Liga Moçambicana de Futebol investiga subornos em jogo que terminou em tumultos
“O relatório do delegado da LMF refere-se a atos de corrupção nos quais se indica que os dirigentes do Grupo Desportivo Recreativo Textáfrica (…) exigiram a devolução do valor de 100.000 meticais ao árbitro do encontro (…) alegadamente pago a este a título de suborno”, lê-se num comunicado divulgado após uma reunião do órgão.
A LMF pediu, esta semana, a abertura de um inquérito para avaliar o “grau de culpabilidade” da arbitragem em incidentes que culminaram com tumultos, com as autoridades a dispararem gás lacrimogéneo, em dois jogos da 10.ª jornada do principal campeonato moçambicano de futebol, incluindo a partida Textáfrica e a Associação Black Bulls, no domingo, descrito como o caso mais grave.
O jogo entre as duas formações decorreu no campo da Soalpo, em Chimoio, na província central de Manica, tendo a polícia utilizado gás lacrimogéneo na sequência destes tumultos, causando alguns feridos, além da danificação de diverso património.
O Conselho de Disciplina da LMF defende a necessidade de “apuramento da verdade material” do alegado suborno ao árbitro, tendo, por isso, criado uma comissão de inquérito composta pelo vice-presidente e pelo primeiro vogal da entidade.
“Há sanções a serem aplicadas, com certeza, nos termos do regulamento de disciplina da LMF, como também a nível do direito criminal”, alerta-se no documento.
A Associação Black Bulls, do treinador português Hélder Duarte, venceu o Textáfrica por 2-1, mantendo a liderança no Moçambola.