A vitória em casa por 2-0 sobre o Manchester United, no sábado, após o empate 2-2 com o Brentford, não foi isenta de falhas, mas a intenção positiva de um Tottenham renovado foi um tónico para os adeptos que terminaram a última temporada perto de um motim.
A campanha, em que as táticas defensivas e o comportamento temperamental de Antonio Conte sugaram a vida do Tottenham e resultaram num oitavo lugar após a separação do italiano, deixou o clube em baixo.
Postecoglou teve então de lidar com uma novela diária sobre Harry Kane, até que o talismã e recordista de golos do clube foi vendido ao Bayern de Munique nas vésperas da nova temporada, provocando mais fúria dos adeptos.
Mas, de repente, em pouco mais de uma semana após a saída de Kane, há uma luz ao fundo do túnel.
O estilo ofensivo de Postecoglou foi adotado com alegria pelos seus novos jogadores e os adeptos adoram-no.
No sábado, os adeptos ainda não cantavam "Harry who?" nas bancadas, mas a forma como o Tottenham dominou a segunda parte sugere que o vazio deixado pelo capitão não é o abismo que se imaginava.
O recém-contratado James Maddison voltou a destacar-se no meio-campo, Son Heung-min parece ter ultrapassado o choque de perder o seu antigo parceiro de ataqye, o lateral-esquerdo Udogie, de 20 anos, parece ser uma verdadeira promessa e Yves Bissouma e Pape Matar Sarr trabalharam muito para controlar o miolo.
Postecoglou está invicto nos seus últimos 49 jogos em casa como treinador, com passagens por Yokohama F. Marinos, Celtic e Tottenham, e, embora ainda seja cedo, os sinais são de que ele pode ser o homem que conduzirá o clube a uma nova era.
"Foi bom. É justo dizer que parecíamos um pouco nervosos no início, o que não é surpreendente. Tínhamos dois jogadores de 20 anos e dois de 22 anos", disse Postecoglou.
"Gostei do facto de nos termos aguentado e de termos conseguido entrar no jogo. Na segunda parte, certamente nos períodos de tempo, mostrámos a equipa que queremos ser. Continuo a dizer que ainda temos um longo caminho a percorrer, mas gostei muito da crença e da resiliência dos rapazes e da coragem que têm para continuar a jogar dessa forma", explicou o treinador.
Enquanto o Tottenham foi aplaudido fora do campo, os adeptos do Manchester United ficaram a pensar se um início de época pouco impressionante é apenas um episódio ou se há motivos para alarme.
A equipa de Erik Ten Hag teve muita sorte em vencer o Wolverhampton na segunda-feira e, apesar de poder apontar uma série de oportunidades perdidas e de ter sido travada pela trave da baliza do Tottenham, foi ultrapassada na segunda parte.
"Vejo o início como mais alguns jogos. Hoje estamos desiludidos. Temos de olhar para nós próprios para marcarmos as nossas oportunidades, e não o fizemos. O primeiro golo é muito importante nos jogos da Premier League", disse Ten Hag, referindo-se a algumas falhas terríveis de jogadores como Marcus Rashford e Bruno Fernandes.
"Criámos as oportunidades, a primeira parte foi completamente nossa e depois é preciso marcar. Depois, na segunda parte, a forma como começámos não foi boa. Mas não nos deixámos ir abaixo. Lutámos", acrescentou o treinador do Manchester United.