Qual a importância da transferência de Lionel Messi para o Inter Miami e para a MLS?
Messi confirmou na quarta-feira que se juntará à MLS e jogará por um clube fora da Europa pela primeira vez em mais de 20 anos.
A contratação do sete vezes vencedor da Bola de Ouro é um grande impulso para o futebol nos Estados Unidos, onde a popularidade da modalidade fica atrás das outras quatro principais Ligas profissionais masculinas norte-americanas.
Messi queria ir para um clube onde pudesse eventualmente ter uma participação acionária, disse uma fonte com conhecimento das negociações à Reuters esta semana.
Isso faria com que ele seguisse um caminho semelhante ao do co-proprietário da sua nova equipa, David Beckham, que causou um choque na MLS quando se juntou ao LA Galaxy em 2007, depois de sair do Real Madrid, num acordo que lhe deu o direito a uma franquia com desconto.
Beckham e a sua esposa, Victoria Beckham, das Spice Girls, encaixaram-se na cultura de celebridades de Tinseltown e a mudança foi celebrada como a abertura de uma nova era para a MLS.
Mas a transferência de Messi como jogador livre depois de se separar do campeão francês Paris Saint Germain pode ter um significado ainda maior.
"Ele é o jogador mais conhecido e o melhor do planeta ao mesmo tempo", disse Eric Wynalda, ex-jogador da seleção americana e comentador de futebol que atualmente apresenta um programa na SiriusXM. "Não se trata apenas de uma atração, mas também de ter a oportunidade de ver a grandeza".
O anúncio fica aquém do maior choque no futebol norte-americano, quando o falecido jogador brasileiro Pelé saiu da reforma para assinar por um clube pouco conhecido dos EUA chamado New York Cosmos, em 1975.
Mas com a América do Norte pronta para sediar o Campeonato do Mundo dentro de três anos, a chegada de Messi coincide com um período de maior impulso para o desporto e poderia acelerar a popularidade da MLS, que tem tido um crescimento constante desde a sua temporada inaugural em 1996.
"A MLS não vai ficar equivalente a nenhuma das Ligas europeias da noite para o dia", disse Andrew Zimbalist, professor do Smith College e co-autor de "National Pastime: How Americans Play Baseball and the Rest of the World Plays Soccer".
"A maioria dos verdadeiros adeptos de futebol nos Estados Unidos, quando querem ver futebol competitivo de alto nível, vão sintonizar o futebol europeu, não vão mudar para a MLS. Mas Messi terá um impacto que começará a mudar isso".