Arne Slot (Liverpool)
Slot talvez tenha o cargo mais difícil de todos os novos técnicos. Ele deve substituir o lendário Jürgen Klopp em Liverpool, que teve uma era de sucesso em Anfield. Em nove anos ao leme, conquistou oito troféus, incluindo o título inglês e uma vitória na Liga dos Campeões. Os adeptos dos Reds esperaram 30 anos por um triunfo em casa. No final, a escolha da gestão desportiva recaiu sobre o agora antigo treinador do Feyenoord. O Liverpool pagou mais de 9 milhões de euros por ele.
Deixou atrás de si um rasto de sucesso. Em três anos, ganhou a Eredivisie e a Taça dos Países Baixos e, em 2022, chegou à final da Liga Conferência. Na preparação para a nova época, o Liverpool tem-se saído bem, com vitórias sobre o Arsenal e o Manchester United.
"Não é certamente fácil fechar a porta de um clube onde se viveram tantos momentos maravilhosos e se trabalhou com sucesso com tantas pessoas fantásticas", disse ao sítio do Feyenoord: "Mas é difícil ignorar a oportunidade de se tornar treinador na Premier League, num dos maiores clubes do mundo. Estou grato ao Feyenoord pela sua disponibilidade para cooperar nesta transferência", acrescentou.
O treinador passou duas épocas no AZ Alkmaar, dos Países Baixos, e igual período no SC Cambuur, da segunda divisão neerlandesa. De acordo com Harvey Elliott, médio do Liverpool, o estilo do novo treinador é tipicamente "elegante" e neerlandês, em comparação com o "futebol heavy metal" de Klopp. "O estilo de jogo é muito diferente. Agora é mais sobre a posse de bola", comenta Elliott sobre o novo desafio.
Enzo Maresca (Chelsea)
Maresca levou o Leicester City à conquista do Championship na única temporada no clube, e saiu logo em seguida. O motivo foi uma oferta do Chelsea, onde substituiu Mauricio Pochettino. O argentino teve de deixar o emblema londrino depois de o Chelsea ter terminado a época em sexto lugar e, assim, não se ter qualificado para a Liga dos Campeões. " É o sonho de qualquer treinador assinar com o Chelsea, um dos maiores clubes do mundo", disse Maresca na sua apresentação oficial. "Estou entusiasmado com esta oportunidade", acrescentou.
O antigo médio pendurou as chuteiras em 2017 e passou quase de imediato para o banco dos treinadores. Ele foi adjunto de Pep Guardiola na época do treble do Manchester City na temporada 2022/23 e também trabalhou nas equipas técnias de West Ham e Sevilha. Antes disso, dirigiu brevemente o Parma, mas sem sucesso. Na Serie B, não conseguiu levar a equipa à promoção e foi despedido.
Apesar de ter conseguido fazer regressar os Foxes à Premier League à primeira tentativa, o seu estilo de jogo não granjeou o favor de todos os adeptos. Maresca é conhecido pela sua preferência pela posse de bola, pressão agressiva e esquemas de jogo que está a tentar aplicar no Chelsea. Em vez de fazer mudanças frequentes no plantel, aposta na estabilidade.
Mas a sua abordagem deu frutos na abertura da época com o Leicester - 21 vitórias nos primeiros 26 jogos e uma liderança ininterrupta no Campeonato. Embora a equipa tenha ficado fora dos dois primeiros lugares após uma série de derrotas no final da época, conseguiu recuperar e avançar.
Kieran McKenna (Ipswich)
McKenna fez coisas incríveis em Portman Road. Em dois anos e meio, levou a equipa da League One para o topo da pirâmde. O estilo de futebol expansivo levou o Ipswich à promoção graças a dois segundos lugares consecutivos, com a equipa a marcar 101 golos na League One e 92 no Championship. Sem surpresas, o treinador norte-irlandês de 38 anos é considerado um dos melhores talentos da atualidade.
Especulou-se sobre a saída, tendo sido associado ao Manchester United e ao Brighton. Mas acabou por prolongar o contrato com o Ipswich por quatro anos. O sucesso de McKenna é bem merecido, pois no verão passado o clube gastou apenas 4 milhões de euros para reforçar o plantel.
Depois de terminar a carreira de jogador aos 22 anos, tornou-se técnicodas academias do Tottenham e do Manchester United. "É um tipo de treinador diferente daqueles com que cresci, em que há um homem que controla todo o clube. O seu ponto forte é o campo de treinos" , disse o antigo capitão Mick Mills sobre McKenna. "Ele é um técnico inacreditável, que se preocupa com os detalhes. É possível ver isso em tudo o que ele faz, seja na forma como fala connosco ou como está nos treinos", disse o avançado Kieffer Moore
Russell Martin (Southampton)
Martin e Maresca tinham muito em comum no ano passado. Ambos foram nomeados no verão, ambos foram criticados pelo seu estilo de jogo baseado no passe e ambos levaram as suas equipas à promoção para a Premier League. Mas Martin continua fiel ao seu clube e assinou um novo contrato de três anos.
"Sei que a posse de bola não nos faz ganhar jogos", disse Martin após a vitória sobre o Leeds no último jogo da época em Wembley. "Mas é um meio de mostrar a nossa melhor versão de nós mesmos", acrescentou. O antigo treinador do MK Dons levou o Southampton a uma série recorde de 25 jogos sem perder.
Fabian Hürzeler (Brighton)
Após a transferência de Robert De Zerbi para o Marselha, o Brighton escolheu Hürzeler como "a opção menos arriscada", segundo o proprietário Tony Bloom. O técnico alemão, que levou o St. Pauli à subida à Bundesliga após 13 anos, tornar-se-á o treinador mais jovem da história da Premier League. Aos 31 anos, é mais novo do que seis jogadores do atual plantel.
Depois de deixar de jogar aos 23 anos, esteve na seleção alemã de juniores como adjunto. Traz para Inglaterra um estilo de futebol baseado na posse de bola. De acordo com Matthew Karagich, especialista da Segunda Bundesliga, Hürzeler é um treinador apaixonado, cujas equipas procuram dominar e "destruir" os adversários.
