O ex-avançado dos magpies realizou um sonho de infância não apenas por jogar pelo clube da sua cidade natal, mas também ao experienciar a Liga dos Campeões na época. Passados 20 anos, o Newcastle está de volta à elite europeia e ninguém poderia estar mais feliz do que o seu antigo atacante.
"O Newcastle estava em alta quando eu fazia parte da equipa, no início dos anos 2000", disse Chopra à Tribal Football.
"Sim, a situação azedou quando (Mike) Ashley assumiu o clube... mas sempre achei que era apenas uma questão de tempo até que alguém colocasse as mãos no clube e o colocasse de volta no lugar que ele merece estar. Os novos proprietários chegaram e fizeram um trabalho fantástico, não só com o clube de futebol, mas também com os arredores da área", acrescentou.
Chopra, que agora vive em Amesterdão, também apoia a abordagem dos proprietários aos gastos com transferências. Ele apoia a formação gradual do plantel de Eddie Howe.
"Eles estão a gastar dinheiro em novos jogadores de forma progressiva", diz Chopra, "e isso é uma coisa boa de se ver. Espero que continue assim e que possamos progredir ano após ano".
Recuando uma geração, Chopra fez parte de uma era em que o Newcastle era uma verdadeira ameaça ao título - e também competitivo na Europa. Na verdade, Chopra viveu alguns dos seus melhores momentos com a camisa dos magpies nas competições europeias. A sua estreia contra o Barcelona ainda é um momento que evoca lembranças especiais.
"Sim, é uma coisa de que me lembro muito bem e que me traz muitas recordações boas. Não joguei muitos minutos, mas estive em campo com alguns dos melhores jogadores do Barcelona. Foi um grande dia para mim e lembro-me dele como se fosse hoje. Estrear-me na Liga dos Campeões contra o Barcelona e num estádio emblemático como o Camp Nou... foi especial", sorri Chopra.
"No Newcastle, era o clube da minha infância e realizei o sonho de jogar com o meu ídolo Alan Shearer. No Sunderland, foi muito mais difícil devido ao facto de eu ser adepto do Newcastle, mas fui para lá porque o Roy Keane era o treinador e eu tinha o sonho de querer ser treinado por ele", recordou.
Chopra admite que não tinha a certeza de como é que os adeptos do Sunderland o iriam aceitar. Mas as preocupações desapareceram rapidamente após o primeiro jogo da temporada 2007/08 da Premier League.
"Sim, é difícil para um garoto de Newcastle ir jogar no Sunderland. Muitos adeptos do Sunderland não me queriam no clube, mas isso mudou logo!", completou.
"No primeiro jogo da época, contra o Tottenham, marquei o golo da vitória e os adeptos do Sunderland perceberam logo que deviam esquecer o assunto do Newcastle e concentrar-se em mim, como futebolista, e em tentar jogar bem por eles. Depois, no segundo jogo, marquei um golo! Fizemos dois jogos e marquei dois golos. O futebol tem os seus altos e baixos, mas se nos portarmos bem em campo, é claro que os adeptos nos vão julgar de forma diferente e os adeptos do Sunderland fizeram isso mesmo", anotou.
Embora tenha tido os seus momentos no Newcastle e no Sunderland, foi no Cardiff City que Chopra atingiu o seu potencial. Chopra marcou 22 golos em 42 jogos pelos Bluebirds na época 2006/07.
"No Cardiff, tive o melhor nível de jogo da minha carreira e também tive uma grande ligação com os adeptos", diz Chopra.
"O Cardiff foi a equipa que conseguiu tirar o melhor de mim. Não sei se foi devido ao estilo de jogo ou aos jogadores com quem joguei, mas em todos os jogos em que entrei senti e soube que ia marcar golos. Nessa época, penso que terminei como segundo melhor marcador do campeonato, o que não foi mau para o meu primeiro ano na liga. Para mim, marcar aquela quantidade de golos... foi um grande feito", defendeu.
Refletindo sobre o seu tempo no futebol, Chopra não escondeu o orgulho por o que viveu: "Tive muitos adversários difíceis. Rio Ferdinand, John Terry, Sol Campbell, todos eles eram defesas de classe mundial e difíceis de superar. Depois, também joguei com e contra avançados muito importantes, como Shearer, (Patrick) Kluivert, (Wayne) Rooney e (Michael) Owen".
Depois de uma carreira profissional de 16 anos, com quase 400 jogos, Chopra continua no futebol até hoje. Atualmente, está envolvido na instituição de caridade Football for Peace e espera transmitir os seus conhecimentos e experiência a futuros profissionais.
"Atualmente, vivo em Amesterdão e sou embaixador de uma organização de beneficência chamada Football for Peace", diz Chopra.
"Estou a tentar dar algo de volta à comunidade para as pessoas que precisam e tentar ajudá-las no seu caminho para se tornarem jogadores de futebol profissionais. É um privilégio trabalhar com estes miúdos e ajudá-los no seu futuro. Sim, é uma grande instituição de caridade e estou a adorar cada minuto", completou.