Ode(gaard) ao futebol: Norueguês bisa numa primeira parte de luxo e afunda Chelsea (3-1)
Recorde aqui as incidências do encontro
O Arsenal entrava para o dérbi no pior momento da época - quatro jogos sem vencer - e de uma pesada derrota (4-1) que tirou os Gunners da liderança por troca com o City. Rob Holding foi relegado para o banco de suplentes para fazer companhia a Fábio Vieira e Kiwior saltou para a titularidade.
A chicotada psicológica no banco do Chelsea fez um ricochete de graves consequências. Lampard regressou ao comando técnico há cinco jogos e averbou cinco derrotas, depois do despedimento de Graham Potter ao fim de três jogos sem vitórias. Eram, portanto, 8 jogos sem vencer para os Blues que lançaram Aubameyang no onze - de regresso ao Emirates - e João Félix ficou no banco.
De acordo com os primeiros minutos do encontro, a má forma recente do Arsenal eclipsou mais rápido do que apareceu. Isto porque a turma de Arteta assumiu desde cedo as despesas do encontro e montou o cerco à baliza de Kepa, ameaçando o guardião de todas as formas e feitios.
Não demorou muito a aparecer o golo inaugural, de forma relativamente simples. Jogada de envolvimento pelo lado esquerdo, Xhaka fez um cruzamento rasteiro para a entrada da área - que Enzo deixou passar entre as pernas por algum motivo - e Odegaard apareceu a rematar forte e colocado, com a bola ainda a bater na trave antes de entrar.
Golo fácil, de processos simples: poucos dribles, muitos passes e movimento sem bola e finalização de primeira. Um golo que encapsula não só o espírito de Arteta, como o do bom futebol do Arsenal.
O Chelsea, embora atónito e com Aubameyang desaparecido em combate, conseguiu finalmente ameaçar a baliza contrária numa rara incursão de Chilwell pelo lado esquerdo para uma grande defesa de Ramsdale.
À passagem da meia-hora, num lance a papel químico do primeiro golo, o Arsenal dobrou a vantagem. Novamente Xhaka a cruzar do lado esquerdo, desta vez para a zona de penálti, onde apareceu Odegaard para juntar mais um à conta pessoal.
Dava para tudo para os Gunners que viriam a ampliar o resultado apenas três minutos depois. Muita passividade da defesa do Chelsea que ficou a ver navios enquanto Gabriel Jesus dominou de peito, tentou assistir Xhaka, a bola voltou aos pés do brasileiro que fez o golo sem grandes dificuldades.
O intervalo aproximava-se com um marcador relativamente simpático para a falta de produção dos Blues.
Aubameyang não voltou para a segunda parte e teve um péssimo regresso à antiga casa. O avançado tocou na bola por 9 vezes... 4 das quais foram para dar o pontapé de saída. Havertz entrou e a diferença foi notória. Mesmo com o alemão na frente de ataque, foi novamente o Arsenal a entrar melhor e só Thiago Silva e Kepa evitaram o descalabro no recomeço.
O defesa central afastou o cabeceamento certeiro de Gabriel Magalhães na linha de golo e, dois minutos depois, o guarda-redes fez uma grande estirada para evitar o que seria um golaço de Xhaka depois de um túnel ao central na entrada da área, numa altura em que ecoavam olés da bancada do Emirates.
A festa foi de pouca dura. Isto porque entrou novamente em ação a regra universal do "quem não marca sofre": Kovacic ligou o GPS e encontrou a desmarcação de Madueke nas costas de Zinchenko que ficou a dormir. O avançado inglês dominou na cara de Ramsdale e com um remate meio atabalhoado conseguiu reduzir a diferença.
Voltaram a surgir os fantasmas do Arsenal que, no passado mês de abril, deixou fugir por duas ocasiões (West Ham e Liverpool) vantagens de 2-0 nos últimos minutos das partidas. Lampard ainda tentou dar mais armas à equipa, com as entradas de Gallagher, Mudryk e Ziyech, mas a desinspiração era por demais evidente. E Félix ficou no banco.
Até ao apito final, os Gunners foram controlando as incidências da partida e Odegaard ainda ameaçou o hat-trick negado por Kepa. Com esta vitória, o Arsenal dobra os pontos do Chelsea e regressa à coluna das vitórias. Os Blues somaram o sexto desaire consecutivo em todas as competições e deixam Lampard junto à porta de saída. Além disso, o período cinzento pode agravar-se ainda mais, visto que a nuvem da despromoção está apenas a nove pontos de distância...
Homem do jogo Flashscore: Martin Odegaard (Arsenal).