O tempo pode estar a esgotar-se para Mauricio Pochettino no meio da crise do Chelsea
Os Blues, campeões europeus há apenas dois anos, estão em 14.º lugar na tabela da Premier League, apenas quatro pontos acima da zona de despromoção, depois de uma vitória nos seis primeiros jogos.
O último revés foi uma derrota contra o Aston Villa (0-1) no domingo, com Ollie Watkins marcando o golo da vitória após a expulsão do defesa Malo Gusto.
No ano passado, o Chelsea conquistou o menor número de pontos da era da Premier League, mas o início da atual campanha tem sido ainda mais terrível.
"Dêem-me tempo. Eles (os proprietários) estão desapontados, chegaram ao clube e estão muito entusiasmados por construir um projeto. É claro que se sentem desiludidos, mas ao mesmo tempo têm de apoiar o plano", pediu Pochettino após o jogo de domingo, pedindo aos proprietários americanos do clube que o apoiem.
Pochettino foi confirmado como o novo homem no assento quente de Stamford Bridge em maio - tornando-se o terceiro treinador permanente desde que o consórcio de Todd Boehly comprou o clube do oeste de Londres de Roman Abramovich em 2022.
O Chelsea saudou o argentino como um "treinador vencedor, que trabalhou ao mais alto nível".
Boehly apoiou o seu treinador, financiando mais uma enorme onda de despesas durante a janela de transferências do verão, levando o gasto do Chelsea em novos jogadores em pouco mais de um ano para além dos mil milhões de libras (1,2 mil milhões de euros).
Mas o retorno do investimento tem sido pífio durante um período de turbulência dentro e fora de campo.
Chelsea sem golos
O Chelsea marcou apenas cinco golos nos seus primeiros seis jogos no campeonato, três dos quais na vitória contra o recém-promovido Luton (3-0).
A equipa não conseguiu marcar em 13 jogos da Premier League em 2023 - mais do que qualquer outra equipa.
O frustrado Pochettino lamentou a falta de sorte da sua equipa na derrota frente ao Villa, dizendo que a única coisa que faltava eram golos.
"Temos de estar conscientes do que se passa, mas de alguma forma temos de estar calmos, porque a equipa está a criar, a equipa está viva, a equipa está a lutar em todas as acções", disse.
Pochettino pode apontar para uma longa lista de lesões como uma explicação parcial para o ataque contundente do Chelsea.
Ele perdeu o atacante francês Christopher Nkunku devido a uma grave lesão no joelho num particular de pré-temporada, mas outros jogadores, como Mykhailo Mudryk, Nicolas Jackson, Raheem Sterling e Cole Palmer, não renderam o esperado.
O ex-técnico do Tottenham e do Paris Saint-Germain sabe que o Chelsea não é um clube paciente - a cultura de contratar e demitir da era Abramovich persiste sob a liderança de Boehly.
O Chelsea demitiu Thomas Tuchel nas primeiras semanas da temporada passada, e Graham Potter teve o mesmo destino em abril, sendo demitido após menos de sete meses no cargo, quando o clube estava em 11.º lugar na tabela.
Pochettino reforçou a sua reputação durante a sua passagem de cinco anos pelo Tottenham, tendo posteriormente assumido o comando do PSG, onde conquistou o título da Ligue 1.
No entanto, ele não conseguiu atingir o objetivo principal do PSG de vencer a Liga dos Campeões, deixando o seu currículo de dirigente ainda relativamente fraco em relação a alguns dos seus colegas da Premier League.
O próximo adversário do Chelsea é o Brighton, que se desloca a Stamford Bridge na quarta-feira para um jogo da terceira ronda da Taça da Liga.
Em seguida, enfrenta o rival Fulham na Premier League, com jogos contra Arsenal, Tottenham e o campeão Manchester City.
No fim de semana, os adeptos do Villa deliciaram-se com o desconforto do treinador do Chelsea, gritando que ele seria "despedido de manhã".
Ainda não há sinais de que a hierarquia do clube esteja a preparar-se para puxar o gatilho, mas pode sentir-se obrigada a agir em breve, a menos que haja uma melhoria dramática.