Cinco jogadores que devem ficar na Premier League caso as suas equipas sejam despromovidas
A luta pela permanência deste ano na Premier League vai ser disputada até ao último fôlego.
O destino do Southampton já está traçado após a derrota caseira por 2-0 em casa diante do Fulham, de Marco Silva, na última jornada, enquanto o Leicester City parece cada vez mais candidato a seguir o mesmo caminho depois da péssima exibição caseira com o Liverpool (0-3) na segunda-feira. A estes juntam-se o Leeds United, o Everton e o Nottingham Forest.
A despromoção pode, naturalmente, ter um impacto financeiro negativo nos clubes, que se vêem muitas vezes obrigados a reduzir a massa salarial através da venda das estrelas. Em muitos casos, os clubes da Premier League têm a oportunidade de contratar jogadores de alto nível por um preço mais baixo.
Só nos últimos anos, nomes como Andrew Robertson, Harry Maguire, Moussa Sissoko e Georginio Wijnaldum foram todos contratados de equipas despromovidas e depois prosperaram.
Com isso em mente, o Flashscore destacou cinco jogadores de destaque que quase certamente vão estar de malas feitas neste verão, caso as respetivas equipas desçam de divisão.
Harvey Barnes (25 anos) - Leicester City
Os Foxes passaram de candidatos a um lugar na Liga dos Campeões para uma equipa à beira do Championship num curto espaço de tempo.
Apesar das dificuldades ao longo desta campanha, Barnes continua a ser um dos que mais brilha, sobretudo do ponto de vista de meter a bola dentro da baliza. Os seus 12 golos significam que marcou quase um quarto de todos os tentos conseguidos pela equipa no campeonato.
Há apenas dez jogadores em toda a divisão com melhor número - todos eles fazem parte de formações na metade superior da tabela. O que ajuda a tornar esse número tão impressionante é o facto de Barnes ser um extremo e não um avançado.
No entanto, a sua velocidade e potência, combinadas com a capacidade de finta, fazem dele um mestre na condução pelo flanco esquerdo antes de fletir para o melhor pé, o direito, e rematar à baliza.
Com apenas 25 anos, seria uma adição bem-vinda à maioria dos ataques da Premier League este verão.
James Maddison (26) - Leicester City
Companheiro de equipa de Barnes, Maddison parece destinado a deixar o King Power Stadium esta temporada, mesmo que a equipe de Dean Smith consiga evitar a descida.
O internacional inglês está no radar de muitos dos principais clubes da Premier League há quase dois anos, e o interesse só se intensificou depois de mais uma grande campanha individual do médio ofensivo.
Depois de marcar dez golos e assistir para outros nove, está agora a apenas um passe ou remate certeiro de alcançar uma combinação de 20 ou mais golos e assistêmncias pela segunda temporada consecutiva.
Neste momento, não há muitos jogadores de elite com o perfil de um verdadeiro número 10 no mercado, ou seja, jogadores capazes de entrar em zonas centrais perigosas dentro do meio-campo adversário, fugir à pressão e fazer passes perfeitos para os avançados.
Parece inevitável uma transferência para um colosso da Premier League, mas uma despromoção do Leicester poderia baixar consideravelmente o preço para o adquirir.
Dwight McNeil (23) - Everton
Apesar de estar a ser pouco falado, é justo dizer que McNeil tem sido um dos jogadores mais em forma da Premier League nos últimos meses.
Antes da chegada de Sean Dyche a Goodison Park, em fevereiro, o ala tinha feito 90 minutos em apenas dois jogos da Premier League sob o comando de Frank Lampard e parecia uma sombra do jogador que prosperou no Burnely.
No entanto, o reencontro com o antigo treinador fez maravilhas à sua confiança e o Everton está a colher os frutos. Começou e completou os 90 minutos em 15 dos 16 jogos de Dyche ao comando dos Toffees e contribuiu com uns respeitáveis cinco golos e duas assistências nesse período.
Além disso, apesar de ter jogado menos minutos no campeonato do que a maioria dos companheiros de ataque, os bons jogos que fez significam que está agora entre os três melhores jogadores do Everton nas métricas de passes-chave (44), assistências esperadas (5,5), ações de criação de remates (98) e dribles progressivos (72).
