Newcastle goleia em casa do Everton (1-4), Bournemouth respira e afunda Southampton (0-1)
Everton 1-4 Newcastle
O duelo entre emblemas históricos da Liga inglesa não era só isso. Este ano, os Toffees têm sido uma das desilusões e os Magpies uma das sensações em terras de Sua Majestade. No entanto, a turma de Liverpool dispôs de uma arma que esteve guardada no coldre ao longo de grande parte da campanha: Dominic Calvert-Lewin.
O internacional inglês esteve muito ativo na primeira parte e ofereceu vislumbres daquilo que é capaz de fazer numa equipa que se tornou dependente daquilo que oferece no último terço, principalmente os golos. De facto, o Everton entrou melhor e montou o cerco à área dos Geordies, embora sem o acerto necessário para chegar à vantagem.
Essa acabaria por chegar para os visitantes no primeiro lance em que chegaram confortavelmente à grande área, à boleia dos dribles de Joelinton que deixou Godfrey para trás antes de rematar para defesa de Pickford. Só que o titular da seleção britânica não teve o apoio dos colegas da defesa e o compatriota Callum Wilson só teve de empurrar a recarga para o fundo das redes.
Foi um autêntico murro que virou a mesa do avesso e deixou ainda mais apreensivos os adeptos do Everton. Em cima do intervalo, Calvert-Lewin ainda marcou numa bela finalização à saída do guarda-redes, mas o empate foi anulado por fora de jogo do avançado.
Logo no arranque do segundo tempo, Mykolenko vestiu a farda de bombeiro e evitou o golo certo de Joe Willock mantendo o Everton na disputa pelos três pontos. Pouco depois, foi a vez de Nick Pope brilhar ao evitar o golo de Calvert-Lewin. O avançado acabaria por ser substituído, evidenciando uma clara falta de ritmo, apesar das boas indicações.
Mas se Pope brilhou, o que dizer da defesa de Pickford aos 70 minutos a evitar um dos golos do ano... a Willock.. Num gesto de inspiração, o médio aproveitou a ressaca de um canto para dominar a bola e deixá-la no ar antes de rematar em vólei para uma excelente defesa com a ponta dos dedos do guardião.
Só que Willock estava intratável e se a defesa não o deixava marcar, então a solução era assistir. E foi isso mesmo que fez dois minutos depois, fugindo pelo flanco esquerdo e deixando - novamente - Godfrey pelo caminho antes de chegar à linha final e picar para a pequena área onde apareceu Joelinton a cabecear para deixar o Newcastle com um pé e meio na Liga dos Campeões da próxima época.
Callum Wilson ficou com ciúmes e não quis deixar o protagonismo para o companheiro de equipa, até porque já tinha marcado no início do encontro. Segundos depois do 0-2, Joelinton serviu o avançado à entrada da área que, de costas para a baliza, dominou, rodou e rematou em arco ao ângulo da baliza de Pickford, deixando o guarda-redes preso ao relvado e apontando o caminho da saída aos adeptos do Everton que começaram a abandonar o estádio.
O melhor que os Toffees conseguiram foi um coelho tirado da cartola de Dwight McNeil na cobrança de um pontapé de canto que não foi desviado por ninguém e acabou por trair Nick Pope.
Mas o Newcastle estava com a mentalidade certa e tinha elementos que não só conseguiam fazer melhor que o adversário, como aprimorar o que já tinha sido feito pelos companheiros. Logo a seguir ao golo de honra do Everton, Isak pegou na bola perto do meio campo junto à linha e fintou tudo o que havia para fintar, voltando para trás para fintar mais uma vez, antes de já na linha de fundo picar para a pequena área onde Jacob Murphy só teve de encostar. O sueco vestiu o seu melhor disfarce de Messi e deixou a magia rolar em Goodison Park.
Southampton 0-1 Bournemouth
Depois do empate (3-3) em casa do líder Arsenal, o Southampton tinha aqui uma hipótese de ouro para somar três pontos que, apesar de não ser suficiente para sair do último lugar, voltava a colocar a equipa na luta pela manutenção. E até começaram melhor os Saints com um remate ao ferro nos primeiros minutos da partida, numa primeira parte de autêntico dilúvio.
O Bournemouth, mais tranquilo, mas apenas quatro pontos acima da linha de água, conseguiu equilibrar o encontro e foi sempre mais perigoso na primeira parte com Dominic Solanke em evidência. Os Cherries ainda marcaram, mas o avançado estava fora de jogo no início da jogada.
O arranque da segunda parte trouxe o golo que decidiu a partida, numa jogada individual de James Tavernier. O lateral direito fugiu pelo flanco, simulou o cruzamento e encontrou uma nesga de espaço para fazer um remate rasteiro e colocado ao poste mais longe.
Em cima do apito final, Che Adams ainda marcou depois de uma grande jogada de Stuart Armstrong, mas o avançado tinha um pé à frente do último defesa e o golo foi anulado por fora de jogo, deixando cair um autêntico balde de água fria do St. Mary's.