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Análise: Os erros que condenaram o Arsenal na sua "melhor campanha" dos últimos tempos

Mikel Arteta e Declan Rice
Mikel Arteta e Declan Rice AFP
Os londrinos ficaram no segundo lugar da Premier League com um sentimento amargo, depois de verem o Manchester City ser coroado campeão na última jornada.

Se há uma equipa que, nas últimas duas épocas, teve inúmeras oportunidades para derrubar a hegemonia do City de Guardiola em Inglaterra, essa equipa é o Arsenal. No ano passado, por exemplo, o Arsenal chegou a ter mais de quatro pontos de vantagem sobre os Citizens, que se sagraram campeões.

Na atual temporada, mais uma vez, os Gunners perderam a pontaria das suas armas no final da Premier League e terminam aquela que é, estatisticamente falando, a sua "melhor campanha" da história recente.

Uma campanha que, apesar dos números, termina sem títulos e com muito espaço para melhorias.

Uma enorme lacuna de mentalidade

Rodri, um dos craques do Manchester City, disse-o após a conquista de mais um título da Premier League. A grande diferença entre o Arsenal e o City estava na mentalidade. A equipa de Mikel Arteta derrotou os Citizens na primeira volta da competição, pela margem mínima, em Londres. No Etihad, os Gunners contentaram-se com um empate quando dominaram o jogo inteiro e chegaram a incomodar a equipa de Guardiola.

"A diferença entre nós e o Arsenal foi a mentalidade. Quando o Arsenal veio ao Etihad, senti que 'eles não querem ganhar-nos, só querem empatar'. Essa mentalidade, nós não faríamos isso. Se nos derem um ponto, ganharemos os últimos 7/8 jogos...", afirmou Rodri.

Jogar sem um avançado de referência

O Arsenal, por outro lado, decidiu taticamente montar um sistema que começou sem um nove natural. Gabriel Jesus, que sob o comando de Guardiola era utilizado como um "falso nove" ou criador de jogadas, foi encarregado de liderar a frente de ataque dos Gunners. O brasileiro marcou 19 golos em todas as competições, um número que é insuficiente em comparação com rivais como Haaland (38 golos em todas as competições) ou Ollie Watkins, avançado do Aston Villa (27 golos em todas as competições).

Os números de Gabriel Jesus
Os números de Gabriel JesusFlashscore

Quando Gabriel Jesus perdeu o ritmo, Kai Havertz, um avançado solitário, tomou o seu lugar na frente. O alemão deu conta do recado. No entanto, a necessidade de contratar um avançado de classe mundial é evidente. Sem um avançado que marque pelo menos 25 golos, é difícil ganhar a Premier League.

Flanco esquerdo: um problema

Na defesa, o Arsenal melhorou em relação às épocas anteriores. O eixo defensivo, composto por Saliba e Gabriel, afirmou-se como um dos mais eficazes da Premier League. O flanco esquerdo, por outro lado, apresentou problemas de inconsistência. Zinchenko cometeu erros no play-off contra o Bayern Munique. Tomiyasu, um lateral-direito, jogou com o perfil invertido e Kiwor, um defesa-central, tornou-se o substituto do ucraniano.

Tierney e Nuno Tavares, emprestados, regressam a Londres e poderão ter um papel interessante na próxima época.

Desistir de pontos contra rivais não titulados

Talvez a falha mais significativa. O Arsenal fez uma excelente prestação contra as seis grandes equipas. Venceu o United e o City. Venceu o Chelsea. Teve um bom desempenho contra o Aston Villa de Unai Emery. Noutros jogos, que no papel eram acessíveis, os "gunners" falharam e permitiram que a equipa de Pep Guardiola diminuísse a diferença.

Enquanto 87 pontos noutra liga são sinónimo de felicidade, na Premier League é apenas a quase perfeição que nos aproxima do título.

A equipa de Mikel Arteta foi obrigada a ceder pontos contra equipas como o West Ham e o Fulham.