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Alex Neil em exclusivo: Conselhos a McTominay no Nápoles e memórias de Maddison no Norwich

Xhulio Zeneli
Alex Neil, treinador escocês de 43 anos
Alex Neil, treinador escocês de 43 anosClive Brunskill / Getty Images via AFP
Depois de um período como treinador em Inglaterra e na Escócia, Alex Neil, ex-técnico do Stoke City, admite que a opção de trabalhar no exterior é atraente.

O escocês, em entrevista ao Tribalfootball, diz que se sente recarregado e revigorado, e que está pronto para voltar a dirigir um clube após a sua saída do Stoke City em dezembro.

Campeão com o Norwich City e o Sunderland, Neil conversou com o Tribalfootball para falar sobre a sua carreira e os seus planos futuros no futebol.

- Alex, é um dos raros exemplos de alguém que jogou e dirigiu o mesmo clube, como fez com o Hamilton.

- Passei nove anos lá. O Hamilton, de certa forma, moldou-me como pessoa e como treinador. Estive lá como jogador e treinador, por vezes participando em jogos e gerindo a equipa. Um dos momentos mais importantes do meu tempo foi quando consegui que a equipa fosse promovida. Lembro-me de termos começado muito bem a nova época, vencendo o Celtic e o Rangers. Depois, fui transferido para o Norwich.

- Stoke, Sunderland, Preston... dirigiu alguns dos clubes mais históricos do futebol britânico.

- Foi muito agradável treinar todas estas equipas, mas, como se sabe, cada equipa tem circunstâncias e expectativas diferentes. Para além do Hamilton, o clube onde me senti mais bem instalado foi o Preston. Gostei muito da minha passagem por lá. Ganhar a promoção com o Norwich e o Sunderland também foram grandes momentos da minha carreira. No entanto, a experiência mais difícil foi no Stoke, onde a situação financeira dificultou o sucesso do clube.

- Voltando ao Norwich, conte-nos um pouco sobre a temporada 2014/15, em que o clube foi promovido.

- Gostei muito da minha passagem pelo Norwich. Mudei-me para lá vindo de um clube muito mais pequeno, o Hamilton. Fizemos um excelente trabalho e chegar à Premier League em quatro meses e meio foi inacreditável - algo especial para todos nós. Foi uma experiência que mudou a minha vida, e o meu objetivo era gerir a Premier League e treinar aqueles jogadores. Fiz o meu melhor para os ajudar a melhorar e também aprendi muito com eles. Mal posso esperar para voltar a ter essa experiência.

- O que achou de dirigir um tal de James Maddison no Norwich?

- Lembro-me de quando trouxemos o James ainda jovem. Já nessa altura ele era um talento inacreditável. Com o seu talento, trabalhou arduamente para se aperfeiçoar e, para mim, tem-se saído muito bem. Agora está num clube enorme como o Tottenham e é um dos seus jogadores mais importantes. Se se pode jogar num dos seis grandes clubes da Premier League e ter bons resultados, pode-se jogar em qualquer liga de topo da Europa. James tem-se saído incrivelmente bem nos Spurs. Está concentrado, é talentoso e tem um grande futuro pela frente se continuar a trabalhar arduamente.

- E dois dos seus antigos jogadores do Norwich, Russell Martin (Southampton) e Gary O'Neil (Wolves), estão agora a treinar na Premier League...

- Não me surpreende nada que ambos se tenham tornado treinadores e atingido este nível. Ambos eram muito inteligentes em campo, excelentes em termos táticos e líderes naturais. Tive uma excelente relação com eles e é possível ver nas suas carreiras de treinadores que continuam a possuir as capacidades que tinham como jogadores. Eles estão a ter muito sucesso nas suas novas funções.

- E aquele ano de promoção com o Sunderland? Como avalia essa conquista na sua carreira?

- O Sunderland foi uma época brilhante para mim. Tinha jogadores muito bons na equipa, o que facilitou o meu trabalho. Gostei muito e o clube estava bem estruturado, apesar de algumas dificuldades recentes. Em termos de dificuldade, diria que a promoção com o Norwich foi mais difícil porque o nível de competição, com equipas como o Bournemouth e o Watford, era muito mais elevado.

- E quanto a alguns dos seus antigos clubes? Como vê as temporadas deles?

- O Sunderland está a lutar pela promoção. Tem um bom plantel jovem e ganhou experiência, embora tenha perdido jogadores importantes durante o verão. Espero que fiquem entre os seis primeiros, mas a promoção automática depende do que fizerem em janeiro. O Norwich tem um novo treinador, por isso vai precisar de tempo para se adaptar e penso que vai ser um ano de transição para eles. Os adeptos esperam muito, por isso vai ser um desafio. O Stoke fez bons negócios na janela de transferências e tem um plantel jovem e talentoso, mas a inexperiência pode atrasá-los em alguns momentos. Um resultado entre os dez primeiros seria um bom resultado para eles.

- Como escocês, o que achou da transferência de Scott McTominay para o Nápoles?

- Acho que ele pode ter sucesso na Itália. Scott tem excelentes atributos, mas acho que o problema no Manchester United e até mesmo na Escócia é que as pessoas esperam que ele seja um jogador criativo, o que ele não é. Os pontos fortes dele são diferentes. Ele é físico, forte e bom no jogo aéreo. Se o Nápoles o utilizar corretamente, poderá ser um grande reforço e ter sucesso no clube.

- Os jogadores escoceses estão a ser muito mais reconhecidos na Europa, mas como vê a situação no seu país?

- O maior problema do futebol escocês é a falta de investimento, o que criou um grande fosso entre o futebol escocês e o inglês. Na Escócia, a cobertura mediática tende a centrar-se apenas no Celtic e no Rangers. Penso que a seleção nacional se qualificou muito bem para o Euro, mas as nossas prestações foram dececionantes. Agora, o foco deve ser a qualificação para o Campeonato do Mundo, o que seria um enorme sucesso para o futebol escocês.

- Qual é o próximo passo na carreira de Alex Neil?

- Estou aberto a ficar no Reino Unido ou a tentar algo no estrangeiro. Já trabalhei com cinco clubes britânicos, mas se surgir a oportunidade certa, estou definitivamente aberto a uma nova experiência noutro país. Isso ajudar-me-ia a crescer como treinador.