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"Não acredito que seja uma motivação extra para o FC Porto ou um fator de desmotivação para o Sporting. Será um jogo totalmente diferente. Não há nenhuma final ou qualquer troféu em disputa. É mais uma partida do campeonato e as equipas vão querer ganhá-la para consolidar o bom momento de forma em que estão", assumiu à agência Lusa o médio, de 34 anos, que representou os leões entre 2011 e 2016 e está atualmente sem clube, desde que deixou os israelitas do Hapoel Beer Sheva, em 2023.
Sporting e FC Porto, integrados no trio de líderes da Liga, a par do Famalicão, todos com nove pontos, defrontam-se no sábado, às 20:30, no Estádio José Alvalade, em Lisboa, em encontro da quarta jornada da prova, 28 dias depois de os dragões terem invertido uma desvantagem de três golos frente aos campeões nacionais na primeira decisão da temporada (4-3, após prolongamento), em Aveiro.
"As expectativas são muito boas e altas. Além do Famalicão, que começou muito bem, Sporting e FC Porto foram os que melhor jogaram até ao momento. Talvez o jogo fique um bocadinho mais fechado de início, mas, como as duas equipas dão muita importância à parte ofensiva, acredito que vai ser um bom espetáculo", lançou.
Convicto de que o conjunto orientado por Rúben Amorim está "preparado e motivadíssimo para dar uma resposta perante os seus adeptos" à derrota na Supertaça, André Martins vê estofo em Alvalade na corrida ao primeiro bicampeonato desde 1953/54, sem esquecer a competitividade azul e branca.
"Acho que que nenhuma das equipas se vai sentir favorita. É verdade que o Sporting já tem dinâmicas muito mais trabalhadas, mas o novo treinador do FC Porto (Vítor Bruno, adjunto do antecessor Sérgio Conceição nas últimas sete épocas) conhece perfeitamente o clube e trabalha com muitos jogadores há alguns anos. Eles também têm dinâmicas solidificadas e uma ideia de jogo muito clara, à imagem do seu técnico, que tem lançado jogadores não tão utilizados anteriormente", notou.
Se Vítor Bruno está a estrear-se como treinador principal, Rúben Amorim iniciou a quinta temporada pelo Sporting e manteve as principais figuras do título de campeão nacional conquistado em 2023/24, encontrando "uma ou outra novidade" no habitual 3-4-3 para "tentar dificultar a vida aos adversários".
"É um dos segredos do treinador, que é muito inteligente. Um dos médios tem baixado para fazer construção a quatro. Muitas vezes, Hidemasa Morita entra num dos lados (do trio de centrais) para ganhar superioridade. Depois, vemos um jogo muito mais curto, apoiado e dinâmico entre os três jogadores da frente (Francisco Trincão, Pedro Gonçalves e Viktor Gyökeres). O Sporting é uma equipa difícil de parar e sempre muito imprevisível: se lhes tentam fechar a zona interior, jogam muito bem por fora; se os condicionam no espaço exterior, têm atletas dinâmicos e fortes no jogo curto", explicou à Lusa.
O médio e capitão Morten Hjulmand deve reintegrar as escolhas iniciais de Rúben Amorim, após ter estado duas semanas de fora, por lesão, mas André Martins tem dúvidas sobre a manutenção de Geovany Quenda ou Geny Catamo nos flancos, face ao recente regresso à competição de Nuno Santos, habitual titular na esquerda.
"É a dor de cabeça que qualquer treinador gosta de ter. O Nuno Santos ajuda na dinâmica e é estrategicamente muito importante, porque é dos alas que melhor cruza e decide no último terço. Agora, os outros jogadores começaram muito bem. Geovany Quenda é um menino, mas tem mostrado uma maturidade muito grande e está a ser aposta na direita. É um bocado imprevisível saber quem vai ser titular, mas a única certeza é que, jogue quem jogar, o Sporting estará na máxima força", concluiu o médio, que completou a formação em Alvalade e conquistou uma Taça de Portugal pelos leões.