Reveja aqui as principais incidências da partida
Em dificuldades, o Vizela sabe da importância do fator casa para começar a amealhar pontos e deixar a zona aflitiva da tabela. Perante isto, Pablo Víllar fez apenas duas alterações forçadas com Bruno Wilson (suspenso) a dar lugar a Matheus Pereira, enquanto o lateral Lebedenko rendeu o extremo Matías Lacava, com a equipa minhota a atuar com dois defesas na faixa.
No que toca ao SC Braga, Artur Jorge fez três mexidas. Víctor Gómez, José Fonte e João Moutinho foram rendidos por Joe Mendes, Paulo Oliveira e Zalazar, naquela que é uma importante partida antes do decisivo embate com o Nápoles, na última jornada da fase de grupos da Liga dos Campeões.
A lei de Murphy
As duas equipas atravessavam momentos de forma diametralmente opostos. Se o Vizela ocupa o penúltimo lugar da classificação, o SC Braga entrava na quarta posição e de olhos postos num salto provisório até ao segundo lugar da Liga.
E se é verdade que os arsenalistas até começaram por dominar a posse de bola, foi o Vizela que provocou mais perigo, com Tomás Silva a testar os reflexos de Matheus. Contudo, aos 10 minutos da partida começou um daqueles momentos em que tudo o que podia correr mal… correu.
Num lance ofensivo, Nuno Moreira lesionou-se do joelho esquerdo e foi obrigado a uma longa assistência antes de sair em braços. Se o Vizela não tinha um extremo no lado esquerdo, ficou sem um de raiz também do lado direito, com Jardel, ponta-de-lança, a ser lançado para o seu lugar. No seguimento da substituição, o golo do SC Braga.
Numa jogada de combinação pelo lado direito, Álvaro Djaló lançou Joe Mendes na profundidade. O lateral sueco cruzou rasteiro e Simon Banza apareceu no coração da área para fazer o 12.º golo na Liga e consolidar o título de melhor marcador.
Em vantagem aos 15 minutos, o SC Braga prolongou o domínio com bola e, por momentos, pareceu retirar qualquer capacidade de resposta ao conjunto vizelense. Contudo, talvez o excesso de confiança, permitiu uma subida do adversário nos instantes finais do segundo tempo e foi o Vizela que acabou por cima no primeiro tempo.
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O segundo tempo foi uma cópia a papel químico do início do primeiro. O Vizela começou melhor, mais mandão e à procura de um golo que permitisse empatar a partida. O SC Braga entrou algo entorpecido e nem a entrada de Bruma ao intervalo pareceu trazer a faísca necessária para um emblema arsenalista que parecia já estar com a cabeça em Nápoles.
Contudo, a equipa vizelense voltou a pecar pela finalização. Aos 55 minutos, Tomás Silva obrigou Matheus Magalhães a uma defesa apertada e na recarga Essendi viu o golo ser-lhe negado por Serdar. No minuto seguinte, um balde de água fria.
Numa jogada construída pela esquerda, o Vizela permitiu muito tempo a Rodrigo Zalazar e o internacional uruguaio mostrou toda a qualidade que tem e colocou um cruzamento milimétrico na cabeça de Simon Banza. Quando a equipa precisou, o avançado congolês apareceu, adicionou mais um à conta e deixou Artur Jorge mais descansado.
Descanso estragado
O golo pareceu ser o ponto final na partida. Ricardo Horta ainda voltou a ter uma oportunidade de ouro para marcar, mas na cara de Buntic acabou por disparar ao lado com o pé esquerdo. Um sinal da superioridade do SC Braga que aproveitou para entrar em modo de gestão e começar já a desviar o pensamento para o duelo de terça-feira com o Nápoles.
Contudo, o descanso acabou por ser estragado. Se a qualidade do SC Braga em termos ofensivos é inegável (não será exagero dizer que é o melhor plantel da Liga do meio-campo para a frente, em termos de opções individuais), em termos defensivos a equipa deixa muito a desejar. Em 24 jogos oficiais disputados esta época, só manteve a baliza inviolada em quatro ocasiões (Arouca, Rebordosa, Panathinaikos e TSC Backa Topola).
A hipótese de somar a quinta clean sheet em 25 partidas caiu por terra aos 72 minutos. Depois de ter visto o golo negado por Serdar Saatçi, Essendi acabou mesmo por fazer o gosto ao pé, ou, melhor dizendo, à cabeça. Samu marcou um canto e o avançado antecipou-se a Matheus e cabeceou para o fundo das redes. Após visualização das imagens do VAR, o árbitro garantiu a legalidade do lance.
Pese embora um jogo em que acabou por ser quase sempre superior, o SC Braga acabou encostado à parede e a ter de fazer um esforço extra para segurar um jogo importante. Calafrios a mais para uma equipa que com 2-0 aos 55 minutos parecia ter colocado um ponto final da partida. O golo de Bruma (90+6 minutos), numa altura em que Buntic estava na área contrária, perante uma baliza aberta trouxe uma tranquilidade maior ao resultado do que a exibição sugeriu.
Se é certo que o SC Braga é um candidato ao título por toda a qualidade que tem, o técnico arsenalista de certo que se lembrará das palavras de Phil Jackson, mítico treinador de basquetebol: os ataques ganham jogos, as defesas vencem campeonatos.
Com mais três pontos, o SC Braga chega provisoriamente ao segundo lugar, com 29 pontos, os mesmos do Benfica (ainda vai defrontar o Farense) e mais um que o FC Porto). Já o Vizela ocupa o 17.º posto, com 10 pontos, e corre o risco de terminar como lanterna vermelha da prova.
Homem do jogo Flashscore: Simon Banza (SC Braga)
