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Análise de transferência: Kudus como segundo Bowen, Petrovic a seguir passos de Petr Cech?

11Hacks, Jakub Šedivý
Mohammed Kudus ainda com a camisola do Ajax
Mohammed Kudus ainda com a camisola do AjaxProfimedia
A grande compra do West Ham nesta janela de transferências é uma raridade, enquanto o Chelsea continua a sua tendência esbanjadora. Os Hammers adquiriram Mohammed Kudus, de 23 anos, ao Ajax por 43 milhões de euros, enquanto David Petrovic, também com 23 anos, é a nova aquisição dos Blues para a baliza. A Analytical Optics avalia as duas transferências.

Um dos melhores médios ofensivos da Europa

O internacional ganês e polivalente ofensivo Kudus é um jogador interessante e, em muitos aspetos, único. Não é por acaso que várias equipas têm estado interessadas nos seus serviços, incluindo o Arsenal, o Chelsea e o Brighton.

Segunda contratação mais cara da história do West Ham (depois de Sebastien Haller), fez o mesmo número de minutos na ala ou na posição de médio ofensivo nas últimas três temporadas e tem sido capaz de atuar como uma espécie de falso nove quando necessário. Em termos táticos, oferece opções quase ilimitadas no ataque e é provável que o seu papel varie de jogo para jogo em função das necessidades táticas. Além disso, aos 23 anos, pode ainda não ser óbvio o seu melhor papel e poderá ter de passar por um período de adaptação à posição ideial nas próximas temporadas.

Pode ser uma boa opção para o estilo de jogo do West Ham. Kudus é um jogador ofensivo, rápido, forte e direto. Embora o Ajax seja conhecido pela posse de bola e troca de passes, não se pode esperar dele muito criatividade. Nos modelos de dados avançados, que medem a contribuição de um jogador pelas suas ações com bola, ele destaca-se significativamente mais quando segura a bola do que como um futebolista com uma vasta gama de passes criativos.

Isto significa que ele é especialmente perigoso para a baliza adversária quando consegue cruzar a bola ou correr para o espaço. Não é preciso ir muito longe para encontrar um exemplo concreto e comparação. Adivinhou bem, o seu novo colega de equipa Jarrod Bowen tem um contributo completamente idêntico neste aspeto. É mais provável ver o extremo inglês a correr para o espaço do que a aparecer entre linhas, como um criativo, para rematar.

Esta tipologia enquadra-se bem no estilo físico, de corrida e taticamente pouco complexo de David Moyes. Com a sua equipa, não se vêem combinações elaboradas desde o guarda-redes até à baliza ao bom estilo do Manchester City ou do Brighton, mas sim transições rápidas no ataque e muita confiança nos contra-ataques. Esta postura é adequada para Kudus e a equipa poderá tirar partido das corridas e da receção da bola em zonas perigosas. De qualquer das formas, é um dos melhores extremos da Europa a chegar com a bola controlada mais perto da baliza.

A escolha de espaços é geralmente um dos seus pontos fortes. Seja qual for a sua posição no apito inicial, o objetivo do West Ham deve ser só um: colocá-lo em zonas de fazer golo. Nas últimas três temporadas no Paíse Baixos, tem sido o melhor extremo na métrica de golos esperados (xG), na qual ele tem um desempenho muito semelhante ao do atual jogador do Liverpool e outra grande exportação da Eredivisie, Cody Gakpo.

Kudus não só sabe como aproveitar as boas oportunidades, como também tem um toque de qualidade na finalização, o que o torna uma arma potente. Quando remata, é normalmente nas zonas centrais da grande área, o local a probabilidade de marcar é maior. Nos últimos três anos, fez 99 remates, 69 dos quais a partir da grande área. A maior parte das tentativas são perigosas e não é de admirar que tenha somado 13 golos na Liga e outros cinco nas competições europeias. A sua capacidade superior no um contra um dentro de área também o ajuda, com uma taxa de sucesso de finta de 75%. Consegue criar espaço para si mesmo quando necessário e não depende apenas do serviço dos outros.

Moyes e a sua equipa também ficaram impressionados com o seu trabalho defensivo acima da média. Kudus não é preguiçoso e, em comparação com outros extremos, pressiona acima da média e faz desarmes importantes. No estilo de jogo corrido do West Ham, que também tem pouca posse de bola, o seu contributo na defesa será vital.

Qualidade despretensiosa vinda da MLS

O Chelsea fez a 10.ª contratação nesta janela de transferências com a chegada do guarda-redes sérvio Djordje Petrovic. O clube fez esta aquisição em resposta à saída de Kepa, que rumou a Espanha para substituir o lesionado Thibaut Courtois na baliza do Real Madrid. Com a saída de Edouard Mendy para a Arábia Saudita, os Blues ficaram com apenas um guarda-redes no plantel.

Trata-se do espanhol Robert Sánchez, contratado também neste verão por 23 milhões de euros ao Brighton, que se está a tornar um dos fornecedores favoritos da direção do Chelsea. Desta vez, no entanto, Petrovic foi observado no exterior, ao serviço do New England Revolution, para onde foi no ano passado, vindo do Cukarica. O clube dos Estados Unidos bem pode celebrar, uma vez que, em duas épocas, recebeu 17 vezes mais do que pagou.

O número um do Chelsea, mesmo tendo em conta a chegada tardia, parece estar claramente estabelecido, mas se Petrovic entrar em ação, mostrará a sua qualidade. E se houver uma ausência prolongada e forçada de Sánchez, por exemplo, é possível que o sérvio não o deixe regressar graças às suas boas exibições. Afinal de contas, foi exatamente assim que Petr Čech entrou na baliza uma vez...

É claro que a diferença entre a MLS e a Premier League é enorme. No entanto, Petrovic é claramente o melhor guarda-redes dos últimos dois anos em termos de defesas em competições fora da Europa. De acordo com uma métrica que regista o número de golos extra que consegue defender, está num excelente número de 15, o que corresponde a 7,5 por época. E esse tipo de desempenho pode facilmente levar a equipa de uma posição a meio da tabela a candidato aos quatro primeiros ou até mesmo ao título.

Quanto ao estilo de jogo, Petrovic não está muito habituado a sair fora das postes. Do mesmo modo, não gosta muito de cruzamentos e prefere socá-los do que agarrar a bola. O jogo de pés está muitas vezes ligado à complexidade do estilo de jogo e da estratégia da equipa, mas também aqui o sérvio mostra boas capacidades. É capaz de fazer passes de rutura mesmo como guarda-redes e, em geral, as suas ações ajudaram a equipa a ganhar. Além disso, não está habituado a fazer pontapés longos, algo que convém ao treinador Pochettino, que gosta de preparar ataques a partir de trás.

Petrovic pode parecer despretensioso, mas a sua qualidade em duas épocas na MLS é inquestionável. O Chelsea adquiriu um excelente guarda-redes para as suas fileiras, que é também um excelente jogador com os pés. É provável que não seja chamado muitas vezes à titularidade, mas se tiver essa oportunidade e mostrar um bom serviço vai, no mínimo, colocar muita pressão a Sánchez. E não será uma surpresa se, com o passar do tempo, ele o superar como número um.