Entrevista Flashscore a Rodrigo Ramos: "O meu sonho é atingir a equipa principal do Estoril"
Para trás, na ainda curta carreira de Rodrigo Ramos, ficou o Benfica, onde partilhou balneário com António Silva, central que se afirmou na equipa principal dos encarnados e com quem manteve amizade, seguindo-se o Belenenses e a BSAD antes de chegar ao Estoril. O diferendo entre os dois clubes passou ao lado do médio de 20 anos, focado apenas e só no rendimento e no sonho, cada vez mais próximo, de jogar no principal escalão do futebol português.
- Qual a importância da Liga Revelação para os jogadores que saem da formação? Veio ocupar um espaço que faltava nesse desenvolvimento?
- Penso que sim. É importante quando sais dos juniores um escalão intermédio que te faça crescer para entrares mais forte nos escalões principais. Foi uma importante medida da Federação Portuguesa de Futebol e penso que os resultados estão à vista. Basta ver o número de jogadores que surgiram na ribalta do futebol nos últimos tempos com passagem pela Liga Revelação. É um contexto favorável para continuarem a surgir jogadores de qualidade.
- O Estoril é, provavelmente, das equipas que mais partido tem tirado desta nova competição. Sentem essa aposta forte do clube?
- Sim, tenho o exemplo de alguns colegas que também passaram pelo escalão sub-23 e isso só nos estimula e incentiva a dar todos os dias o melhor para podermos seguir o exemplo deles e triunfar. Sentimos que o clube aposta forte na formação e, em específico, na equipa de sub-23 como uma forma de alimentar a equipa principal.
- O Estoril tem até tradição de jogadores oriundos dos sub-23 que se afirmaram depois na equipa principal. Alguns até deram o salto, como o André Franco, agora no FC Porto. É esse o caminho que o Rodrigo quer seguir?
- O meu sonho, desde que comecei este caminho aqui no Estoril, é conseguir atingir a equipa principal do Estoril. É para isso que trabalho todos os dias, é o principal objetivo. A minha motivação é chegar ao plantel principal e disputar a Primeira Liga. O meu trabalho é neste sentido. Depois logo se verá se se confirma.
- É um dos capitães de equipa. Liderar uma equipa também ajuda a formar um jogador?
- Sim, ajuda a crescer e acaba por acrescentar mais responsabilidade àquela que já temos porque estamos a representar o grupo. Estamos a dar a cara pelos nossos colegas e a honrar uma instituição de enorme prestígio. Foi um enorme orgulho poder envergar a braçadeira de capitão esta época.
- O André Franco fez formação no Sporting e está agora no FC Porto. O Rodrigo passou pela formação do
Benfica. Representaria outro grande sem qualquer problema?
- Como referi, neste momento o primeiro objetivo é afirmar-me na equipa principal do Estoril. É para isso que trabalho diariamente. No futebol é impossível prever cenários futuros, mas sim, se essa questão se colocar, sim… Sou profissional e enquanto profissional tenho de estar preparado para qualquer contexto, independentemente do clube que represento.
- Porque saiu do Benfica?
- Na altura, a estrutura achou que era o melhor para mim. Era importante para ter outros estímulos na carreira.
- Jogou com o António Silva. Esperava esta afirmação tão rápida do central na equipa principal do Benfica?
- O António está a colher os frutos do trabalho dele, quando teve a oportunidade dele soube aproveita-lá… Espero em breve poder defrontá-lo! Tenho muito orgulho no trabalho e na amizade dele! É um exemplo para mim e para muitos jovens…
- Passou também pelo Belenenses e pela BSAD. Como está o setor da formação nesses clubes?
- Estão a dar os seus passos e a construir o seu projeto. Não há muito que possa dizer. Da minha parte, só lhes posso agradecer pela oportunidade que me deram para os representar e pelo tanto que partilharam comigo e que me fizeram crescer. Cada clube proporcionou-me uma aprendizagem diferente.
- Como viveu o diferendo entre Belenenses e BSAD, do lado de dentro do conflito?
- Enquanto atleta, penso apenas naquilo que posso controlar. E o que posso controlar é o meu rendimento. A
minha preocupação foi dar o meu melhor enquanto os representei. Nunca liguei muito a essa questão, confesso. O conflito era entre eles.
- Depois desta época de afirmação nos sub-23 do Estoril, está pronto para a Liga Portugal?
- Sim, tenho trabalhado e continuo a trabalhar com esse objetivo. Sinto-me pronto para me desafiar noutros contextos.
- Aos 19 anos, que sonhos e objetivos tem para a sua carreira, a curto e longo prazo?
- A curto prazo, sem dúvida integrar a equipa principal do Estoril, clube que represento, e afirmar-me… A longo prazo quem sabe um dia patamares mais altos, podendo ter o António Silva como colega de equipa.