Exclusivo com Asmir Begovic: "Aprendi muito com José Mourinho"
O antigo guarda-redes do Chelsea, Bournemouth e AC Milan assinou contrato com os Toffees para apoiar Jordan Pickford e João Virgínia, depois de conversar com o treinador Sean Dyche.
Agora, seis semanas após o início da nova temporada, Begovic conversou com o Tribalfootball.com sobre o seu retorno ao Goodison Park, a iminente venda do clube para o Grupo Friedkin e os seus planos para além da carreira de jogador.
- Durante a carreira, jogou em grandes equipas como o Portsmouth, Stoke, Chelsea, Bournemouth, AC Milan e Everton. Qual foi a sua melhor experiência?
- Gostaria de dizer que aproveitei a minha passagem por todos os clubes. O AC Milan foi provavelmente a minha melhor experiência, é um clube muito especial em muitos aspectos. Gostei muito da minha passagem por lá.
- Trabalhou com alguns dos melhores treinadores do futebol, incluindo Tony Pulis, Mark Hughes, José Mourinho, Stefano Pioli e Sean Dyche. Como foi a sua experiência de trabalho com eles?
- Tive excelentes relações com todos os meus treinadores e eles acreditaram em mim, o que eu valorizava muito. Eu diria Tony Pulis, porque ele acreditou em mim desde cedo e me deu a oportunidade de me estabelecer de verdade na Premier League.
- Detém o recorde mundial do Guinness para o golo mais longo marcado no futebol, pelo pontapé contra o Southampton a 2 de novembro de 2013. Como se sentiu naquele momento e como o recorda agora?
- Na altura, não reagi muito, porque não sabia bem o que fazer comigo mesmo. Mas com o passar do tempo, apercebi-me de como aquele momento era raro e especial. É algo que vou lembrar para sempre.
- Teve a oportunidade de jogar no Chelsea com José Mourinho. Como foi a sua experiência e como foi treinar ao lado de um guarda-redes de classe mundial como Thibaut Courtois?
- Foi uma experiência fantástica trabalhar com pessoas de nível mundial. Aprendi muito com o José Mourinho e com os melhores jogadores. O Courtois e eu tínhamos uma óptima relação, esforçávamo-nos todos os dias, ganhámos troféus juntos e ainda hoje somos amigos.
- Também passou pelo futebol italiano, no AC Milan, um dos clubes mais prestigiados do mundo. Como foi a sua experiência em Itália?
- Jogar futebol em Itália é uma sensação única. As pessoas são incrivelmente apaixonadas pelo jogo, e ninguém mais do que os milanistas. Foi uma experiência incrível, e eu não poderia estar mais orgulhoso da minha passagem por um clube tão lendário.
- Este ano, voltou ao Everton. Pode nos contar mais sobre essa decisão? Tinha outras ofertas?
- Tive outras ofertas, com certeza, mas quando o Everton ligou de novo, foi fácil tomar a decisão de voltar. O clube é enorme e os Evertonianos são mesmo azuis, por isso é um prazer estar aqui.
- O papel atual no Everton é apenas o de jogador ou há uma componente de treinador?
- É puramente um papel de jogador. Estou a ajudar a estabelecer padrões todos os dias e a incentivar todos os jogadores a melhorar para que possamos manter a nossa cultura forte.
- Está a trabalhar novamente com Sean Dyche. Como tem sido essa experiência para si?
- Sean Dyche é um dos meus treinadores favoritos. Ele sabe exatamente o que quer e é muito claro com cada jogador. É ótimo jogar para ele e estou a gostar muito.
- Depois de um ano afastado do Everton, foi fácil voltar a integrar a equipa?
- Foi muito fácil voltar à equipa. Não mudou muita coisa, o que foi bom, e senti-me muito confortável por estar de novo com toda a gente aqui. Está sendo ótimo.
- Na última temporada, jogou 46 partidas pelo QPR. Teve alguma dúvida sobre a possibilidade de assumir um papel de suplente depois de uma temporada tão exigente?
- Não tive dúvidas nenhumas, especialmente num clube como o Everton. Fico feliz por apoiar todos os guarda-redes como um irmão mais velho, mas também por competir todos os dias.
- O clube mudou recentemente de dono, com a entrada do Grupo Friedkin. Isso afectou os jogadores?
- Não se falou muito sobre isso entre os jogadores. Concentramo-nos nas nossas responsabilidades diárias e controlamos o que podemos. Esperamos que as mudanças sejam positivas para o clube.
- Jarrad Branthwaite voltou após uma lesão. Qual é a importância da presença dele para a equipa?
Jarrad é um jogador muito importante para a equipa, e a sua presença fez muita falta. É muito bom ter uma forte competição por lugares em todo o plantel.
- Já jogou com grandes defesas na sua carreira. Como avalia Branthwaite em termos de potencial?
- Ele tem potencial para estar entre os melhores. Ele tem todos os atributos e espero que tenha a oportunidade de jogar no Everton por muitos anos.
- Há algum guarda-redes jovem na Europa a que devamos estar atentos?
Gosto muito do James Beadle (do Brighton, emprestado ao Sheffield Wednesday) no Championship. Vale a pena ficar de olho nele, que tem um grande futuro pela frente.
- Quem são os cinco melhores guarda-redes do mundo atualmente?
- Eu diria que Courtois, Maignan, Oblak, Alisson e Donnarumma são os cinco melhores.
-Para terminar, quais são os seus planos para o futuro?
Quero jogar o máximo de tempo possível e continuar no futebol de alguma forma depois disso. Também tenho a minha própria marca de guarda-redes, a AB1GK, que vende produtos em todo o mundo, e tenho academias e campos de treino de guarda-redes. Quero continuar a gerir tudo isto enquanto puder.