogar perante o público numa fase inicial em que eles têm de evoluir a ganhar não é fácil. Às vezes sentem o conforto fora, porque o Dragão tem peso. É normal. E não estou a dizer que não é normal que os adeptos não têm de assobiar, é futebol. Mas pode-se notar, pensamos nisso e fazemos a nossa análise em relação a isso. O facto de ter gente jovem, não me quero justificar com isso. Temos uma equipa B competente, muitos jogadores que vieram de lá e depois entro aqui em contradição. A nossa equipa no último jogo, essa solidez e consistência consegue-se se os microciclos nos derem tempo para recuperar os que têm mais minutos. É diferente meter três ou quatro numa equipa rotinada e pedir que façam o mesmo que os que têm mais minutos faça. E por vezes tropeça-se aqui ou acolá. A azia é muito grande, acontece, temos de olhar para isso de forma direta. Eu assumi. Saímos da Taça da Liga, agora temos o campeonato, que é a nossa prova mais importante”.

Confirmando a ausência de João Mário, Sérgio Conceição abordou ainda o pouco tempo de jogo de Iván Jaime e Fran Navarro, chegados este verão.

“Iván Jaime teve dois meses parados, não posso treinar um departamento médico. O Fran Navarro temos cinco avançados, gente mais habituada aos nossos processos e é normal e natural que aconteça isso. Não há outra razão, porque se vamos buscar jogadores é porque achamos que têm qualidade para se juntar ao nosso plantel e ajudar-nos”, atirou.

Por último, um desabafo sobre o campeonato.

“Nós temos de olhar para nós. Cada vez mais há competência, cada vez mais é difícil ganhar jogos de forma clara e evidente na Liga, pode acontecer momentaneamente. Lembro-me do meu primeiro ano em que tivemos 10 goleadas. Agora é difícil, as equipas estão apetrechadas de elementos com valor. Na Taça de Portugal quando defrontamos equipa de escalões inferiores é difícil porque temos muitos jovens com qualidade. Cada vez mais as equipas todas vão perder pontos, agora é preciso encontrar consistência, ou tropeçar o menos possível”, atirou, recusando falar num maior conhecimento do seus sistema por parte dos adversários: “Acho que não tem a ver com isso. Vocês sabem quantas vezes modifiquei a nossa forma com nuances e variantes diferentes. Talvez seja o treinador que fez mais isso. Não existe só um momento em que metemos as peças ali, e depois quando temos a bola, que espaço é que tem de ocupar, quando ficamos sem ela, que jogadores é que queremos pressionar? Dentro dessa dinâmica criam-se as tais nuances que criam surpresa e para cada jogo temos situações diferentes”.