Riquelme lidera protesto contra suspensão das eleições do Boca Juniors
As eleições entre o partido governista, liderado por Riquelme, e a oposição, cujo candidato a vice-presidente é o ex-presidente Mauricio Macri, estavam marcadas para domingo, mas a Justiça adiou-as por falta de acordo entre as partes sobre uma suposta irregularidade no número de sócios elegíveis para as eleições.
A mobilização, que juntou dezenas de milhares de adeptos, decorreu na tarde de domingo, sob intensa chuva. Os manifestantes percorreram pouco mais de um quilómetro, entre o Parque Lezama e o estádio La Bombonera.
Os adeptos do Boca acompanharam Riquelme, considerado uma das figuras históricas do clube, na sua reivindicação contra uma possível intervenção judicial do clube xeneize, e ao mesmo tempo ratificaram o seu apoio ao ídolo, que concorre à presidência do clube, juntamente com Jorge Ameal. A dupla adversária é formada por Andrés Ibarra e Mauricio Macri.
Riquelme foi cercado por vários dirigentes e ex-jogadores do Boca, entre eles Marcelo Delgado, Blas Giunta, Antonio Barijho e Diego Soñora, a bordo de uma carrinha na qual o ex-jogador cantou como mais um adepto, acompanhado por tambores, trompetes e bandeiras azuis.
"Ele tem medo, Macri tem medo", entoaram os adeptos que acompanharam Riquelme na chegada ao estádio do Boca, numa coluna com faixas onde se lia "ganhe nas urnas, não nos tribunais" e "eles não querem ganhar as eleições, querem tomar o clube à força".
"Querem apoderar-se do clube. Ele (Macri) quer intervir na nossa instituição. É por isso que ele não nos deixa votar. Mas o clube pertence aos adeptos, e eu tenho orgulho em ser Bostero", disse Riquelme.
"Hoje tiraram-nos a possibilidade de desfrutar de um grande dia. Hoje tínhamos de votar, desfrutando do campo, desfrutando de uma festa", disse o antigo jogador.
"O clube é de todos vós. Eles não podem intervir no clube, é isso que eles querem, não deixem que vos comam a cabeça com mais nada", acrescentou Riquelme, dirigindo-se aos adeptos.
As eleições do Boca ainda não foram marcadas, e um recurso da direção do clube contra o adiamento, pela juíza Alejandra Abrevaya, do tribunal 11 de Buenos Aires, deve ser resolvido nos próximos dias.
Se as medidas judiciais forem aceleradas, as eleições do Boca poderão ser realizadas no domingo, dia 17 de dezembro, mas se o caso continuar, as eleições serão adiadas, porque seguem-se as festas de fim de ano e, em janeiro, os tribunais argentinos fecham para férias.