Publicidade
Publicidade
Publicidade
Mais
Publicidade
Publicidade
Publicidade

Manchester City enfrenta a Premier League e 115 acusações a partir desta segunda-feira

Erling Haaland, uma das figuras do Manchester City
Erling Haaland, uma das figuras do Manchester CityOLI SCARFF/ AFP
O Manchester City, gigante da liga inglesa e da Europa, vai ter de responder durante várias semanas, a partir desta segunda-feira, às acusações de irregularidades financeiras que surgiram após a chegada do proprietário dos Emirados, em 2008. O Flashscore traz-lhe todos os pormenores.

Um "julgamento" sem tribunal

A Premier League, que organiza o campeonato mais assistido do mundo, considera que o Manchester City contornou conscientemente as regras financeiras estabelecidas entre 2009 e 2018, a fim de aumentar as suas ambições desportivas.

Durante este período, os Citizens ganharam a liga por três vezes. Além disso, conquistaram vários títulos, tanto em Inglaterra (seis dos últimos sete títulos da Premier League) como na Europa (Liga dos Campeões em 2023).

Em fevereiro de 2023, depois de ter apresentado o seu caso, a Premier League remeteu o clube do norte de Inglaterra para uma comissão independente.

A comissão procedeu a uma análise aprofundada das alegações antes de poder começar a ouvir as duas partes esta segunda-feira, à porta fechada, num local desconhecido do grande público.

A comissão é composta por três pessoas que juraram guardar segredo. Foram nomeadas por Murray Rosen, presidente do Comité Judicial da Premier League.

A batalha judicial deverá durar dez semanas, segundo a imprensa britânica, que lhe deu a alcunha de "o julgamento desportivo do século".

Veredito previsto para 2025

A comissão terá tempo para analisar os argumentos de todas as partes antes de tomar a sua decisão, provavelmente no início de 2025, de acordo com as estimativas dos meios de comunicação social.

A possibilidade de recurso, quer por parte do Manchester City, quer por parte da Premier League, faz com que o resultado seja adiado várias semanas ou mesmo meses. Neste caso, seria criado um comité de recurso.

Não há direito de recurso para o Tribunal Arbitral do Desporto.

O CAS é o órgão que invalidou a suspensão de dois anos de todas as competições europeias imposta ao Manchester City em 2020, por incumprimento das regras do Fair Play Financeiro.

Que suspeitas recaem sobre o City?

Em termos concretos, o clube enfrenta 115 acusações: 80 infrações financeiras (período 2009-2018) e outras 35 por alegada falta de cooperação com a investigação.

De acordo com a Premier League, os Citizens terão violado as regras da Liga que exigem a prestação "de boa fé" de "informações financeiras exatas que dêem uma visão verdadeira e justa da posição financeira do clube", que foi comprado em 2008 pelo consórcio Abu Dhabi United Group (ADUG), propriedade do xeque Mansour.

A holding é suspeita de ter ocultado investimentos financeiros diretos, inflacionando as receitas de patrocínio da Etihad, a companhia aérea dos Emirados e principal parceiro do clube (patrocinador das camisolas e naming do estádio), para contornar as regras.

O Manchester City deve também responder por alegadas infracções ao fair play financeiro da UEFA (período 2013-2018) e da Premier League (2015-2018).

A comissão independente deve ainda determinar se Roberto Mancini, um dos antigos treinadores, beneficiou de suplementos salariais não declarados, uma prática que também poderia ter beneficiado alguns jogadores.

Qual é o risco para o clube?

De acordo com as regras da Premier League, o clube do noroeste de Inglaterra corre o risco de sofrer sanções que vão desde uma simples repreensão até à exclusão da liga e à retirada de pontos, com o risco de ser relegado para o Championship.

O comité pode igualmente condicionar as sanções, que podem ser objeto de recurso, à adoção de medidas corretivas num determinado prazo.

O caso do Manchester City não tem precedentes em termos da dimensão das alegações.

No entanto, vários clubes da Premier League receberam sanções no passado recente, que colocam o caso em perspetiva.

Na época passada, o Everton perdeu oito pontos na classificação por ter registado perdas superiores ao limite autorizado pela liga inglesa: seis pontos para o período até 2021-2022 e mais dois pontos para o período que termina em 2022-2023.