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Opinião: Contratações de verão do Man. United merecem tempo para provar o seu valor

Erik ten Hag, treinador do Manchester United, sabe que tem de apresentar resultados
Erik ten Hag, treinador do Manchester United, sabe que tem de apresentar resultadosOLI SCARFF / AFP
No fim de contas, foi um daqueles casos em que se perde tempo. Uma história para preencher o vazio da semana internacional. Apesar de toda a fanfarronice, quando a Premier League recomeçar na próxima semana, Erik ten Hag estará no banco do Old Trafford no sábado.

Os seus interlocutores após o empate em Villa Park cumpriram a sua palavra. Enquanto as especulações giravam em torno do empate 0-0 com o Aston Villa no último domingo, Ten Hag viajou para fora de Manchester para uma curta pausa, seguro de que os diretores mantinham a confiança.

E depois de todas as fotos de Joel Glazer, Jim Ratcliffe e Dave Brailsford esta semana, em Mayfair e arredores, o resultado permaneceu o mesmo. Apesar de todas as previsões, Ten Hag continua a ser o treinador do Manchester United.

É claro que a situação da equipa estava na ordem do dia para os mensageiros Glazer, Ratcliffe e companhia. Como não podia deixar de ser. O início desta época não estava no guião. Mas há também a questão de Old Trafford e o seu futuro. Há um projeto de mais de 2 mil milhões de libras em cima da mesa. Por mais que o desempenho em campo seja uma preocupação, é justo dizer que convencer Glazer e Ratcliffe a se encontrarem em Londres foi mais por causa da questão do estádio e do dinheiro em torno dele.

Então, será que o Ten Hag se esquivou a uma bala? Não. Tal como esta coluna afirmou na semana passada, tudo o que foi posto em prática esta época pela INEOS mostra que Ten Hag é a sua escolha. A equipa técnica que o rodeia. Os jogadores adicionados durante o verão. Como alguns diretores do escritório de Mayfair argumentaram, a era Ten Hag ainda está a dar os primeiros passos. Não é altura de vacilar.

Para esta coluna, é a decisão correta. Mas com uma ressalva. A paciência desta direção do United não será infinita. E, para sermos justos com Ten Hag, ele tem consciência disso. De facto, o neerlandês admitiu a confidentes que precisa que os resultados mudem até à próxima pausa internacional. E isso começa com o Brentford, em Old Trafford, no próximo sábado.

Mas ele terá que fazer isso navegando numa outra ausência por lesão. Noussair Mazraoui foi submetido a uma pequena cirurgia cardíaca esta semana. O lateral, que tem sido titular desde a sua chegada em agosto do Bayern de Munique, deverá estar de volta aos treinos no final do mês. Mas a ausência representa mais do que um incómodo para o treinador do United.

É isso que tem atormentado o United até agora nesta temporada. Inconvenientes. O incómodo de Mazraoui e Matthijs de Ligt terem chegado depois do início da época. O incómodo dos atrasos na contratação de Manuel Ugarte até ao último dia do prazo. A pré-temporada perdida de Josh Zirkzee e Lisandro Martinez. A lista é interminável. Há razões para os atuais tropeções do United. Não são desculpas. Mas, a este nível, é necessária uma verdadeira força de carácter para manter a coragem - que é o que Ten Hag espera dos seus pagadores, à medida que os seus jogadores ganham ritmo.

No Villa Park, na semana passada, De Ligt, que entrou na segunda parte, foi impressionante. Jonny Evans recebeu os aplausos. E com razão. Mas De Ligt, apesar de todas as críticas dos ex-jogadores, está a parecer cada vez mais um verdadeiro defesa-central do Manchester United. É de perguntar como é que Paul Scholes teria julgado Nemanja Vidic após os seus primeiros meses no United, se tivesse estado nos media em 2006. É agora folclore do United o quanto Vidic e Patrice Evra tiveram dificuldades como jogadores do United após as suas chegadas em janeiro de 2006. Embora ambos viessem a ser capitães do clube, aquelas primeiras semanas foram muito inferiores a tudo o que vimos de De Ligt nesta temporada.

Para o neerlandês, também podemos citar os nomes de Ugarte e Zirkzee. Mais uma vez, estão em baixo de forma. Ainda estão a adaptar-se a uma nova liga, a um novo país e a todas as exigências que daí advêm. De facto, apesar de todas as críticas feitas às chegadas deste verão, as mesmas dúvidas que muitos tinham em relação a André Onana no ano passado já se dissiparam. David de Gea pode estar a viver uma incrível reviravolta na sua carreira em Florença, mas não se pode exigir o regresso do espanhol, tendo em conta o desempenho de Onana esta época.

É por isso que, para esta coluna, ainda é preciso paciência para Ten Hag. De Ligt, Ugarte e Zirkzee não devem ser julgados pelos minutos que tiveram até agora nesta temporada. Podemos avaliar a forma como Ten Hag tem gerido esses minutos (e as malditas rotações), é certo. Mas os exemplos de Onana e, antes dele, de Vidic e Evra, merecem ser reconhecidos. O guarda-redes, De Ligt e um Lisandro em forma na defesa, Ugarte no meio-campo e Zirkzee a liderar a equipa. No papel, é uma nova e excitante espinha dorsal para esta equipa do United. Mas, para além de Onana, é também uma equipa que falhou toda a pré-temporada do United. Não saberemos verdadeiramente o potencial do que Ten Hag tem em mãos até que este novo núcleo tenha mais alguns quilómetros nas pernas.

Mas o dia do julgamento está a chegar. Ten Hag sabe disso. A semana passada foi apenas especulação vazia. Mas mais um conjunto de resultados idênticos na próxima época e haverá de facto algum crédito para os jogadores que preencheram o vazio da semana internacional.