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Opinião: Contratações de verão do Man. United merecem tempo para provar o seu valor

Chris Beattie
Erik ten Hag, treinador do Manchester United, sabe que tem de apresentar resultados
Erik ten Hag, treinador do Manchester United, sabe que tem de apresentar resultadosOLI SCARFF / AFP
No fim de contas, foi um daqueles casos em que se perde tempo. Uma história para preencher o vazio da semana internacional. Apesar de toda a fanfarronice, quando a Premier League recomeçar na próxima semana, Erik ten Hag estará no banco do Old Trafford no sábado.

Os seus interlocutores após o empate em Villa Park cumpriram a sua palavra. Enquanto as especulações giravam em torno do empate 0-0 com o Aston Villa no último domingo, Ten Hag viajou para fora de Manchester para uma curta pausa, seguro de que os diretores mantinham a confiança.

E depois de todas as fotos de Joel Glazer, Jim Ratcliffe e Dave Brailsford esta semana, em Mayfair e arredores, o resultado permaneceu o mesmo. Apesar de todas as previsões, Ten Hag continua a ser o treinador do Manchester United.

É claro que a situação da equipa estava na ordem do dia para os mensageiros Glazer, Ratcliffe e companhia. Como não podia deixar de ser. O início desta época não estava no guião. Mas há também a questão de Old Trafford e o seu futuro. Há um projeto de mais de 2 mil milhões de libras em cima da mesa. Por mais que o desempenho em campo seja uma preocupação, é justo dizer que convencer Glazer e Ratcliffe a se encontrarem em Londres foi mais por causa da questão do estádio e do dinheiro em torno dele.

Então, será que o Ten Hag se esquivou a uma bala? Não. Tal como esta coluna afirmou na semana passada, tudo o que foi posto em prática esta época pela INEOS mostra que Ten Hag é a sua escolha. A equipa técnica que o rodeia. Os jogadores adicionados durante o verão. Como alguns diretores do escritório de Mayfair argumentaram, a era Ten Hag ainda está a dar os primeiros passos. Não é altura de vacilar.

Para esta coluna, é a decisão correta. Mas com uma ressalva. A paciência desta direção do United não será infinita. E, para sermos justos com Ten Hag, ele tem consciência disso. De facto, o neerlandês admitiu a confidentes que precisa que os resultados mudem até à próxima pausa internacional. E isso começa com o Brentford, em Old Trafford, no próximo sábado.

Mas ele terá que fazer isso navegando numa outra ausência por lesão. Noussair Mazraoui foi submetido a uma pequena cirurgia cardíaca esta semana. O lateral, que tem sido titular desde a sua chegada em agosto do Bayern de Munique, deverá estar de volta aos treinos no final do mês. Mas a ausência representa mais do que um incómodo para o treinador do United.

É isso que tem atormentado o United até agora nesta temporada. Inconvenientes. O incómodo de Mazraoui e Matthijs de Ligt terem chegado depois do início da época. O incómodo dos atrasos na contratação de Manuel Ugarte até ao último dia do prazo. A pré-temporada perdida de Josh Zirkzee e Lisandro Martinez. A lista é interminável. Há razões para os atuais tropeções do United. Não são desculpas. Mas, a este nível, é necessária uma verdadeira força de carácter para manter a coragem - que é o que Ten Hag espera dos seus pagadores, à medida que os seus jogadores ganham ritmo.

No Villa Park, na semana passada, De Ligt, que entrou na segunda parte, foi impressionante. Jonny Evans recebeu os aplausos. E com razão. Mas De Ligt, apesar de todas as críticas dos ex-jogadores, está a parecer cada vez mais um verdadeiro defesa-central do Manchester United. É de perguntar como é que Paul Scholes teria julgado Nemanja Vidic após os seus primeiros meses no United, se tivesse estado nos media em 2006. É agora folclore do United o quanto Vidic e Patrice Evra tiveram dificuldades como jogadores do United após as suas chegadas em janeiro de 2006. Embora ambos viessem a ser capitães do clube, aquelas primeiras semanas foram muito inferiores a tudo o que vimos de De Ligt nesta temporada.

Para o neerlandês, também podemos citar os nomes de Ugarte e Zirkzee. Mais uma vez, estão em baixo de forma. Ainda estão a adaptar-se a uma nova liga, a um novo país e a todas as exigências que daí advêm. De facto, apesar de todas as críticas feitas às chegadas deste verão, as mesmas dúvidas que muitos tinham em relação a André Onana no ano passado já se dissiparam. David de Gea pode estar a viver uma incrível reviravolta na sua carreira em Florença, mas não se pode exigir o regresso do espanhol, tendo em conta o desempenho de Onana esta época.

É por isso que, para esta coluna, ainda é preciso paciência para Ten Hag. De Ligt, Ugarte e Zirkzee não devem ser julgados pelos minutos que tiveram até agora nesta temporada. Podemos avaliar a forma como Ten Hag tem gerido esses minutos (e as malditas rotações), é certo. Mas os exemplos de Onana e, antes dele, de Vidic e Evra, merecem ser reconhecidos. O guarda-redes, De Ligt e um Lisandro em forma na defesa, Ugarte no meio-campo e Zirkzee a liderar a equipa. No papel, é uma nova e excitante espinha dorsal para esta equipa do United. Mas, para além de Onana, é também uma equipa que falhou toda a pré-temporada do United. Não saberemos verdadeiramente o potencial do que Ten Hag tem em mãos até que este novo núcleo tenha mais alguns quilómetros nas pernas.

Mas o dia do julgamento está a chegar. Ten Hag sabe disso. A semana passada foi apenas especulação vazia. Mas mais um conjunto de resultados idênticos na próxima época e haverá de facto algum crédito para os jogadores que preencheram o vazio da semana internacional.