Apesar de ter apenas 23 anos, já disputou 167 partidas na Premier League e ainda tem muito tempo para evoluir. É fácil perceber por que razão os clubes poderão estar interessados no extremo, caso os Toffees precisem de se desfazer de estrelas no verão.
James Ward-Prowse (28) - Southampton
Produto da formação do clube, Ward-Prowse demonstrou uma lealdade inabalável ao Southampton, apesar de possuir claramente a capacidade de atuar a um nível mais alto.
No entanto, este verão será certamente aquele em que finalmente vai seguir em frente para sítios mais ambiciosos depois de confirmada a descida dos Saints.
Há uma longa lista de potenciais pretendentes e é fácil perceber porquê. A sua característica mais óbvia e mais notável é, obviamente, a ameaça que causa em situações de bola parada.
Só Kieran Trippier conseguiu fazer melhor do que os 56 passes em situações de bola parada que resultaram em remate esta temporada, ao mesmo tempo que fez quatro golos de livres diretos em todas as competições - precisa de apenas um para igualar o recorde da Premier League, estabelecido por David Beckham (18).
O que muitas vezes se esquece é a sua forte habilidade em campo aberto. A excelente capacidade técnica traduz-se numa capacidade de passe a longa distância e tem sido muitas vezes uma peça fundamental na construção ofensiva do Southampton. É também fiável sem bola e já ganhou mais desarmes do que qualquer outro jogador da sua equipa.
O facto de ser forte nos dois lados do campo é uma grande razão pela qual vários treinadores do Southampton se sentiram confortáveis para o colocar num meio-campo a dois e vai ser emocionante ver o quão mais pode oferecer numa equipa mais competente na próxima época.
Jack Harrison (26) - Leeds United
Embora esperado, foi um golpe para o Leeds perder Raphinha para o Barcelona no verão passado. No entanto, é justo dizer que Harrison destacou-se nesse lugar e, se os Whites evitarem a descida, grande parte do crédito é dele.
Apenas dois jogadores - Illan Meslier e Robin Koch - fizeram mais minutos na Premier League pelo Leeds esta temporada. Isso mostra a consistência do jogador ao longo da temporada, assim como os números em destaque do ataque.
Além dos quatro golos na liga, Harrison é o primeiro em assistências (sete), além de ações de remates (111), cruzamentos em campo aberto (166) e desarmes bem-sucedidos no último terço (20).
O que aumenta o interesse é a capacidade de atuar em várias posições no campo. Embora muitas vezes seja preferido no lado esquerdo do ataque do Leeds, também já atuou como médio centro, extremo direito e até mesmo como número 10.
É um jogador a ser observado de perto este verão - especialmente se Sam Allardyce falhar na missão de manter o Leeds no principal escalão.
Morgan Gibbs-White (23) - Nottingham Forest
No verão passado, o Forest fez subir muitas sobrancelhas quando se dispôs a pagar 40 milhões de libras, recorde do clube, para contratar Gibbs-White ao Wolves. Tinha feito apenas dois jogos no campeonato na época anterior e, aos olhos de muitos, era uma verdadeira incógnita.
No entanto, o Forest fez uma análise cuidadosa do jogador e merece todo o crédito, já que se tornou numa das principais estrelas da divisão.
Apesar de ser incluido numa equipa em dificuldades, conseguiu uns impressionantes cinco golos e sete assistências esta época, a melhor das quais foi, sem dúvida, o toque primoroso para Danilo, que marcou o quarto golo do Forest na vitória por 4-3 contra o Southampton, há duas semanas.
Isso contribuiu para o enorme total de 114 ações de criação de remate esta época. Para se ter uma ideia do quão impressionante é esse número, atrás dele vem Brennan Johnson, com 55.
Apesar de ter assinado um contrato de longa duração com o clube no verão passado, é difícil imaginar como é que o Forest o vai manter se descer para o Championship. A sua saída seria, definitivamente, um ponto positivo para outro clube da Premier League.