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Vanzeir e o incidente de racismo: "Disse macaco sobre o árbitro, no sentido de palhaço"

Julius Dijsktra
Vanzeir foi suspenso por seis jogos depois do incidente em que foi acusado de racismo
Vanzeir foi suspenso por seis jogos depois do incidente em que foi acusado de racismoProfimedia
Dante Vanzeir, futebolista belga que caiu em descrédito no início deste mês por alegadamente ter feito uma observação racista sobre um adversário durante o jogo entre os New York Red Bull e os San Jose Earthquakes, abordou pela primeira vez o incidente. Numa entrevista franca à "Sporza", o futebolista contou a sua versão da história e ofereceu uma nova perspetiva, sugerindo que a polémica se baseou num mal-entendido.

"Não, eu não usei a palavra nigger (insulto racial nos Estados Unidos)", assegurou Vanzeir. "Vou contar-vos a forma exacta como isso aconteceu. A falta foi cometida e o árbitro assinalou-a. Estou a discutir com ele e quando a discussão entre nós termina, ele vira-se para os jogadores deitados no chão e eu ainda estou a reclamar um pouco para mim próprio acerca dele e digo a palavra "macaco", mas no sentido de: "Que macaco, que palhaço, que boneco", porque nesse momento penso que ele tomou a decisão errada. Foi assim que a discussão começou. (...) Não usei essa palavra para com um jogador que estava no chão ou perto de mim", explicou.

O árbitro em questão era o norte-americano Ismir Pekmic, e Vanzeir não se apercebeu na altura que a palavra que havia usado é vista nos Estados Unidos sob uma luz completamente diferente da forma como ele a queria dizer: "Não me apercebi de todo que tinha usado uma palavra que teria um significado diferente na América. Penso que isso também está claro pela reação que tenho em campo".

Vanzeir foi suspenso por seis jogos após o incidente, foi multado em 10.000 euros e deve ser submetido a um processo de recuperação. O jogador aceita a punição: "Percebo muito bem que cometi um erro que ainda hoje me faz sentir mal. Mas aceito esse castigo, tenho agora tempo para processar tudo, para tomar as medidas necessárias e sobretudo para reconstruir a confiança dos meus companheiros de equipa, do clube e dos adeptos. E para lhes mostrar que sou um bom rapaz, que na minha mente e no meu coração estou livre do racismo".