A grande evolução do Tottenham sob a batuta de Postecoglou é a prova de fogo do Arsenal
Quatro vitórias e um empate nos seus primeiros cinco jogos na Premier League representam o melhor arranque de uma época na primeira divisão em 57 anos, mas no domingo o Tottenham enfrenta a prova de fogo.
O adversário, o Arsenal, que também tem 13 pontos e está animado após o retorno triunfal à Liga dos Campeões na quarta-feira, estará ansioso para mostrar que a balança de poder entre os dois rivais locais está mais uma vez inclinada a seu favor.
Os dérbis do norte de Londres, independentemente da posição das equipas na tabela, são sempre aguardados com grande expetativa. Mas este tem a particularidade de um Tottenham rejuvenescido, tentando provar que o seu bom começo não é obra do acaso.
Embora a vitória em casa sobre o Manchester United tenha sido impressionante, os jogos do Tottenham têm sido relativamente fáceis, com outros triunfos contra o Bournemouth, além dos promovidos Burnley e Sheffield United.
Aqueles que fazem previsões sobre o renascimento do Tottenham sob o comando do australiano e ex-treinador do Celtic, Postecoglou, podem querer reservar o julgamento até depois de domingo.
Os Spurs não vencem no Emirates há 13 anos, tendo perdido cinco dos últimos seis jogos e sofrido 16 golos.
O histórico em casa contra o rival é muito mais impressionante, embora a vitória do Arsenal por 2-0 em janeiro tenha confirmado o rumo que os dois clubes estavam a tomar.
O Arsenal estava no meio de uma disputa pelo título com o Manchester City, que acabou por perder, enquanto um Tottenham sem forma estava no final de um capítulo cada vez mais tóxico sob o comando do italiano Antonio Conte.
O Tottenham terminarou em oitavo lugar, a 24 pontos do segundo classificado, o Arsenal - a primeira vez desde 2016 que terminaram abaixo deste último.
Domínio dos gunners
Quando o Arsenal passou o defeso a contratar jogadores como o médio inglês Declan Rice, o Tottenham vendeu o talismã Harry Kane, recordista de golos pelo clube e pela seleção, ao Bayern de Munique, parecendo anunciar uma nova era de domínio dos Gunners.
Esse cenário ainda pode acontecer, mas os adeptos do Tottenham têm, pelo menos, algo em que acreditar de novo, com uma equipa coerente a jogar o tipo de futebol fluente e ofensivo que se tinha tornado uma memória apagada sob os mandatos de José Mourinho e, depois, de Antonio Conte.
A contratação de James Maddison, do Leicester City, atenuou o golpe da perda de Kane, e o jogador inglês estabeleceu uma relação imediata com o novo capitão, Son Heung-min.
O recém-contratado guarda-redes Guglielmo Vicario acrescentou uma sensação de tranquilidade à retaguarda do Tottenham, enquanto Yves Bissouma, um jogador negligenciado por Conte, tem sido uma revelação no meio-campo.
O Arsenal, por sua vez, começou a temporada em grande estilo e a goleada de 4-0 sobre o PSV Eindhoven, na quarta-feira, faz com que o clube chegue ao clássico nas nuvens.
"Agora tenho 24 jogadores desesperados para jogar no domingo", disse o técnico do Arsenal, Mikel Arteta.
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O líder Manchester City tem a possibilidade de abrir cinco pontos de vantagem no sábado, quando receber o Nottingham Forest.
O City é a única equipa com um registo 100% vitorioso após cinco jogos, embora o treinador Pep Guardiola possa ter de fazer mudanças, face aos seus recursos, com vários jogadores ausentes por lesão.
A última vítima é o português Bernardo Silva, que teve de ser substituído na vitória sobre o Estrela Vermelha, na Liga dos Campeões.
O Liverpool, que tem 13 pontos, juntamente com o Tottenham e o Arsenal, recebe o West Ham United (10) no domingo.
O Manchester United vai tentar evitar a terceira derrota consecutiva no campeonato quando se deslocar a Burnley para o jogo de sábado, depois de o Luton Town, último classificado, tentar conquistar o primeiro ponto na tabela quando receber o Wolverhampton Wanderers.