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Como o Manchester City está a lucrar com os jovens da formação

Šimon Votava
Yan Couto pertencia ao City, mas passou três anos no Girona
Yan Couto pertencia ao City, mas passou três anos no GironaProfimedia
O Manchester City é conhecido pelas compras caras, mas nos últimos anos mostraram também o imenso poder da sua academia. Cole Palmer (22 anos), do Chelsea, o futebolista mais produtivo da última temporada da Premier League, não recebeu o prémio de melhor jogador da época devido às exibiçõesde Phil Foden (24 anos), que passaram ambos toda a infância na formação dos Citizens. Os Sky Blues estão a ganhar somas significativas com a venda de jogadores jovens. Na atual janela, as receitas aproximam-se dos 100 milhões de euros, o que se deve ao modelo multi-clubes.

O Girona, por exemplo, que terminou em terceiro lugar na LaLiga, pertence ao City Football Group. Por um tempo surpreendentemente longo, emblema catalão chegou a sonhar com uma conclusão bem-sucedida enquanto ocupava o primeiro lugar. No total, o grupo é composto por 12 clubes mais um afiliado. Entre os mais famosos, por exemplo, o emblema da MLS do New York City FC, na primeira divisão brasileira, o Bahia, e na Europa há quatro outras equipas, incluindo o Troyes.

É a equipa francesa que tem sentido o lado negativo deste modelo. Na época 2022/23, ainda estava na Ligue 1, mas depois de duas despromoções consecutivas, o ESTAC encontra-se na terceira divisão. Acabou por ser salvo dessa situação pela falência do Bordéus, que foi despromovido à custa do Troyes. Ironicamente, o maior negócio envolve um jogador que não jogou um único minuto pelo clube. O extremo brasileiro Sávio, depois da sua transferência para o Troyes, foi imediatamente emprestado, primeiro ao PSV, depois ao parceiro Girona. Aí brilhou e o seu valor subiu para 50 milhões de euros, mas o Manchester City aproveitou e levou-o por metade desse valor.

A nata do topo da pirâmide imaginária está a ser lambida pelos Citizens com regularidade. O jogador do Dortmund, Yan Couto, que está há três anos no clube catalão e ainda não jogou pelo City, rendeu 30 milhões de euros. O mesmo se aplica a Taylor Harwood-Bellis, por quem o Southampton pagou cerca de 23 milhões de euros. O inglês, pelo menos, foi emprestado a clubes não filiados. Embora o funcionamento dos proprietários dos Emirados Árabes Unidos tenha sido alvo de críticas, a academia do City merece elogios.

Para além de Foden e Palmer, pelos quais receberam quase 50 milhões de euros, passaram por ela Jeremie Frimpong, Jadon Sancho e Roméo Lavia. Este último, apesar de não ter conseguido fazer mossa no mundo devido a uma lesão, é a razão pela qual o Chelsea se dispôs a superar o Liverpool, pagando 62 milhões de euros na luta pela sua contratação. Também é novidade para os londrinos o guarda-redes Tosin Adarabioyo, também oriundo do Manchester, bem como Eric García, do Barcelona, que joga na mesma posição. Além disso, Oscar Bobb e Rico Lewis, filhos de um valor significativo, fazem parte do plantel dos Citizens.

Como fonte de financiamento, a academia serve admiravelmente. Nas duas últimas épocas, mesmo sem Palmer, que já estava na equipa A, venderam jogadores por 110 milhões de euros, o que conta como um lucro líquido imediato nas contas. Este ano, o clube lucrou cerca de 50 milhões com os jovens, montante que foi maioritariamente absorvido por Harwood-Bellis e pelo reforço do Ipswich, Liam Delap. Couto e a aquisição de Sergio Gómez da Real Sociedad aumentarão esse montante para 90 milhões de euros, enquanto a janela de transferências fecha no final de agosto. Com isso, o City terá a oportunidade de fazer caixa com outras possíveis contratações de estrelas.