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"Apesar de estarmos no começo da época, acredito que será um grande jogo. O Sporting tem a vantagem de atuar em casa, onde é bastante forte, e tem jogadores de qualidade na frente, que podem resolver a qualquer momento. Pelas características das equipas e pela identidade dos seus treinadores, acho muito difícil que o jogo fique 0-0", projetou à agência Lusa o ex-avançado brasileiro, de 54 anos, que representou os dragões entre 1996 e 1999.
Sporting e FC Porto, integrados no trio de líderes da Liga, a par do Famalicão, todos com nove pontos, defrontam-se no sábado, às 20:30, no Estádio José Alvalade, em Lisboa, em encontro da quarta jornada da prova, 28 dias depois de os dragões terem invertido uma desvantagem de três golos frente aos campeões nacionais na primeira decisão da temporada (4-3, após prolongamento), em Aveiro.
"Se o FC Porto triunfar, mesmo que seja no começo do campeonato, isso dará grande confiança e moral. Acho que tem equipa para ir lá vencer, mas será um jogo muito equilibrado, até porque os dois rivais começaram bem e têm lutado sempre pelo título nas últimas épocas. O Sporting manteve a base e o FC Porto, mesmo com a saída de algumas figuras, reforçou-se com jogadores importantes", analisou.
Invictos há 25 partidas para a Liga em Alvalade, onde ganharam os 18 duelos anteriores, os leões chegam ao clássico com o ataque mais eficaz, fruto de 14 golos, à média de 4,7 por jogo - melhor registo na história da prova desde 1972/73, quando o Benfica arrancou com 18 remates certeiros nas três primeiras rondas -, mas falharam a conquista da Taça de Portugal (2-1, após prolongamento) e da Supertaça nos últimos dois embates com os dragões.
"O adepto mais confiante do FC Porto nunca imaginaria uma situação daquelas na Supertaça, até porque, quando o Sporting estava a vencer por 3-0, muita gente já estava a criticar o (treinador) Vítor Bruno. Quando se joga num clube como o FC Porto, nunca se desiste. Os jogadores sabem que, até ao apito final, têm de dar o máximo para tentar ir buscar algo em que ninguém acredita. Foi um resultado bastante atípico e a equipa que perde assim nem consegue dormir nesse dia, mas agora será uma partida diferente", lembrou Artur.
A reviravolta vitoriosa na abertura de 2024/25 abrilhantou a estreia absoluta como treinador principal de Vítor Bruno, sucessor de Sérgio Conceição, com quem trabalhava há 12 anos e foi adjunto do FC Porto nas últimas sete temporadas, mas entrou numa mediatizada rutura laboral.
"Houve vários jogos em que o Sérgio Conceição não esteve à beira do campo (devido a suspensão) e o Vítor Bruno substituiu-o muito bem. Vejo que é um treinador com potencial para ir longe e dou os parabéns à nova direção (presidida por André Villas-Boas), que escolheu um técnico competente, que conhece a casa e sabe como é que as coisas funcionam. Acredito que evoluirá na carreira, porque mostrou ter qualidade para isso", avaliou à Lusa.
Tricampeão pelo FC Porto, ao serviço do qual também conquistou uma Taça de Portugal e duas Supertaças, Artur julga que o plantel "está mais forte face à época passada", apesar das saídas de Pepe, Mehdi Taremi e Evanilson, tendo elegido como futebolista mais influente o compatriota Galeno, melhor marcador azul e branco em 2024/25, com cinco golos, numa época em que até tem sido adaptado de extremo a lateral esquerdo.
"No futebol moderno, um jogador tem de atuar em várias posições e ele faz isso muito bem. É inteligente e forte no um para um, tem recursos técnicos, finaliza bem e faz a diferença no ataque. Eu sou fã de quem pega na bola e vai para cima do adversário. O Galeno tem características parecidas às minhas e pode resolver um jogo a qualquer momento", comparou o antigo futebolista, que, em Portugal, também representou o Boavista, antes de rumar aos dragões.