Tomé, o guarda-redes de 16 anos que já se senta no banco do Boavista: "Vai atingir outros voos"
Não há nada melhor para um jovem jogador do que poder privar com atletas mais velhos no clube do coração. Este tem sido o dia-a-dia de Tomé Sousa, desde que o infortúnio do brasileiro César lhe abriu a porta na equipa às ordens de Petit. João Gonçalves assumiu a titularidade e Tomé foi conquistando o seu espaço como 2.ª opção.
Ainda com idade de juvenil, Tomé sentou-se no banco em quatro jogos, três da Liga e um da Taça de Portugal, sendo um dos mais jovens incritos na Liga, a par de Geovany Quenda (Sporting) e Roger Fernandes (SC Braga).
"O Tomé destaca-se pela tranquilidade que transmite entre os postes e na que passa para os colegas. É um guarda-redes muito seguro dele próprio, com muita confiança e que faz as coisas com muita natualidade", introduziu João Ferreira, head scout da Sferico, que recorda o primeiro contato que teve com o jovem guarda-redes.
"Vi-o nos sub-15 do Boavista. Fiz a minha avaliação em treino e não em jogo, como é normal, e recordo-me que foi uma surpresa. Vi a presença que ele tinha perante os colegas e a forma como defendia a baliza, o controlo que tinha dos cruzamentos e o seu perfil físico. Chamou-me muito à atenção. Depois acabei por conhecer melhor a sua personalidade e a sua estrutura familiar, que é fantástica. Vai ter muito sucesso por causa disso", anotou.
Depois da chamada à equipa principal, Tomé também queimou etapas nas seleções jovens nacionais e a estreia pelos sub-18 aconteceu no passado dia 15 de novembro, frente à Coreia do Sul, no Torneio de Pinatar, em Múrcia.
"Ele ficou mesmo muito feliz com a chamada aos sub-18. O seu bom trabalho no clube fez com que merecesse a confiança do selecionador Filipe Ramos. Agora, acabou o torneio e já está com a cabeça no Boavista", confidenciou João.
"Ele faz parte de uma geração de muitos e bons guarda-redes. O Tomé sabe disso, mas para ele só existe um objetivo que é trabalhar para ser melhor no futuro. Ele sabe que só com trabalho pode um dia alcançar a estreia na Liga, embora isso não seja algo que o preocupe neste momento. Só o facto de estar no plantel principal do Boavista já é muito importante para ele", completou.
Aos 16 anos, Tomé tem o futuro pela frente. Os passos têm sido dados de forma assertiva, sempre com os pés bem assentes na terra, e o sonho é o dia-a-dia, a vestir a camisola do clube que aprendeu a amar.
"Se tudo for na direção certa, o Tomé vai atingir outros voos. Ele é muito grato ao Boavista, sente muito o clube e sonha com a estreia no Bessa", preconizou.