Tranquilidade a mais: Vitória SC tem de suar para vencer Estoril (3-1)
Reveja aqui as principais incidências da partida
Sem vencer há três jogos (duas derrotas e um empate), Vasco Seabra realizou várias mudanças no Estoril. Winther estreou-se a titular num trio defensivo em que Bernardo Vital regressou para se juntar a João Basso. Tiago Araújo foi rendido por Rodrigo Gomes, enquanto na frente de ataque Marqués rendeu João Carlos.
Também numa sequência de três partidas sem conhecer o sabor da vitória (dois empates e uma derrota), o Vitória SC chegou à Amoreira apenas com uma alteração e que foi forçada. André Silva regressou ao Brasil para assinar pelo São Paulo, sendo rendido por Nélson Oliveira.
Aposta falhada
Um jogo simbólico entre duas equipas que apresentam um futebol interessante e com um denominador em comum: Álvaro Pacheco. O carismático treinador da boina regressou ao clube onde começou a época e do qual saiu pelos maus resultados para assumir o Vitória SC onde se tem destacado.
E o que é certo é que o reencontro acabou por ser mais feliz para o técnico do que para os canarinhos. Cedo se percebeu que a equipa de Vasco Seabra ia ter uma tarde complicada, quando aos oito minutos, numa jogada de insistência, João Mendes recebeu a bola à entrada da área, disparou e contou com o desvio de Bernardo Vital para tirar Dani Figueira do caminho e abrir o ativo.
Em vantagem, o Vitória SC acabou por colocar em campo uma das principais armas desta temporada: a profundidade concedida por Jota no lado direito do ataque. E o plano funcionou na perfeição devido à aposta, falhada, de Vasco Seabra. Winther, cedido pelo Augsburgo no mercado de inverno, estreou-se a titular e o central dinamarquês mostrou claras dificuldades com o ritmo de jogo.
Aos 14 minutos parecia ter o lance controlado, mas viu Jota Silva ser mais rápido, roubar-lhe a bola e colocar em João Mendes que teve menos pontaria do que no primeiro remate. Minutos depois, Winther teve claras dificuldades a dominar a bola e desta vez o sósia de Grealish não falhou e colocou a bola no fundo das redes com uma autêntica bomba.
Aposta certa
Com um 2-0 no marcador aos 22 minutos, o jogo mudou de feição. O Vitória SC cedeu completamente o controlo a um Estoril que, ao contrário do que tem sido apanágio sentiu muitas dificuldades.
A equipa de Vasco Seabra dominou a posse de bola, mas raramente conseguiu encontra os caminhos para atacar a baliza de Charles (terminou o primeiro tempo sem qualquer remate enquadrado) muito por culpa do bom sistema defensivo vitoriano. De resto, Guitane, um dos principais virtuosos do campeonato raramente conseguiu encarar o jogo de frente, como tanto gosta, e Mateus Fernandes foi constantemente pressionado e não deu organização ao futebol estorilista.
Do outro lado, o Vitória SC aproveitou mais um problema defensivo do Esotril para chegar a novo golo. Aos 42 minutos, a equipa minhota insistiu na marcação de um livre, com Nélson Oliveira a receber a bola na área e disparar colocado, fora do alcance de Dani Figueira. Foi o primeiro com a camisola do Vitória SC, o quinto nos 51 jogos que leva na Liga.
Um 3-0 pesado para o Estoril ao intervalo.
Uma mão
Sem nada a perder, o Estoril entrou com cara lavada para o segundo tempo. A equipa continuava com muitas dificuldades defensivas (e Dani Figueira teve de se aplicar a um remate de fora da área), mas começou a encontrar mais espaço para atacar. Talvez demasiado confiante com a vantagem, o Vitória SC encostou-se demasiado atrás, um erro a uma equipa que já tinha demonstrado ser bom de bola.
E bastou uma centelha para o Estoril recuperar a confiança. Depois de Mateus Fernandes (56 minutos) e Cassiano (62 minutos) terem obrigado Charles a defesas complicadas, Ricardo Mangas acabou por dar uma mão inadvertida ao Estoril, quando o remate de Guitane embateu no braço do lateral-esquerdo.
Assinalado penálti que foi convertido por Marqués, aos 67 minutos. Os adeptos percebiam e levantavam-se, havia confiança de que era possível ainda tirar algum de uma partida que parecia irremediavelmente perdida.
O protagonista errado
Mais confiante, o Estoril partiu para cima de um Vitória SC que sentia claramente dificuldades em conter a onda amarela. E pareceu ficar em apuros aos 78 minutos, quando Vinícius Zanocelo colocou a bola no fundo das redes. Contudo, após uma demorada revisão do VAR, o médio brasileiro apareceu em fora de jogo após um toque de Marqués e a festa nas bancadas da Amoreira esmoreceu.
A cinco minutos de fim, um lance polémico. Guitane com (mais) uma jogada maradoniana irrompeu pela área e viu a bola travada pelo braço de Borevkovic. O lance foi analisado pelo VAR que considerou ser o apoio do central croata, perante a incredulidade do banco estorilista. Uma decisão, no mínimo, polémica.
O apito final confirmou os três pontos do Vitória SC, que teve de suar mais do que desejava. A equipa minhota soma 44 pontos, afasta-se do Moreirense e encosta-se ao SC Braga, quarto classificado. Já o Estoril está no 16.º lugar com 22 pontos, em zona de play-off.
Homem do jogo Flashscore: Charles (Vitória SC).