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Governo açoriano e Santa Clara entendem-se para sub-23 jogarem em São Miguel

LUSA
José Manuel Bolieiro, presidente do Governo Regional dos Açores
José Manuel Bolieiro, presidente do Governo Regional dos AçoresLUSA
O Governo dos Açores e o Santa Clara anunciaram esta quinta-feira um “entendimento” para a equipa de sub-23 do clube jogar na ilha de São Miguel, mas admitiram a necessidade de requalificar o Complexo Desportivo das Laranjeiras.

Numa conferência de imprensa realizada no Palácio da Conceição, sede do executivo açoriano, a secretária da Saúde e Desporto, Mónica Seidi, e o presidente do Santa Clara, Ricardo Pacheco, anunciaram que a equipa de sub-23 não vai ser obrigada a deslocar-se para a ilha Terceira.

“Houve a necessidade de ultrapassar um constrangimento. Neste momento, da parte do Governo Regional, o constrangimento está ultrapassado na medida em que queremos que o Santa Clara continue a jogar na ilha de são Miguel”, declarou a governante.

E prosseguiu: “Houve aqui um problema. É para nós motivo de satisfação dizer que o entendimento está encontrado”.

Em 29 de agosto, o Santa Clara anunciou que a equipa de sub-23 do conjunto açoriano iria deixar de jogar em São Miguel para competir na ilha Terceira, devido “à impossibilidade de acordo com o poder local”.

Antes da decisão, o clube emitiu um comunicado a criticar as declarações do diretor do Desporto do Governo dos Açores, que em entrevista ao jornal Correio dos Açores explicou que os sub-23 não recebem apoios às deslocações porque não tiveram mérito desportivo no acesso à competição.

Hoje, Mónica Seidi reconheceu a necessidade de “alterar as condições” do Complexo Desportivo das Laranjeiras, que “não reúne todas as condições exigidas” pela Federação Portuguesa de Futebol (FPF).

“Poderá haver aqui a possibilidade de o próximo jogo não se realizar nas Laranjeiras, mas vamos trabalhar em conjunto para ultrapassar o quanto antes essa situação”, assinalou.

A secretária regional lembrou que os açorianos também inscreveram o estádio de São Miguel junto da FPF, mas destacou que essa “será sempre uma solução transitória”.

“Dotar o Complexo das Laranjeiras para prática desportiva com condições de excelência é algo que neste momento serve o Santa Clara, mas que no futuro pode servir outro clube”, afirmou, quando questionada sobre se a requalificação do recinto vai ser custeada pelo Governo Regional ou pelo Santa Clara.

Mónica Seidi não quis revelar se mantém a confiança política no diretor regional e se o tema causou divergências internas no executivo açoriano (PSD/CDS-PP/PPM), uma vez que o CDS-PP criticou a atuação dos responsáveis do Desporto e Educação.

“O foco da conferência é a resolução do problema. A solução está encontrada. Não vou tecer qualquer comentário”, reiterou.

O presidente do Santa Clara, Ricardo Pacheco, realçou que a formação açoriana criou a equipa de sub-23 sem “pedir dinheiro a ninguém” e avançou que o clube recebeu um “feedback desagradável” da FPF devido às condições do Complexo das Laranjeiras para a transmissão televisiva.

“O Santa Clara serve e quer servir os Açores. Quer ser parceiro. Também precisamos de apoios - isto é mesmo assim - para continuar a dar alegrias a tantos açorianos”, afirmou o presidente do clube, ao lado do diretor executivo da SAD, Klauss Câmara. 

Apesar de o emblema açoriano ter criticado a atuação do diretor regional do Desporto, Ricardo Pacheco reforçou que as "relações" são com o Governo Regional e "não com uma pessoa em concreto".

O Complexo Desportivo das Laranjeiras, localizado em Ponta Delgada, pertence à região e serve como campo de treino da equipa principal do Santa Clara. O espaço recebe ainda as aulas de Educação Física da escola secundária das Laranjeiras e treinos de clubes de atletismo da ilha.