Desespero, desinspiração e esperança: Firmino resgata empate e trava líder Arsenal (2-2)
Recorde aqui as incidências do encontro
O Liverpool parece ter esgotado o poder de fogo nos 7-0 diante do Manchester United... A partir daí, a equipa de Klopp somou três derrotas e um empate, marcando apenas um golo na goleada sofrida às mãos do City (4-1). À procura de quebrar a série negativa, não só de resultados, como de exibições, Diogo Jota foi lançado no onze.
A (boa) dor de cabeça para Arteta ficou resolvida com Leandro Trossard a ficar no banco de suplentes - tal como Fábio Vieira -, apesar do hat-trick apontado em Anfield, no início da temporada quando ainda representava o Brighton. Saka entrou para o ataque, em detrimento do belga.
Foram 40 minutos de avanço
No dia mais indicado para uma possível ressureição, não foi isso que ofereceram os primeiros minutos do jogo. Pelo contrário, as equipas entraram de acordo com o histórico recente, com o Arsenal a criar um lance de perigo na pequena área dos Reds nos primeiros segundos.
Os Gunners acabariam mesmo por chegar à vantagem dentro dos primeiros 10 minutos, num lance que sumariza bem as fragilidades (e infantilidades) defensivas do Liverpool. Robertson escorregou e Van Djik, numa tentativa de interceção, acabou por passar a Martinelli que entrou na área e desviou a bola à saída de Alisson.
Os londrinos continuaram a carregar e só não ampliaram a vantagem porque Alisson defendeu com a ponta dos dedos o remate de Zinchenko e Gabriel Jesus falhou de forma clamorosa o cruzamento de Saka ao segundo poste. A primeira ameaça dos anfitriões surgiu apenas aos 20 minutos, num belo passe de Fabinho para as costas da defesa, que Robertson desperdiçou na cara de Ramsdale.
Não empatou o Liverpool... ampliou o Arsenal, com processos simples. Ataque rápido pela esquerda, Martinelli ajustou a bola, levantou-a para a área onde Gabriel Jesus teve demasiado espaço para saltar e cabecear sozinho e, assim, redimir-se do falhanço anterior.
45 de esperança e desinspiração
Um mau passe de Holding ainda deu uma hipótese a Salah de reduzir a diferença, mas a desinspiração era tal que no um para um com o guardião atirou diretamente para fora.
Ainda assim, o egípcio acabaria mesmo por marcar numa bela jogada coletiva: Curtis Jones criou o desiquilíbrio do lado esquerdo com um passe de calcanhar para Diogo Jota, Henderson desviou o cruzamento do português no coração da área e, ao segundo poste, Salah aproveitou para relançar o encontro.
Começaram a aquecer os ânimos em Anfield, as picardias entre jogadores ganharam forma e, empurrados pelos adeptos, os Reds ficaram perto de igualar já nos descontos, mas Henderson rematou por cima depois de Jota ter obrigado Ramsdale a sacudir para o coração da área.
O Liverpool regressou dos balneários com uma só coisa em mente: conseguir o empate o mais rápido possível. E teve uma soberana ocasião para o conseguir... não fosse a desinspiração de Salah. Aos 52 minutos, Holding derrubou Jota na área, mas na conversão o melhor marcaador de sempre dos Reds na Premier League atirou ao lado.
Pouco depois, foi Ramsdale que negou o golo ao avançado com uma boa defesa. Mas nem só de agressividade e desinspiração se fazia este duelo. Gabriel Jesus espalhou uns pós de magia e brindou o regresso de Thiago - afastado da competição há dois meses por lesão - com um cabrito antes de lançar um passe sem olhar para Martinelli, num contra-ataque que se revelou inconsequente.
Foram escassos os ataques dos Gunners no segundo tempo, maioritariamente remetidos ao seu meio campo pelo ímpeto ofensivo do Liverpool. Numa rara ocasião de contra-ataque, valeu Robertson a evitar o golo certo de Saka.
Klopp lançou Roberto Firmino para tentar somar mais um aos 10 golos já apontados contra o Arsenal, com resposta imediata de Arteta que apostou no joker Trossard e trancou a defesa com Kiwior.
E 10 de puro desespero
O jogo ficou partido na altura mais decisiva, com um conjunto de meias oportunidadespara os dois lados, a mais clamorosa nos pés de Darwin. O avançado uruguaio isolou-se perante Ramsdale, mas esbarrou no guardião. Na resposta, Gabriel Magalhães saltou sozinho, mas cabeceou para as mãos de Alisson.
A três minutos do fim, Alexander-Arnold recuou até à sua melhor forma, fez um túnel a Zinchenko e levantou ao segundo poste onde apareceu Firmino a cabecear para o empate e para o 11.º golo diante dos Gunners.
Os descontos trouxeram desespero, loucura e um Super Ramsdale. O guarda-redes apresentou a sua melhor candidatura ao selecionador Gareth Southgate ao defender com a ponta dos dedos um remate de Salah, desviado em Gabriel Magalhães, que ia entrar no ângulo e, nos últimos segundos, negou o golo da vitória a Konaté com uma defesa de recurso.
Homem do jogo Flashscore: Aaron Ramsdale (Arsenal).