Manchester City reforça o direito de ser considerada a melhor equipa de sempre de Inglaterra
Nenhuma equipa jamais teve o domínio sobre a primeira divisão inglesa que o City teve durante o glorioso reinado de Pep Guardiola como treinador.
Para além dos seis títulos da Premier League, nos últimos sete anos o City foi coroado campeão mundial e europeu pela primeira vez na história do clube, ganhou duas Taças de Inglaterra e levantou quatro Taças da Liga.
Outro triunfo na Taça de Inglaterra poderá acontecer no próximo fim de semana, quando o City for favorito a vencer o Manchester United no estádio de Wembley, pela segunda época consecutiva.
O domínio sobre o United é especialmente doce para as gerações de adeptos do City que tiveram de viver na sombra dos seus vizinhos.
Na última temporada, os comandados de Guardiola tornaram-se apenas o segundo clube a vencer a Premier League, a Liga dos Campeões e a Taça de Inglaterra na mesma temporada - igualando o grupo vitorioso do United em 1998/99.
O United conquistou sete títulos da Premier League em nove anos sob o comando de Alex Ferguson.
O domínio do Liverpool nas décadas de 1970 e 1980 incluiu 10 títulos da liga em 15 épocas e quatro Taças dos Campeões Europeus.
O Arsenal passou toda a temporada 2003/04 sem derrotas, enquanto os "Invencíveis" de Arsène Wenger se consagravam como os melhores de todos os tempos.
No entanto, a dimensão do domínio do City sobre os rivais, apesar da profundidade dos recursos na liga mais rica do mundo, ultrapassou até mesmo os feitos alcançados por United, Liverpool e Arsenal nos seus anos de glória.
O City está numa série invicta de 35 jogos em todas as competições, estabelecendo um recorde na era da Premier League.
A vitória por 3-1 sobre o West Ham para selar o título, no domingo, levou os campeões a ultrapassarem os 90 pontos pela quarta vez em sete épocas - uma marca que o United só conseguiu duas vezes em todo o reinado de Ferguson em Old Trafford numa época de 38 jogos.
"Acho que vencer a Premier League quatro vezes é algo que nenhuma equipa conseguiu antes, por isso, fazê-lo significa que estamos lá em cima", disse o médio do City, Phil Foden, sobre o debate em torno de qual é a melhor equipa de Inglaterra.
Nas últimas temporadas, o City foi muito pressionado pelo Liverpool, que interrompeu o seu período dinástico ao conquistar o título de 2019/20, enquanto o Arsenal terminou apenas dois pontos atrás dos campeões nesta temporada.
O implacável City
O Liverpool somou 97 pontos em 2018/19 e 92 pontos há dois anos, mas ainda assim perdeu o título devido à implacabilidade do City.
Desta vez, um recorde do clube de 28 vitórias numa temporada e 89 pontos não foram suficientes para o primeiro título do Arsenal em 20 anos.
"No início da temporada, não pensávamos nisso", disse Guardiola, falando na semana passada sobre a possibilidade de vencer quatro vezes seguidas.
"Mas depois, em fevereiro, março e abril, ainda estávamos lá (na disputa pelo título). Depois disso, isso acende algo na cabeça de todos nós. Nenhuma equipa o conseguiu. Isso mostra como é difícil. O Liverpool na década de 1980, o United de Alex Ferguson na década de 1990. O Chelsea com (Roman) Abramovich e José (Mourinho), o Arsenal com (Arsene) Wenger não o conseguiram", lembrou.
O City tem sido muito elogiado pelo seu desempenho em campo, mas os elogios vêm com ressalvas.
Numa época da Premier League em que o Everton e o Nottingham Forest perderam pontos por violação das regras financeiras, um processo contra o City por 115 acusações arrasta-se há 15 meses sem resolução.
O City nega veementemente qualquer irregularidade, mas enfrenta acusações de não ter fornecido informações financeiras exactas entre 2009 e 2018 e de não ter cooperado com a investigação da Premier League.
A fonte de riqueza do clube, desde a aquisição pelo Xeque Mansour de Abu Dhabi, que transformou a sorte do City dentro e fora do campo, também diminuiu o entusiasmo de muitos pelo seu surpreendente sucesso.
"Não sei", disse Guardiola sobre se a sua equipa recebe o crédito que merece pelos seus feitos históricos.
"Nós sabemos o quanto fomos bons", defendeu.