Vítor Bruno dispara contra "notícias difamatórias" e garante: "Nunca traí Sérgio Conceição"
Estas declarações surgem depois de um conjunto de declarações de elementos da equipa técnica da qual fazia parte, que levaram a direção de André Villas-Boas a iniciar processos disciplinares.
Esta sexta-feira foi quente em todo o país, mas atingiu temperaturas recorde no FC Porto. No mesmo dia em que o clube anunciou o cessar do protocolo com os Super Dragões, três adjuntos de Sérgio Conceição, Eduardo Oliveira, Diamantino Figueiredo e Sirama Dembélé, vieram a público defender o treinador portista. Agora, os mesmos foram colocados sob alçada disciplinar pela SAD depois das palavras a órgãos de comunicação social.
No final do dia, foi a vez do visado Vítor Bruno responder. Segundo o técnico, está a ser alvo de “uma campanha orquestrada” com o objetivo de o “difamar e caluniar”, uma reação que surge depois de vários adjuntos terem saído em defesa de Sérgio Conceição na imprensa, que dá conta de uma alegada traição de Vítor Bruno a Conceição.
Vítor Bruno confirma, no mesmo texto, que foi sondado para trabalhar como treinador principal e que comunicou este desejo a Sérgio Conceição, que compreendeu as suas razões, estando agora a avaliar “as várias possibilidades” de trabalho para a nova época.
Leia abaixo o comunicado de Vítor Bruno na íntegra:
"Enquanto treinador-adjunto da equipa técnica em funções junto da equipa de futebol sénior A do Futebol Clube do Porto, em face das múltiplas notícias difamatórias e caluniosas agora veiculadas em diversos meios de comunicação social – sobre uma pretensa 'traição’ ao técnico principal, Sérgio Conceição –, venho esclarecer o seguinte:
Cumpre afirmar, desde já e para que não restem quaisquer dúvidas, que nunca traí (‘apunhalei’ pelas costas, como de modo ardiloso se pretende inculcar) ou, por qualquer modo, fui desleal com o treinador principal Sérgio Conceição, com quem usei sempre da maior lisura, transparência e honestidade, impondo-se agora clarificar a verdade dos factos.
Fui sondado – poucos dias antes da final da Taça de Portugal, disputada no dia 26 de Maio no Jamor – sobre a possibilidade de treinar, a título principal, uma equipa num campeonato fora de Portugal, ao que a minha resposta foi peremptória, no sentido de haver abertura para discutir essa possibilidade – existindo o compromisso de conversar com o treinador principal Sérgio Conceição a esse respeito –; porém (e como, no meu modesto entendimento, se impõe), tal só aconteceria depois de terminada a época desportiva.
O que efectivamente aconteceu – de facto, tal assunto foi conversado de forma elevada, calma e civilizada entre mim e o treinador principal Sérgio Conceição, no início desta semana.
Compreendendo este perfeitamente as razões por mim avançadas para o assumir de uma equipa a título principal, o mesmo aceitou a minha decisão – e desejou-me, a final, os maiores sucessos. Em função disso, encontro-me a avaliar correntemente as várias possibilidades quanto ao meu futuro profissional – relativamente ao qual reservo a minha liberdade de escolha, cabendo a mim em exclusivo a decisão sobre o mesmo.
A verdade é, apenas e só, esta. Sendo que, toda a demais narrativa que terceiros mal-intencionados estarão a tentar construir e inculcar é eivada de absoluta má fé e totalmente falsa. Não passando de uma campanha orquestrada com o único e declarado propósito de me difamar, de me caluniar, procurando por todos os meios (e com recurso a uma multiplicidade de intervenientes) assassinar o meu carácter, a minha reputação e o meu bom-nome, o qual vem sendo construído há quase duas décadas no mundo do futebol, granjeando – passe a imodéstia – o respeito, consideração e amizade de todos com que tenho travado conhecimento, tendo pautado a minha vida e o exercício das minhas funções com o maior rigor, lealdade, dedicação e profissionalismo, empregando todo o meu saber e conhecimentos técnicos no desempenho da minha actividade e norteando a minha conduta – quer pessoal, quer profissional – pelos elevados princípios e valores que me foram incutidos.
Mercê das ofensas e calúnias totalmente imerecidas de que tenho sido alvo e vítima, sinto-me profundamente injustiçado, vendo a minha família perturbada e em sofrimento diário e permanente, quando sei que nada fiz de errado ou que possa justificar a campanha maquinada contra mim – urgindo, como tal, manifestar o meu frontal repúdio pelas ‘notícias’ que vieram agora a público e às quais nesta sede se responde (isto, sem prejuízo de, a seu tempo e caso assim o considere necessário e pertinente à defesa da minha honra, reagir às mesmas em sede judicial).
Por último – e aproveitando a oportunidade –, sublinho que nenhuma das ‘notícias’ surgidas nos últimos dias, alegadamente citando pessoas das minhas relações (as denominadas ‘fontes próximas’), apresentam qualquer fundo de verdade: não fiquei minimamente melindrado (pretensamente, teria considerado esse facto como uma ‘traição’, o que não corresponde, de todo, à realidade) com a circunstância de o treinador principal Sérgio Conceição haver renovado contrato com o Futebol Clube do Porto, ao invés da restante equipa técnica (sendo o mesmo, como é óbvio, livre de o fazer).
Em momento algum, tal circunstância teve alguma relação com a minha decisão de seguir um caminho distinto da aludida equipa técnica – nada tendo eu que ver com o ‘lançamento’ de tais notícias, as quais são absolutamente destituídas de sentido ou fundamento".