Arthur afunda-se em Liverpool: 14 minutos no total e nenhum na Premier League
Arthur Melo chegou ao Barcelona com o rótulo de herdeiro de Xavi Hernández, uma comparação que sempre foi demasiado pesada. Mesmo assim, apesar de não ter correspondido às ambiciosas expetativas, foi bem valorizado (disputou 72 jogos nas duas épocas em que lá esteve, prova de que era um jogador importante na rotação) por uma direção então obcecada com a contratação de Miralem Pjanic, cujo papel em Camp Nou era muito mais residual e inconsequente.
O brasileiro trocou LaLiga pela Serie A, numa engenharia fiscal - uma das muitas da Juventus - que, pelo menos por enquanto, não teve consequências para a equipa catalã. Em Itália, com uma trajetória semelhante à de Espanha, disputou 63 jogos nas duas primeiras épocas, um percurso interrompido pelo empréstimo ao Liverpool. Terá de regressar em julho para a pré-época porque tem contrato até 2025.
Há um facto que demonstra o fracasso desta última operação: Arthur disputou mais jogos com a equipa de reservas (dois jogos) do que com a equipa principal (um). É de salientar que sofreu uma lesão grave - de outubro a março - e esteve demasiado tempo ausente, mas a verdade é que chegou sem ter disputado qualquer jogo amigável no verão e em baixo de forma, razão pela qual desceu um degrau para jogar com os mais jovens (com os sub-21). Pouco tempo depois, o problema muscular fez com que perdesse completamente o ritmo.
Arthur está à disposição de Jürgen Klopp há mais de dois meses, mas o alemão deixou-o muitas vezes de fora da equipa e não lhe deu qualquer minuto quando esteve no banco. Salvo uma "prenda" na última jornada, vai sair sem se poder estrear na Premier League. A sua única aparição remonta a 7 de setembro, um jogo da Liga dos Campeões de má memória para os adeptos de Anfield, pois a sua equipa foi derrotada por 4-1 pelo Nápoles.