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Gustavo Poyet em exclusivo: "Ugarte tem todas as qualidades para ter sucesso no Man. United"

Jacob Hansen
Gustavo Poyet, antigo internacional uruguaio
Gustavo Poyet, antigo internacional uruguaioAFP
O Uruguai, um pequeno país, tem uma capacidade incrível de produzir futebolistas brilhantes. Gustavo Poyet, antigo selecionador da Grécia, foi um deles e, sabendo muito bem o que é preciso para ser um médio na Premier League, devido à sua passagem pelo Chelsea e pelo Tottenham, o que espera da mais recente aquisição do Manchester United, Manuel Ugarte, ex-Sporting e PSG?

"Gosto muito da personalidade dele", diz Poyet ao Tribalfootball.

"Ele é um verdadeiro médio defensivo. Será que é a altura certa para jogar no Manchester United? Não tenho a certeza. Mas ele precisava de fazer uma mudança. No ano passado, houve muitos rumores de que ele estava a ir para Inglaterra, especialmente para o Chelsea. Mas agora tem a oportunidade de entrar numa equipa que tem estado um pouco melhor nos últimos jogos e isso é importante. Por vezes, chega-se a uma equipa que está mal. Um jogador pode fazer a diferença, se estivermos a falar de Messi. Quando se é um médio-defensivo, para ter impacto, uau", diz Poyet, que acredita que Ugarte será uma mais-valia para o Manchester United.

"Tem as qualidades necessárias, mas parece que muita gente pensa que vem substituir Casemiro. Casemiro tem jogado todos os jogos, não vejo uma troca completa. Então, é possível jogar com os dois? Temos de esperar para ver", acrescenta Poyet sobre Ugarte, que foi titular do Uruguai em todos os seis jogos da Copa América.

Valverde, um jogador de sonho

Se Poyet gosta de Ugarte, está igualmente encantado com a estrela do meio-campo do Real Madrid.

"Valverde é incrível! Estou apaixonado por ele. É a coisa mais, mais, mais incrível jogar no Real Madrid durante tantos anos e assumir tantas responsabilidades e adaptar-se a diferentes posições e ser tão humilde como ele. É inacreditável como ele é simpático. Compreende o jogo, tem resistência, está sempre pronto a ajudar. Precisamos de golos, ele joga como um avançado e marca golos. É preciso que ele corra pelo lado direito, ele sobe e desce pelo lado direito. É preciso um número seis, ele joga como um número seis. É um jogador de sonho para qualquer treinador", elogia Poyet, que não conhecia o jogador de 26 anos antes da sua chegada ao Real Madrid, em 2016.

"Vi-o pela primeira vez em alguns jogos pelo Real Madrid e pensei: 'OK, hmm'. Depois vi-o a adaptar-se, e agora tenho alguns vídeos que mostro aos jogadores sobre a forma como corre. Parece que não toca no chão, que está no ar, e pensamos: 'Como é que isso é possível?' É um prazer e estou muito orgulhoso de o ter na equipa uruguaia", afirma Poyet.

Ninguém substitui Suárez

Luis Suárez já não faz mais parte da seleção uruguaia, que se despediu recentemente com a sua 143.ª partida internacional. Com 69 golos pela Celeste, que tipo de legado deixa o avançado?

"Não se pode compará-lo com ninguém. Ele era único. Representou o Uruguai em tudo e em todo o mundo. Sei que as pessoas só olham para os aspetos negativos de Luis Suárez, mas quem percebe de futebol sabe. O que têm de perceber sobre Suárez é que ele vai lutar por tudo o que puder durante as negociações do contrato. Tudo. Tudo o que ele puder aceitar, ele aceitará", diz Poyet.

"Depois, quando recebe o contrato, guarda-o e, a partir daí, o seu único objetivo é ganhar no sábado ou no jogo seguinte. É disso que precisamos. Não um jogador que quer renegociar a cada duas semanas. Com o contrato resolvido, Suárez está desesperado por jogar, desesperado por atuar, desesperado por marcar golos. Não vai ser possível substituí-lo", acrescenta.

A revolução de Bielsa

Após o terceiro lugar na Copa América, a revolução de Marcelo Bielsa no Uruguai parece ter estagnado um pouco, mas Poyet atribui isso às suspensões após os problemas com os adeptos.

"Eles melhoraram muito quando Bielsa chegou e a Copa América foi boa. Com as suspensões, tivemos dois jogos maus. Estamos a falar de jogadores importantes que faltam. Esperemos que isso volte, porque é uma forma de jogar futebol completamente diferente da que as pessoas estavam habituadas a ver no Uruguai", defende.